Uri Valadão

Ano promissor

Uri Valadão comenta as mudanças no Mundial de Bodyboarding e o resgate do Circuito Brasileiro.

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Para Uri Valadão, 2017 foi um ano positivo para o bodyboarding.
Para Uri Valadão, 2017 foi um ano positivo para o bodyboarding.

O ano de 2017 foi muito legal para o bodyboarding de uma maneira geral. A nível mundial, tivemos algumas experiências interessantes nas etapas do circuito. Mesmo com um circuito instável, foi importante ter as etapas que tivemos e também olhar para tudo o que não foi tão bom. Assim, podemos abrir os olhos e tentar melhorar este ano.

Já temos um calendário do circuito mundial de 2018 e tudo indica que vai ser um ano e tanto! Tivemos algumas mudanças nas datas e nas etapas, e também no formato, mas, aparentemente, em parte, a proposta do tour está bem interessante. Apesar de o calendário estar um pouco parecido com do ano passado, algumas etapas foram mais valorizadas de acordo com os critérios onda / premiação.

Na minha opinião, é assim que deve ser. É sempre muito importante um equilíbrio entre a qualidade da onda e a boa premiação para valorizar a etapa. A mudança mais significativa é que agora o circuito volta a ter duas divisões (a divisão de acesso e a divisão de elite), ou seja, teremos eventos considerados como Grand Slam com grande pontuação que serão parte importante da divisão de elite e que terão a fase das triagens.

Mas, paralelamente, teremos também etapas da divisão de acesso, mas que também pontuam para a divisão principal. No ranking, os atletas tops somarão 3 etapas de Grand Slam e 1 evento da divisão de acesso (menos pontos). A etapas mais importantes e que terão status de Grand Slam serão praticamente as mesmas do ano passado: Arica, Itacoatiara, Nazaré, El Fronton e talvez uma em Kiama, na Austrália, que ainda não está 100% confirmada.

As etapas de Sintra, Viana, Teahupoo e Antofagasta serão parte dos eventos considerados como divisão de acesso e terão menos pontos.

Em 2018, o Tour terá muitas mudanças; nesta imagem, Eric Gamez em Teahupoo, Taiti.

Um ponto importante, e que eu particularmente não concordei, foi a mudança no formato dos eventos. Na primeira fase, cada atleta cairá três vezes no mar, e seus dois melhores somatórios serão computados. Os 16 melhores serão classificados para a segunda fase, dando início às disputas no formato homem a homem. Particularmente, acho um pouco injusto, porque se o atleta tiver a sorte de entrar na hora em que o mar estiver clássico, ele vai levar vantagem pra conseguir importantes e preciosos pontos para a classificação. Já o atleta que entrar no mar horrível será prejudicado neste formato. Mas, vamos lá, independentemente disso, estou motivado pra voltar a viajar e competir com os melhores do mundo!

Olhando agora para o Brasil, no ano passado tivemos a volta do Brasileiro, com o Troféu BrasiL de Bodyboarding. Foi incrível que este evento tenha acontecido, pra sentirmos de novo a união da galera do bodyboarding brasileiro e também mais uma vez o gostinho de competir num campeonato nacional. Somos um país de tradição neste esporte e precisamos resgatar aquela força que tínhamos há alguns anos. O calendário do circuito brasileiro acabou de sair e está bem bacana. Locais como Balneário Camboriú (SC) , Niterói (RJ), Vila Velha (ES), Guarujá (SP) e Fortaleza (CE) estão compondo o circuito, que promete ser irado!! Espero que venha coisa boa por aí e que tenhamos um circuito forte pra resgatar a força do esporte nacional que sempre tivemos. Estou otimista e motivado.

Troféu Brasil marca o resgate do Circuito Brasileiro de Bodyboarding.

Os circuitos estaduais também estão acontecendo em vários estados e isso é fundamental para o esporte e os atletas se manterem em evidência e no ritmo. O Espírito Santo, que sempre foi uma das grandes potências no bodyboarding, voltou a ter bons eventos depois de uns anos sem sediar campeonatos expressivos. Ceará, Bahia, Alagoas e Santa Catarina também estão com seus circuitos estaduais, assim como Sergipe, que também vem se fortalecendo a cada ano. Tenho visto uma movimentação bacana também nos circuitos gaúcho e paulista, com uma turma que está colocando os campeonatos pra frente, assim como o Paraná, que tem uma turma muito boa e que leva o esporte pra frente. No Rio, destaque para o Master Series, com vários legends, mas sinto falta de eventos para outras categorias. Todos esses eventos estaduais são essenciais para o desenvolvimento do esporte e espero ver também alguns estados se movimentando nesse sentido, como o Rio, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Esses eventos regionais são essenciais para fortalecer o esporte e consolidar nossa base em cada região, aumentando o número de praticantes e motivando toda a galera a se manter em atividade. Além disso, revelando novos talentos que serão nosso futuro muito em breve!

Valeu, galera! 2018 promete!