O terceiro dia do Red Nose Pro reservou fortes emoções na praia de Maresias, São Sebastião (SP). O paulista Wesley Santos venceu duas baterias, garantiu vaga na quinta fase, e está bem próximo do título da WSL South America.
Em boas ondas de até 1 metro nesta sexta-feira (2), o atleta de Peruíbe pode até ficar em terceiro na próxima bateria que garante vaga em todas as etapas 10.000 e 6.000 do Qualifying Series em 2019, facilitando o caminho para uma vaga no Championship Tour.
“Com certeza esse é o meu plano. Acho que todo surfista sonha em estar no CT e vou dar meu máximo para representar bem o Brasil. Este é um momento muito importante para mim. Estou muito calmo e vou deixar nas mãos de Deus”, afirma o surfista de 23 anos. “De Peruíbe para o mundo, sem nunca esquecer as origens”, brinca Wesley.
O evento segue neste sábado e promete grandes disputas. Atletas do CT, Michael Rodrigues, Jessé Mendes e Yago Dora continuam na disputa. Também são destaques os irmãos Miguel e Samuel Pupo, que moram em Maresias. Miguel, inclusive, já foi o campeão desta etapa em 2015.
Marcos Corrêa supera dificuldades Se fora do mar, Marcos Corrêa é um dos surfistas mais tranquilos do Tour, no mar ele mostra o contrário. Foi assim nesta sexta. O surfista de 22 anos voou alto e com radicalidade para garantir a primeira e até agora, única nota 10 do evento.
Ele empolgou o público ao dar um aéreo “full rotation” de backside, voando alto. Sorridente, sempre de fala calma e tranquilo, o surfista não escondia a satisfação com o resultado. “Estava olhando muito o mar antes de entrar e, graças a Deus, veio aquela direita e uma rampa muito boa. Pensei, agora vai ser a hora do aéreo full rotation”, diz, mostrando convicção na manobra. “Eu sabia o que ia fazer, fui confiante e sabia que ia acertar”, destaca.
Em sua terceira temporada no QS, Marquinhos vem buscando o seu lugar ao sol, querendo chegar entre os melhores do CT. Nesta sexta-feira mostrou seu potencial e além da nota máxima e unânime, garantiu a maior somatória do Red Nose São Sebastião Pro, com 18.00 pontos de 20 possíveis.
A infância foi dura em São Vicente, mas o surfe levou para o mundo o menino que morava em palafitas no “México 70”, que já foi uma das cinco maiores favelas do continente. Morava em cima da água, mas longe das ondas, só uma das dificuldades que venceu para chegar ao estágio atual. Começou a surfar aos 11 anos, na Praia do Itararé, em São Vicente. “Na época nunca imaginei que ia viajar o mundo, surfar contra os melhores atletas”, contou.
Antes de se firmar como profissional, Marcos Corrêa se destacou como amador, sendo bicampeão paulista júnior, bicampeão do A Tribuna Colegial, mas nessa época chegou a pensar em parar. “Quando perdi o primeiro patrocínio, pensei em desistir, mas olhei para a minha vida e já tinha conquistado alguma coisa, mas de onde eu vim, pouca gente tinha conquistado aquilo”, ressaltou.
“Vivi em palafita e hoje minha casa é de bloco, consegui ajudando meu pai”, lembrou. “Com toda essa dificuldade, minha autoestima foi aumentando, meu foco, determinação e agora estou aqui no QS. Estou no começo ainda, mas acredito que vou ter uma boa carreira”, afirmou o surfista, que na última bateria do dia, em sua segunda apresentação na sexta-feira, acabou derrotado por Wesley Santos e Gabriel Farias, terminando na 17ª colocação.
Vitória Já consolidado na elite mundial, o cearense radicado em Santa Catarina, Michael Rodrigues vive outra realidade no Red Nose São Sebastião Pro 2018. Apesar de não precisar dos pontos distribuídos no QS 3.000, ele demonstra grande vontade em chegar à vitória. “Eu sou competidor até com a minha sombra. Estou muito tempo sem ganhar um campeonato e vim para cá, querendo terminar o ano bem. Ainda tem a etapa de Pipe, mas quero muito vencer um evento”, afirma Michael.
Ele também comemora o fato de competir no Brasil, valorizando ainda mais uma possível vitória. “A gente tem a oportunidade de estar com a família. Estou aqui com a minha namorada, com o meu filmmaker, que é um irmão para mim, com meus amigos. É muito bom estar aqui no Brasil, estar se sentindo um pouco em casa. Depois de tanta viagem, um ano longo. Não ganhei nenhum evento e não vejo a hora de competir de novo. Está divertido lá dentro, tem boas ondas”, relata.
Michael faz um balanço positivo de sua primeira temporada na elite mundial, onde ocupa 14ª colocação no ranking. ”Foi muito produtiva, foi bem difícil na verdade, porque os caras são muito bons. Aprendi bastante e estou cheio de coisa para corrigir. Quero correr Pipe logo, ter essa experiência, e começar o próximo ano. Estou bem ansioso”, completa.
O Red Nose São Sebastião Pro 2018 é uma realização da World Surf League (WSL). Patrocínio: Red Nose, Prefeitura de São Sebastião, Jeep e Corona. Apoio: Confederação Brasileira de Surf, Federação Paulista de Surf, Associação de Surf de São Sebastião (ASSS) e Associação de Surf de Maresias (ASM). Divulgação: 89 FM e Waves.
Confira mais detalhes e fotos em nossas próximas atualizações.
Red Nose São Sebastião Pro 2018
Quinta fase
1 Deivid Silva (BRA), Mateus Herdy (BRA), Samuel Pupo (BRA), Robson Santos (BRA)
2 Yagê Araujo (BRA), Nolan Rapoza (EUA), Vicente Romero (ESP), Jessé Mendes (BRA)
3 Alex Ribeiro (BRA), Yago Dora (BRA), Tamaê Bettero (BRA), Gabriel Farias (BRA)
4 Miguel Pupo (BRA), Michael Rodrigues (BRA), Wesley Santos (BRA), Nomme Mignot (FRA)