O Red Nose São Sebastião Pro foi iniciado com boas ondas de 1 metro na quarta-feira (31) ensolarada na praia de Maresias, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo. No primeiro dia da etapa do QS 3.000 que define o campeão sul-americano da temporada e fecha o calendário 2018 da WSL South America, foram realizadas 17 baterias, as oito da primeira fase e nove das 16 da segunda.
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Dos 112 participantes, 59 já competiram e 34 foram eliminados. As principais estrelas só entram na terceira fase, que deve começar nesta quinta-feira, caso as ondas continuem apresentando boas condições em Maresias.
Entre os que estrearam na quarta-feira, os brasileiros foram os melhores do dia. O jovem pernambucano Douglas Silva, 20 anos, participou da primeira bateria do Red Nose São Sebastião Pro e acertou os aéreos para atingir imbatíveis 15.26 pontos. Ele já começou forte com uma nota 7.00, depois conseguiu um 7.33 e a última foi ainda melhor, valeu 7.93. Essa nota ele trocou pelo 7.00 da primeira nas duas ondas computadas nos resultados das baterias.
“Eu estou focado, me empenhando bastante nos treinos e tenho que mostrar tudo nas baterias, mostrar que quero mesmo o primeiro lugar sempre quando entro pra competir”, diz Douglas Silva. “A condição do mar está muito boa, com a onda mais gorda parando na valinha pra mandar os aéreos. Ter uma prancha especial, uma prancha curinga pra voar, é muito bom. Eu tentei mesmo arriscar os aéreos porque a combinação do vento com a onda está boa para isso. Ainda bem que consegui completar e vamos com tudo pra próxima”.
E ele foi com tudo mesmo, pois na abertura da segunda fase também ganhou a maior nota – 8.17 – para derrotar o argentino Facundo Arreyes, o português Francisco Carrasco e outro brasileiro que estreava na bateria, Herbert Moreno. Agora, Douglas Silva vai competir junto com uma das estrelas do CT que estão participando do Red Nose São Sebastião Pro, o seu conterrâneo pernambucano da elite mundial, Ian Gouveia. Os outros adversários são o também cabeça de chave Pedro Neves e outro brasileiro que se classificou nas duas baterias que disputou na quarta-feira, João Chianca.
Maior nota Ninguém superou os 15.26 pontos da vitória de Douglas Silva na primeira bateria do QS 3.000 de São Sebastião. Mas, um surfista da cidade arrancou a maior nota dos juízes no quarto confronto do dia, ainda pela primeira fase. Felipe Oliveira voou muito alto em um aéreo incrível, completou a aterrissagem com segurança e foi premiado com uma nota 8.83. Ele é da Praia de Camburi, vizinha à Maresias, com o ubatubense Geovane Ferreira fazendo uma dobradinha paulista com ele sobre Arthur Cerqueira e Guilherme Villas Boas.
“Eu já tinha em mente fazer as manobras aéreas e estou muito feliz. Graças a Deus, peguei uma ondinha boa com uma rampa legal pra voar e fazer a rotação completa, então foi bom que os juízes valorizaram a manobra”, disse Felipe Oliveira. “Eu sempre treino aqui em Maresias, moro aqui do lado, mas sempre surfei essa onda desde pequeno e espero seguir avançando na competição. As previsões são de que vai continuar dando ondas nessa semana e tomara que mantenha esse tamanho, mas é uma onda forte, com direitas e esquerdas, então espero que fique assim até o fim do campeonato”.
Infelizmente, ele não conseguiu achar boas ondas em sua segunda participação e acabou eliminado em terceiro lugar na sétima bateria da segunda fase. Foi uma disputa fraca de ondas e Felipe Oliveira perdeu por pouco para o norte-americano Luke Gordon, 7.70 a 7.10, a briga pela segunda vaga no confronto vencido por outro brasileiro, Kim Matheus, que totalizou 9.83 pontos. Com a derrota, Felipe terminou em 65º lugar no Red Nose São Sebastião Pro.
Participação estrangeira Dos 25 surfistas de outros países que vieram ao Brasil disputar os 3.000 pontos para o ranking mundial do WSL Qualifying Series, 14 estrearam nas 17 baterias da quarta-feira. Os cinco que estavam escalados na primeira fase, foram eliminados. O argentino Facundo Arreyes se classificou em segundo na abertura da segunda fase e o sueco Kian Martin, de apenas 16 anos de idade, conquistou a primeira vitória estrangeira no confronto seguinte, derrotando três brasileiros.
“Este é o primeiro evento QS 3.000 que eu participo e estava bem nervoso. Eu só queria passar uma bateria e felizmente consegui”, disse Kian Martin, que é filho de um brasileiro (David Martin) e uma sueca (Leila Korte), mas sempre morou na Indonésia. “Na verdade, não tinha bons hospitais na Indonésia, então minha mãe foi para a Suécia para eu nascer lá. Lá na Indonésia eu consegui meu melhor resultado em etapas do QS, fiquei em segundo na final de uma etapa ano passado. Agora vim para o Brasil e já competi lá na etapa da Bahia. Agora estou aqui, bem feliz por ter vencido essa bateria, mas o nível do surfe dos brasileiros é muito alto aqui”.
Depois da vitória do sueco Kian Martin, o norte-americano Nolan Rapoza ganhou o confronto seguinte, com o cearense Cauã Costa barrando mais um estrangeiro na briga pela segunda vaga, o português Luis Perloiro. Depois, em três baterias seguidas, o alemão Arne Bergwinkl, o espanhol Vicente Romero e o norte-americano Luke Gordon, passaram em segundo lugar para a rodada de estreia dos principais cabeças de chave do Red Nose São Sebastião Pro. Já o chileno Gustavo Dvorquez e o peruano Ricardo Willians foram eliminados.
Título sul-americano Na quinta-feira, a previsão é iniciar a décima bateria da segunda fase às 8 horas na Praia de Maresias. Assim como na quarta-feira, será um confronto 100% verde-amarelo entre Gabriel Farias, Pedro Nogueira, Eric Monteiro e Franklin Serpa, campeão da outra etapa do WSL Qualifying Series disputada no Brasil esse ano, o Itacaré Surf Music, duas semanas atrás na Bahia.
Na quinta bateria do dia, a 14ª da segunda fase, vai estrear um dos dois únicos concorrentes ao título sul-americano de 2018 da WSL South America, o paulista Wesley Santos, da cidade de Peruíbe na Baixada Santista. Ele é o vice-líder no ranking e precisa no mínimo de um nono lugar no Red Nose São Sebastião Pro para tirar o título do primeiro colocado, Alonso Correa. O peruano não veio ao Brasil e deixou o caminho livre para Wesley e o terceiro do ranking, Renan Peres, o Pulga da Praia da Baleia, em São Sebastião, que precisa vencer o campeonato.
Wesley Santos está numa bateria brasileira na segunda fase, com Alex Lima, Cainã Souza e Caio Costa. Já Renan Pulga é um dos 32 cabeças de chave que entram direto na terceira fase. Nesta lista também estão os cinco titulares da “seleção brasileira” do CT inscritos no QS 3.000 de São Sebastião, Italo Ferreira, Michael Rodrigues, Yago Dora, Ian Gouveia e Jessé Mendes, além dos dois participantes que estão entre os dez indicados pelo ranking do QS para a elite dos top-34 da World Surf League, o paulista Deivid Silva e o potiguar Jadson André.
Renan Pulga está escalado na 14ª bateria da terceira fase, junto com um ex-top do CT que mora em Maresias e já venceu a etapa de São Sebastião em 2015, Miguel Pupo. Para ele, a missão é ainda mais difícil do que para Wesley Santos, pois só consegue ultrapassar a pontuação do peruano Alonso Correa com a vitória no Red Nose São Sebastião Pro.
O Red Nose São Sebastião Pro é uma realização da World Surf League. Patrocínio: Red Nose, Jeep, Corona e Prefeitura Municipal de São Sebastião. Divulgação: 89 FM e Waves, além do apoio da Confederação Brasileira de Surf, Federação Paulista de Surf, Associação de Surf de São Sebastião e Associação de Surf de Maresias.