Museu do Surfe de Santos

Guilherme Tâmega, o bodyboarder

Neste Dia Internacional do Bodyboarding (6), conheça a trajetória de Guilherme Tâmega, hexacampeão mundial e ícone da modalidade.

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Guilherme Calheiros Tâmega, mais conhecido como Guilherme Tâmega, nasceu no Rio de Janeiro em 3 de setembro de 1972. Ele cresceu na Praia de Copacabana, onde dividia as ondas com seus irmãos Cláudio, Adriano e Frederico, jogando-se de peito no quebra-coco, o shorebreak de Copa.

Aos 10 anos Guilherme ganhou uma prancha e passou a surfar de pé. Porém os desafios também estavam fora do mar. Na época ele se reunia com a galera de rua para fazer BMX-Bicicross. Empolgado com a competição, vendeu a prancha e comprou o equipamento para disputar as provas na Ilha do Governador.

Depois de uma e outra prova, Tâmega sacou logo que seu talento era mesmo na água. Ele voltou pro mar, surfando deitado sobre pranchinhas de isopor. Um dia ele viu um cara surfando com uma Morey Boogie no Posto 5. Ele nunca tinha visto aquele modelo antes. Numa das ondas, o morey quebrou no sentido vertical e o surfista abandonou as duas metades na areia. Tâmega correu pra pegar um pedaço e suas tentativas de surfe foram frustradas.

Interessado pela modalidade, Tâmega foi com o pai na loja da Mesbla da Praia do Flamengo. Era o último exemplar de uma Morey Boogie 139, que ele queria tanto, um modelo importado e raro de encontrar.

A partir de abril de 1985, nascia para o mundo do surfe o maior bodyboarder de todos os tempos. Tâmega chegou em casa, tirou a prancha do plástico e correu para o Posto 5. Aos 12 anos, o garoto passou a acompanhar e conheceu suas maiores referências na modalidade: Alexandre de Pontes, o Xandinho, um dos profissionais da época, Cláudio Marques, que se tornaria uma das lendas do bodyboard, Marcus Kung, o pai do bodyboard do Brasil, além das irmãs Nogueira, ícones do bodyboard feminino. Com eles, Tâmega foi se inspirando e enturmando até aprender e se desenvolver.

Oito meses depois já disputou o primeiro campeonato, perdendo logo na primeira etapa. Apesar da derrota, Tâmega tomou gosto pela competição e no mês seguinte já conquistou a 2ª colocação no Brasileiro disputado na Praia de Itacoatiara.

O momento mais marcante da sua vitoriosa carreira foi o primeiro título mundial, conquistado no maior mar da história de Pipeline, com ondas de três a cinco metros, quando recebeu a primeira nota 10 unânime em toda a história da competição. Depois desse feito, Tâmega totalizou seis títulos mundiais, seis brasileiros, bicampeão do ISA Games – considerada a Olimpíada de Surf – tricampeão do Shark Island Challenge, uma das ondas mais temidas do mundo, na Austrália, entre outros títulos continentais, nacionais e estaduais.

Em 1996, Tâmega escolheu a Califórnia (EUA) para viver. O país foi suporte para o atleta manter o alto nível como competidor durante 25 anos de carreira. Atualmente ele mora no Havaí com a família e trabalha como salva-vidas em Pipeline, North Shore de Oahu.

A profissão não poderia ter sido outra. Para ele a vida existe para ser desafiada, seja na água, no esporte ou no trabalho. Ele escolheu esse estilo de vida e ao lado da força criadora segue em busca da onda perfeita.