Morar num lugar com altas ondas o ano todo e clima tropical é o sonho de muitos jovens surfistas brasileiros. Se este local traz toda a magia de Bali, este sonho se torna ainda maior.
Hayanna Iguchi é uma brasileira nascida em Bali. O pai é um surfista brasileiro e a mãe é japonesa. Passou quase a vida toda na Indonésia e se você perguntar para ela sua nacionalidade, ela dirá orgulhosamente: “Sou brasileira”. Dona de um backside afiado, tem como objetivo disputar o QS e chegar à elite do surf mundial.
Conheça um pouco desta talentosa e simpática surfista brasileira na entrevista abaixo.
Nome completo:
Hayanna Iguchi.
Idade:
19.
Nacionalidade?
Eu sou brasileira, mestiça com japonesa, mas eu nasci em Bali.
Onde reside?
Bali. Já faz 19 anos que eu moro aqui e pretendo ficar por muito mais.
Já morou em outro lugar?
Morei no Japão quando eu tinha 5 anos, por um ano.
Quanto tempo de surfe?
Eu surfo desde os 6 anos de idade.
Como começou a surfar?
Eu comecei a surfar com meu pai. Ele me acordava às 6 da manhã todos os dias antes da escola. Depois que peguei a primeira onda, nunca mais parei.
Sua família te apoia no surfe?
Sim! Tenho muita sorte! Minha família me apoia muito no surfe. Minha mãe é minha maior parceira, ela acredita muito em mim e no meu sonho. Minha mãe sempre me apoiou com o surfe, ela sempre fala que se eu estou fazendo algo que realmente me faz feliz ela sempre estará ao meu lado me apoiando.
Qual a relação da sua família com o surfe?
Todo mundo na minha família ama o mar. Surfar para nós não é apenas um esporte, é um estilo de vida. O surfe conecta todos nós.
Tem alguma onda preferida em Bali?
Há tantas ondas insanas aqui, mas nada se compara com a praia em que eu cresci: Echo Beach, Canggu. É uma praia pequena com três ondas perfeitas, uma ao lado da outra. A primeira onda é Echo, que é uma esquerda com o fundo de coral. A segunda onda é SandBar, uma esquerda beach break que eu sou apaixonada (riso). E a terceira é Pererenan, uma direita muito boa que é na boca do rio. Mas, dependendo das condições, vou pra Uluwatu, Bingin, Keramas, etc. Há tantas ondas para surfar em Bali, é como se fosse um parque de diversões para os surfistas.
Qual sua rotina em Bali?
Eu acordo cedo todos os dias e checo as ondas. Quando eu chego na praia, decido onde vou surfar. Depois do surf, eu vou comer e faço meu exercício diário, trabalho nas minhas coisas e depois vou surfar de novo até escurecer.
Vem com frequência para o Brasil?
Eu tento ir todo ano. Eu amo o Brasil.
Qual é a sua relação com o Brasil?
Minha família é do Brasil. Eu sou brasileira e tenho muito orgulho disso.
Pretende morar um dia no Brasil?
Amo o Brasil, quem sabe um dia (riso)… mas, no momento, não tenho planos.
Onde já surfou por aqui?
Eu surfei bastante em São Paulo, no litoral norte. E eu também fui para Itacaré (BA) competir.
E as competições?
Adoro competir! Comecei muito pequena e hoje em dia já participo de competições do QS. Ano passado não consegui os resultados que queria, mas aprendi muito. Conheci pessoas e lugares novos fazendo o que amo, que é surfar.
Costuma viajar para outras ilhas da Indonésia?
Claro! Eu amo viajar por aqui. É muito fácil e barato. Para mim a Indonésia é a definição do paraíso. Lugares lindos e ondas perfeitas. Também tem muitos lugares que eu quero conhecer. Tem 17.508 ilhas aqui na Indonésia e a maioria deve ter onda.
E viajar para outros países para surfar?
Sim! Eu fui pra Filipinas, Brasil, Japão, Havaí e Austrália para surfar.
Qual o seu point preferido no mundo?
Macaronis, em Mentawai.
Qual sua surf trip dos sonhos?
Eu sempre quis conhecer Trestles, na Califórnia.
Brasil e Indonésia: diferenças e vantagens.
Eu amo o Brasil e também amo a Indonésia. É até difícil eu fazer essa comparação. Mas Bali é o lugar em que eu nasci e cresci, então Bali vai sempre ter o meu coração. É o lugar que chamo de “casa”. Eu amo ir ao Brasil, amo a cultura, as pessoas, também amo a comida (risos)… e também posso ver minha família e estar em contato direto com minhas raízes. Adoro surfar no Brasil. Tem muita onda boa, mas a Indonésia é um verdadeiro paraíso para surfistas.
O brasileiro e o balinês: diferenças e similaridades.
A maior diferença que vejo está na religião, que aqui em Bali é a base de tudo e isso reflete positivamente no nosso dia a dia.
Qual são seus planos para o futuro?
O meu objetivo é continuar treinando muito e buscar apoio para correr as etapas do QS para me classificar para o CT.
Tem um objetivo claro?
Chegar à elite do surfe mundial.
Quais as suas melhores qualidades como surfista?
Eu acho que meu backside é uma das minhas qualidades que eu tenho orgulho. Crescendo na Indonésia foi fácil gostar de esquerda.
Quais as suas surfistas preferidas?
Malia Manuel e Carissa Moore.
Quais os seus surfistas preferidos?
Italo Fereira e Andy Irons.
Um exemplo no surf:
E difícil pensar em só uma pessoa. Mas acho que os surfistas brasileiros que estão correndo o circuito mundial são um grande exemplo. Mesmo sem muito apoio, eles estão tendo grandes resultados.