Sim, a maioria dos Tops continua usando rabetas round squash ou round pin, mas agora podemos ver com mais regularidade várias swallows no quiver deles, e no pódio. Jordy Smith em Trestles, Mick Fanning em Jeffrey’s, Filipe Toledo na Barrinha, só para citar alguns. Isso parece ter ajudado a progressão que não começou ontem.
De uns tempos para cá, especialmente depois da volta das fishes, muita gente têm optado por essa rabeta que andava um tanto preterida. Especialmente em pranchas para ondas menores a tal da wing swallow tem feito sucesso.
Porque funciona em ondas menores? Basicamente por alongar o outline, deixa a linha da borda mais extensa, gerando mais velocidade, mesmo que com a mobilidade de uma round pin. A área da rabeta ganha largura, o que faz com que você tenha facilidade para planar sobre as partes mais planas da onda. As pontas da rabeta, criadas pelo “V”, também tornam essa parte da prancha mais flexível.
Na verdade essa rabeta é uma “Split”, ou seja, é dividida em duas pontas, quase duas pins. Por conta disso não me importa muito a confusão de terminologia que rola entre swallow e fish, mas explico. Fish, não o modelo de prancha e sim a rabeta, se difere da swallow por ter curva, da ponta da rabeta (na borda) em direção à longarina. A swallow é um “V”, sem curvas, da longarina até a borda.
Swallow Tail quer dizer rabeta de andorinha, em referência ao rabo do passarinho. Já a fish, creio que não preciso explicar.
O fato é que, ao dividir a rabeta em duas partes, você consegue mudar de direção num arco mais curto, sem a necessidade de exercer tanta pressão na rabeta. Resumindo, uma squash com mais controle. Esse conceito também funciona em pranchas para ondas maiores, contanto que você não exagere na largura da rabeta.
A diferença entre uma e outra nas ondas? Basicamente o fato da fish tail apresentar mais área. Isso da um pouco mais sustentação nas partes mais flats da onda. Ou seja, melhor nas merrecas. Veja o caso daquelas fishes (aí, sim, a prancha) clássicas.
Já a swallow tem uma característica mais arisca e, teoricamente, quebra um pouco mais a linha nas curvas. Essa rabeta cai bem para twin fins, por exemplo, muito embora sejam hoje largamente usadas em triquilhas ou quads.
Muita gente não gostava de swallow, por um fato nada a ver com o funcionamento da prancha. “Esse diacho de rabeta sempre quebra”, dizia um amigo. Verdade. Há que ter mais cuidado, já que as pontas da rabeta não contam com longarina para torná-la mais resistente.