Entrevista exclusiva

Chumbo de olho no recorde

Lucas Chumbo fala com exclusividade sobre a expectativa pelo recorde mundial e pela temporada do Hemisfério Norte.

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No dia 29 de outubro, a WSL divulgará os vencedores do Big Wave Awards. Além do prêmio, também será divulgado se o recorde mundial, que hoje pertence a Rodrigo Koxa com uma onda de 24,4 metros surfada em Nazaré, foi quebrado. Lucas Chumbo concorre tanto ao prêmio, como ao recorde, com uma onda surfada também em Nazaré, no dia 29 de outubro de 2020.

A expectativa pela divulgação é grande, assim como pela temporada de ondas grandes no Hemisfério Norte, que começa neste mês. Nazaré ainda não acordou, mas Lucas já está a caminho.

O Waves conversou com o big rider enquanto ele esperava para embarcar a Portugal. Confira a entrevista exclusiva a seguir.

Sua onda de Outubro de 2020 em Nazaré é realmente muito grande. Você está confiante com a possibilidade de recorde mundial?

É realmente uma onda muito grande. Ela marcou minha história. Estou confiante que fiz o meu trabalho. Fiz da melhor forma possível, com a parceria do Ian Cosenza. A gente garantiu a nossa onda e agora está na mão dos juízes. Vamos pra cima.

Se foi a maior onda já surfada ainda não sabemos, mas foi a maior onda da sua vida?

Com certeza foi a maior onda da minha vida. Sem dúvidas. Nunca surfei nada parecido com aquilo. Quando desci, sabia que era uma onda de outro tamanho. Que era uma coisa que eu nunca tinha visto na vida e foi o melhor sentimento do mundo ter descido aquela onda.

Quando vê a imagem da onda, o que sente?

Eu sinto um arrepio, uma vibração lembrando daquele momento da descida. Lembro do barulho muito alto dela estourando atrás de mim. Ao mesmo tempo que eu queria ficar ali sentindo aquilo, queria sair dali para sobreviver. Mas foi uma onda muito especial, que marcou demais a minha vida.

Lucas Chumbo surfa a maior onda da sua vida em Nazaré (2020).Hugo Silva
Lucas Chumbo surfa a maior onda da sua vida em Nazaré (2020).

Esse ano no Brasil também rolaram várias grandes ondulações, como você vê o surfe de ondas grandes no cenário nacional?

Hoje em dia a gente está com um movimento muito forte no Brasil para o surfe de ondas grandes. Estou muito feliz de viver isso. Um momento de muitos prêmios, muitos campeonatos, muita gente movimentando o big surfe brasileiro.

Está vindo uma nova geração muito ativa, querendo buscar uns slabs, ondas grandes, as remadas, o tow-in, ou seja, todas as modalidades do esporte. Então, o esporte vem só crescendo. Itacoatiara tem sido um treino muito forte para remada em ondas grandes. E esse ano pegamos vários swells muito bons por lá. Além disso, outras ondas ao redor do Brasil, como Saquarema e mil e uma ondas que tem muito potencial de ganhar prêmios no Brasil.

Acha que está rolando uma mudança de comportamento em relação às grandes ondulações por aqui?

Com certeza, a onda de Prêmios que surgiu no país também contribui para a movimentação da galera. O investimento a gente normalmente já faz para surfar essas ondas, mas quando se tem o retorno é muito bom.

Lucas Chumbo, neste ano, em uma bomba em Itacoatiara, Niterói (RJ).

Já tem uma grande ondulação apontando nos gráficos para Nazaré, como está a sua programação?

Neste exato momento estou embarcando para Portugal. Tem uma ondulação grande já para semana que vem lá em Nazaré. Não é gigante ainda, mas já é grande. Eu e meu parceiro Ian (Cosenza) e o second rescue, Caio Vaz, estaremos por lá. A gente vai começar a esquentar as turbinas, porque a expectativa pra temporada é muito boa. E não só para Nazaré. Já estou com tudo pronto ao redor do mundo, só esperando o tiro certo nos maiores swells que vierem esse ano no Hemisfério Norte.

Você tem um grande objetivo este ano?

Sim, o de ser o maior surfista de ondas grandes do mundo. Todo ano tenho esse objetivo de me superar, de buscar uma evolução gradativa, sem ultrapassar nenhum degrau. Mas sempre buscando essa evolução todo ano.

Mas o grande, grande objetivo é ser campeão mundial em Jaws, aquela direita incrível. Também quero ganhar em Nazaré. Acho que de lá, com certeza, a gente vai trazer esse título para o Brasil. Eu e o Kai Lenny. Ele para o Havaí e eu para o Brasil. O negócio agora é Jaws, vamos que vamos!