O cenário foi perfeito. A decisão do título num entardecer lindo, praia cheia, boas ondas e com dois tops da elite mundial da World Surf League (WSL) disputando a vitória. O Red Nose São Sebastião Pro 2018 foi encerrado em grande estilo na Praia de Maresias, em São Sebastião, no último sábado (3) e o sucesso foi tamanho que o evento já está confirmado para 2019, com expectativa de crescimento.
Quem garantiu foi o próprio prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), que não escondia a satisfação ao acompanhar as disputas e no pódio. “Com certeza, Já está fechada a parceria com a WSL, com a Red Nose. Ano que vem novo QS aqui em Maresias, mas nós vamos brigar, dessa vez, pelo 10.000”, anunciou. “Foi maravilhoso, esse lugar é mágico, não tem igual. Vamos fazer ano que vem de novo. Aprovadíssimo!”, reforçou o diretor-executivo da Red Nose, Marcelo Cunha Leitão.
Para o prefeito, o alto nível técnico da competição é, sem dúvida, uma grande motivação para fortalecer ainda mais o surfe do País. “Engrandece e incentiva, porque os pequenos atletas, aqueles que estão se formando, estiveram aqui vendo os melhores do mundo”, falou. “O balanço é o melhor possível. Clima bom, muitas ondas, sol por todos os lados, praia lotada, muita gente bonita e a nossa praia de Maresias foi palco de um show de surfe.
A WSL e a Red Nose de parabéns, a Prefeitura dando todo apoio e incentivo ao surfe aqui no litoral paulista e claro, no nosso Brasil. Nosso município se sente extremamente honrado e orgulhoso de receber mais uma etapa do QS”, acrescentou o Felipe Augusto, que foi homenageado durante o evento recebendo um troféu das mãos de Marcelo Cunha Leitão.
O último dia de disputas do Red Nose São Sebastião Pro 2018 foi recheado de emoção e excelentes apresentações. Primeiro com a definição do título sul-americano da WSL, com Wesley Santos, de Peruíbe, numa grande festa em frente à estrutura do evento pela conquista. Depois, com a Red Nose Expression Session, dividida em duas baterias. Samuel Pupo e Robson Santos, ambos de São Sebastião, foram os melhores em cada disputa, sempre com aéreos, levando cada um R$ 2,5 mil.
Pupos O que se viu foram grandes apresentações, com os aéreos sendo a manobra mais procurada para grandes pontuações. Para alegria da torcida local, os irmãos Miguel e Samuel Pupo chegaram à semifinal e quase se enfrentaram pela primeira vez, que poderia ser numa decisão em casa. Samuca foi superado por Jessé e depois Miguel fez uma ótima disputa com Yago, que levou a melhor. “Sempre quis fazer um bom resultado em casa”, destacou Samuel.
“Foi o mais perto que a gente de competir juntos. Queria muito fazer uma final com ele, mas acabei não achando as ondas. Mas estou feliz”, complementou o caçula dos Pupos em seu melhor resultado até hoje. “Valeu o terceiro lugar, mas sempre fica o gostinho de quero mais. Sabia que tinha potencial de vencer o evento mais uma vez. Dei meu máximo, o Yago surfou muito bem e faltou uma onda maior ou ter acertado os aéreos que tentei. Se Deus quiser, ano que vem a gente tenta de novo”, disse Miguel, campeão do QS de Maresias, em 2015.
Yago Na grande decisão, dois atletas do CT, mas Yago estava num dia inspirado para vencer pela primeira vez uma etapa WSL no Brasil. “É muito especial ganhar em casa. Eu amo surfar para o público e o brasileiro é muito fanático, incentiva a gente. Estou muito feliz de sair com essa vitória e espero continuar com esse ritmo bom para esse final de ano”, vibrou. “Vim para cá tentando não pensar muito em resultado, colocar meu surf em dia e, quando fui passando baterias, foi entrando na minha mente que eu poderia vencer o campeonato e deu tudo certo”, complementou.
Jessé também comemorou a final, lembrando que cresceu competindo em Maresias. “Aqui fez parte da minha carreira. Me sinto bem aqui. Parece que eu estava competindo o Hang Loose (campeonato de base). Estava na casa dos meus amigos, onde sempre fico, a gente se divertiu bastante. Deus me proporcionou bons momentos e eu sou grato a isso e não vejo a hora de ir para a próxima”, afirmou o surfista de Guarujá, ainda com expectativa de se garantir na elite pelo QS.
“Com certeza, estou confiante. É onde a porta está mais aberta para mim e vamos com tudo. Vamos ver o que Deus tem planejado para a minha vida e vai ser legal, Havaí dá altas ondas, é um lugar também especial para mim, que vou desde os 12 anos de idade. Passo praticamente quase o mesmo tempo que fico no Brasil. É minha segunda casa”, contou.
Quem também comemorou muito a participação no Red Nose São Sebastião Pro 2018 foi Wesley Santos, pelo título conquistado. “Vai me ajudar muito na minha carreira. Vejo minha geração toda entrando na elite, desde Filipe Toledo, que é um grande amigo. Agora vejo o Deivid Silva, outro grande amigo, que me levantou nos ombros e está um passo para entrar. Então, ano que vem pode ser a minha hora. Sonho bastante em estar lá e sei que tenho potencial”, falou o atleta de 23 anos.
Wesley chorou ao lembrar que chegou a desistir de competir, quando foi morar na Califórnia (EUA), mas por incentivo de amigos voltou às disputas. “Estava sem perspectiva de surf. Estava caro. Me desanimei. Foi uma barreira grande que superei. Estava distante, conheci um cara chamado Rob, me ajudou. Voltei com força total, treinando muito. Minha família ajudou bastante”, recordou, sem largar a prancha que competiu.
“Essa prancha era de um grande amigo meu, o Thiago Guimarães, não foi feita para mim, eu peguei umas ondas, e disse para ele: com essa prancha vou ganhar argentina, três semanas depois venci. Depois fui quinto no Peru e agora o título. É mágica. Foi feita por um amigo o Gula (Adriano Nunes)”, revelou.
Premiação Foram quatro dias de disputas, reunindo surfistas de 13 países, incluindo cinco da elite mundial. No total, o Red Nose São Sebastião Pro 2018 distribuiu US$ 75 mil em premiação, sendo US$ 12 mil ao primeiro colocado e US$ 6 mil ao segundo, US$ 4 mil aos dois terceiros. Yago garantiu 3 mil pontos no ranking QS, Jessé, 2.250, enquanto que Miguel e Samuel, 1.680.
Este foi o terceiro evento oficial da WSL que a Red Nose patrocinou. O primeiro foi em 2014, no Pro Júnior em Baia Formosa (RN), e o segundo em 2015, o QS 6000 na Praia do Santinho, em Florianópolis, ambos vencidos por Deivid Silva, que desta vez chegou até as quartas-de-final, ficando em quinto lugar, superado por Miguel Pupo. Já em Maresias, a marca tem grande ligação, por ter realizado o Red Nose Tow In, reunindo grandes nomes das ondas grandes, nessa mesma praia, com a edição inicial em 2008. “Queremos retomar esse grande evento”, ressaltou Marcelo Cunha Leitão.
O Red Nose São Sebastião Pro 2018 foi uma realização da World Surf League (WSL). Patrocínio: Red Nose, Prefeitura de São Sebastião, Jeep e Corona. Apoio: Confederação Brasileira de Surf, Federação Paulista de Surf, Associação de Surf de São Sebastião (ASSS) e Associação de Surf de Maresias (ASM). Divulgação: 89 FM e Waves.