As notícias sobre a pandemia estão muito confusas para a maioria, uma vez que a cada dia novas informações aparecem, muitas desanimadoras, outras catastróficas, outras boas.
A doença continua a se espalhar pelo mundo, de forma rápida, atingindo todas as classes sociais, obrigando a todos, em todos os níveis, a adotar novos hábitos.
O poder público, também obrigado a tomar decisões frente a essa enorme incerteza, diverge, e em sua função de dirigente, assume papel legislativo, impondo ainda mais angústia.
Algumas poucas associações, clubes, entidades de classe resolveram assumir também o papel impositivo, de fiscalização, imbuídos da autoridade que imaginam possuir, trazendo ainda mais incertezas.
O isolamento fez com que o tempo ao celular, bombardeado por notícias, repleto de “fake news”, influenciado por grupos sem critérios, potencializa a desesperança.
Este deve ser um momento de solidariedade, de união para um bem comum, de acolhimento ao próximo. Estamos todos no mesmo barco, no mesmo swell.
Escrevo a partir de uma reflexão que surgiu em uma conversa entre colegas, que acredito resumir o sentimento da maioria de pacientes que tenho acompanhado: “Estamos naufragando, em um mar grande, cheio de dúvidas e perguntas críticas sem respostas conclusivas, agarrados a prancha sem cordinha e não há terra à vista”.
A despeito de todas as notícias, o distanciamento social ainda é a mais importante recomendação, capaz de diminuir a velocidade de transmissão, assim, ganhamos tempo para adaptar os serviços de saúde para receber uma inevitável demanda.
Diversas drogas vem sendo testadas, nenhuma ainda é consenso, mas muitas com resultados animadores, como já disse neste espaço. Uma vacina ainda irá demorar muitos meses para ser viável.
Já temos 127 mil pessoas ao redor do mundo curadas da infecção, confirmando estatísticas da OMS, de que 80% não terá grandes problemas, e esse número cresce muito rápido. Essa tempestade vai passar.
Como disse meu amigo Dr David Szpilman, intensivista, acostumado a nunca desistir de um paciente: “Há terra à vista sim, meu amigo, porém a cegueira do medo não nos deixa enxergar…Vamos vencer isso juntos com solidariedade com quem esta precisando”.
Mantenham-se ativos, comendo bem, dormindo bem e com distanciamento social, este é o seu papel.
Mais informações no Instagram @Surfinjurydata.
Dr. Marcelo Baboghluian é diretor clínico do Instituto Marazul, especialista em medicina esportiva, co-fundador do aplicativo SID e colaborador do Waves há muitos anos.