Ultimamente, as funções aumentaram e tem faltado tempo pra atualizar este espaço do qual gosto muito e agradeço até hoje ao Waves pela oportunidade de tê-lo aqui.
Há algum tempo ensaio umas linhas, mas nada além da introdução se segue. Mas esse tempo me fez pensar que para fazer as coisas andarem não tem jeito, tem que ser na base da curtição.
O texto, que havia ficado pendente em minha sequência, era um relato da última clínica de surfe que havia feito no fim do ano passado, em parceria com a The Search House, um sofisticado Hostel na Barra da Lagoa, em Florianópolis. E aliás, revendo esta denominação, ”Clínica”, vi que não combino com isso, por isso adotamos o nome “Surf Camp”. Paradas muito metódicas não fluem comigo, tenho que estar na curtição. No Surfe Camp FG rolam as vídeos análises depois do dia de captação de imagens, mas o bom é estar surfando com a galera em tempo integral.
Os toques vão durante a semana reunida e os mesmos podem vir a qualquer hora, seja na água ou fora dela. E nada é mais natural e prazeroso do que isso – passar aprendizados para a turma que cola junto. Em nossa última edição, como sempre estava sortido – galera do Norte / Nordeste, Centro Oeste, Sul… e, pela primeira vez, uma participante australiana, que já estava hospedada no TSH, gostou da casa e foi ficando.
E, como sempre, cada “reunião” acaba em aumento de família, pois alguns que vêm sempre voltam para ampliar os aprendizados e curtições. Desta última vez, de Pernambuco vieram Hugo e Vitor, participantes do surf camp anterior, bem como o grommet Luisinho Miranda, de Fernando de Noronha. Aliás, este, já com nível avançado, acabou fazendo parte do time FGsurfboards e já desenvolvemos uns trabalhos com pranchas há cerca de um ano com ótima positividade nas ondas.
De “BH” vieram Thiago e sua família. Aliás, o TSH ampliou suas instalações e conta também com suítes privadas que comportam casais e famílias. Perfeito, só veio agregar ao imóvel e a eventos deste porte, pois, como já foi dito aqui em outras colunas relacionadas ao tema, normalmente surfamos pelas manhãs com as captações de imagens, e as tardes são livres pra quem quer curtir a ilha entre amigos ou famílias.
Outro reincidente no camp foi Luiz Hadad, residente do Rio de Janeiro, mas sempre mixado com capixabas. De Recife também veio Marcelo, goofy footer com nível médio / avançado que se amarrou na Ilha da Magia. De Sergipe, mas já residindo na ilha há alguns meses, estava Beno, também com nível médio / avançado e sempre com um surfe forte.
O outro integrante foi Brunão, que desde nossa primeira clínica veio pra ficar, como é de costume com alguns hóspedes. O cara vem, se hospeda, gosta tanto que vira funcionário. Desta vez, Brunão até estava trabalhando, mas pediu uma licença e curtiu a semana conosco. O cara é aficcionado pelo longboard e sua evolução foi nítida nos últimos três anos. Vi algumas passadas suas muito belas a clássicas. Só fiquei foi devendo uma session com ele comigo surfando de long, mas outras oportunidades virão.
A australiana Lizzie Smith era muito gente boa e sempre com um ótimo astral. Sempre antenada em evoluir, absorveu bem algumas dicas e no fim impressionou com um aumento de controle da prancha e velocidade. Incrível como às vezes um toque sutil pode melhorar bastante o processo de aprendizado. Melhorando o posicionamento dos braços, Lizzie saiu do surf camp mandando bem melhor.
Nossa primeira session, na praia do Matadeiro, foi radical. Ventos fortes seguravam a turma no lip, mas Luisinho, acostumado com Noronha, fez a mala nas quadradas ondas. O crowd e algumas fechadeiras atrapalharam parte da galera, mas tudo foi aventura e aprendizado. Algumas vacas foram consumadas, mas no fim a galera estava animada para os dias seguintes.
Fomos ao sul do estado, e depois de rodarmos em algumas praias, acabamos surfando na Praia da Vila sozinhos. Aliás, nossas 10 cabeças já faziam um ligeiro aglomerado. Foi muito legal. O mar estava mexido e por isso não tinha ninguém, mas à medida em que o dia ia passando, as condições iam melhorando, e no fim a turma se divertiu muito.
Felipe Mario e Maria, ambos do staff do TSH, estavam presentes. Maria entrou no inside, e quando nos tocamos, a corrente a arrastou ao fundo. Mas logo vimos que a turma a ajudara e o fim foi divertido.
A tenda cedida pela Mormaii servia de apoio para os videomakers e fotógrafos Fabiano Sperotto e Renato Leal. A turma ficou se revezando entre lanches e ondas e o dia foi maravilhoso.
Os dias seguintes foram no canto das Aranhas, na praia do Moçambique. Ondas fortes com a subida do mar botaram a galera pra ralar. Série na cabeça e manobras fortes foram consumadas. Luiz Hadad estava empolgado, pois sabe entubar e já é bem viajado.
No último dia marolou, mas o terral estava perfeito. Hugo até que enfim pegou umas boas e Thiago fez sua melhor session, saiu da água muito feliz.
Alguns parceiros nos encontraram, dentre eles os top surfers locais Fernando PQ e Julio Terres. O nível aumentou, a galera se empolgou e logo vimos que aquela semana passou rápido.
A saudade sempre fica e agora para 2019 já estamos estudando a melhor data para mais um surf camp. Uma coisa legal também pra ampliar o resultado são as barcas que venho fazendo já algum tempo. No mesmo esquema de curtição, passo a maior parte do tempo surfando com a turma, no entanto, sempre de olho nos possíveis toques para aprimoramento dos integrantes.
Aproveitando aqui, já para dar um toque, nossa Barca do Fia para El Salvador estará saindo no próximo mês de abril, entre os dias 21 e 28. La Libertad e sua magnífica onda de Punta Roca será nossa base como destino principal, e mal posso esperar pra estar lá com a turma.
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