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Cauã Costa planeja temporada

Cauã Costa encontra com jornalista do Waves no Canto do Recreio, Rio de Janeiro (RJ), e fala sobre reta final de competições em 2024 e planos para ano. que vem

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Corona Saquarema Pro 2024, Itaúna, Rio de Janeiro

Na calmaria de um momento de lazer no Canto do Recreio, encontramos Cauã Costa, jovem promessa do surfe brasileiro, que dividiu com a gente um pouco de sua trajetória, desafios e planos para o futuro. Cauã é cearense, mas atualmente mora com sua família no Recreio dos Bandeirantes.

Ele é bicampeão do QS Layback Pro Prainha, venceu recentemente a etapa da Taça Brasil em Torres, além de ter se classificado para o Challenger Series 2024. Em 2025 ele ainda não confirmou sua vaga para o CS, contudo, jogará suas últimas fichas nas etapas do QS.

Cauã Mostra muita versatilidade em suas manobras.

Além de Cauã, famíla Costa, que também conta com o pai/treinador/videomaker, Arquimedes Negão além das irmãs, Yanca e Lais Costa, está totalmente adaptada à rotina carioca, mais especificamente do Recreio, onde são vistos com frequência quebrando nas ondas da Macumba, Canto do Recreio, CCB, Posto 11, entre outros picos que fazem parte da região.

Confira a entrevista completa com Cauã.

Pra começar, faz um balanço do ano de 2024. Sei que você comentou que o ano só vai se definir mesmo em abril, mas como foi essa temporada até agora? O que você planejou que deu certo e o que ainda tá pendente?

Cara, meu planejamento esse ano foi focar totalmente no Challenger Series, nos treinos, na alimentação e em tudo que é importante pra performance.

LayBack Pro, Prainha, Rio de Janeiro (RJ)

Foi um ano bem difícil no circuito brasileiro; não avancei nenhuma bateria nas primeiras etapas.

Mas em São Conrado, na última etapa, fiquei em nono. Antes disso, ganhei a Taça Brasil em Torres, o que talvez me classifique pro Dream Tour.

O foco foi 100% no Challenger e na evolução. Estar ali, mesmo na segunda divisão, é estar entre os melhores do mundo, então busquei corrigir erros, aprender com as derrotas e ficar mais “cascudo”. Foi um ano de muito aprendizado e crescimento.

Cauã venceu a etapa do CBSurf Taça Brasil 2024, na Praia dos Molhes, Torres (RS)

Você falou em aprendizado e derrotas. Qual foi o maior impacto ao entrar no Challenger Series? O que foi mais difícil de se adaptar?

Acho que o mais difícil foi a diversidade de lugares. Cada localidade era muito diferente, e eu nunca tinha surfado em alguns desses picos antes. Viajar pra países novos foi uma experiência incrível e agregou muito à minha carreira.

Todo surfista precisa de bagagem, e foi isso que busquei: fazer amizades, aprender novas línguas, explorar culturas. Sendo meu primeiro ano no Challenger, foi tudo muito intenso e enriquecedor.

Cauã competindo no Hang Loose Pro Contest, Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE).

Qual foi a onda mais desafiadora pra você no Challenger? E a mais fácil?

Cara, eu gostei de todas as ondas, de verdade. Snapper Rocks, na primeira etapa, foi especial. Passei quinze dias treinando lá antes do campeonato, peguei altas ondas e até um swell incrível.

Narrabeen também foi marcante, adoro ondas rápidas e cavadas, mesmo sem ter ido tão bem lá. Em Balito, na África do Sul, foi uma experiência animal. Apesar de não ter pegado o dia clássico, deu pra sentir a qualidade da onda.

E Huntington Beach, na Califórnia, foi tranquila, uma marola que me lembrou bastante o Nordeste. No fim, gosto de todo tipo de onda!

Cauã Costa apresenta seu quiver de pranchas da DHD Brasil.

Falando do Recreio, quanto tempo você mora aqui? O que essa região agregou ao seu surfe?

Já tem um tempo que tô no Recreio, e no começo foi bem difícil me acostumar com ondas mais pesadas. Mas isso ajudou muito no meu power surf, no surfe de linha. Quem me ajudou bastante foi o Benjamim Ataíde, que acolheu minha família e me deu muito suporte. O Recreio foi essencial pra minha evolução, sem dúvidas.

E sobre o Havaí? Quantas temporadas você já tem lá? Como foi a primeira experiência?
Já tenho duas temporadas no Havaí. É pouco, mas foram inesquecíveis. O Havaí fez total diferença no meu surfe. Lá, você aprende a lidar com ondas pesadas, tubulares, rápidas. Tudo muda: a prancha, o timing, o feeling.

Cauã durante o World Junior Championships, Seaside Reeg, Califórnia (EUA)

É uma trip essencial pra quem quer estar no CT. Acordava todos os dias com aquela expectativa de surfar ondas incríveis, e nunca me decepcionei. Peguei as melhores ondas da minha vida por lá!

Agora, indo pra reta final do ano, como está a preparação? O que você tem planejado pra 2024?

Estou muito focado. Mesmo sabendo que a definição vai ser só em março, já estou com sangue nos olhos pra voltar ao Challenger, quem sabe, entrar no CT. Teremos mais duas etapa do QS e vou dar meu máximo.

Cauã no Ericeira Pro 2024, Ribeira D’Ilhas, Portugal.

Qual a medida da principal prancha do seu quiver?

Minha prancha principal tem as medidas que já tô acostumado: 5’11″, 19 ½, 2 ¾, com 29 litros. Trabalho muito o físico, com treino de estabilidade, cárdio e explosão na areia. Além disso, tô sempre ajustando minha mentalidade.

Por fim, como é ter uma família tão envolvida com o surfe?

Ah, cara, é a melhor coisa do mundo. Nasci na família certa. Todo mundo entende de surfe, tem a mesma vibe. Isso cria uma energia única, e a gente cresce junto, sempre se apoiando. Sou muito grato por isso.

Corona Saquarema Pro 2024, Itaúna, Rio de Janeiro

Deixe uma mensagem pra galera que acompanha o Waves.

Valeu, galera do Waves! Meu objetivo pra 2025 é colocar o Rio de Janeiro e o Ceará no CT. Vou dar tudo de mim pra isso. Obrigado pelo apoio, tamo junto!