Fabrício Rinke

De cara com a galera

Fotógrafo brasileiro Fabrício Rinke, que atualmente mora na Austrália, registra momentos inéditos de Sophia Medina e Luana Silva no freesurf em Snapper Rocks.

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Comecei a fotografar no começo de 2020, mas já havia muitos anos que fotografava e filmava meus amigos com GoPro e câmeras emprestadas de familiares e dos amigos.

Quando decidi entrar de cabeça na fotografia, fui morar de vez em Caraguatatuba (SP), na praia de Massaguaçu, mais conhecia como Massagua, onde passava grande parte do meu tempo livre. Lá foi minha sala de aula, desde mares pequenos até dias de extrema correnteza e ondas fortes e tubulares. E dali, saía para explorar outros mares e trabalhar por todo litoral norte paulista.

Em 2020 estudei fotografia e no mesmo ano, fiz um workshop com Sebastian Rojas, renomado fotógrafo de surfe.

Atualmente vivo na Austrália com minha namorada e hoje, após um ano, estou morando em Coolangatta, bairro onde fica Snapper Rocks, Kirra, Greenmount e Rainbow Bay, apenas uma das melhores ondas de mundo.

Mas o recomeço na fotografia aqui não foi tão fácil, precisei abrir mão de todo meu equipamento para poder pagar os custos do intercâmbio e, aos poucos, estou me reestruturando para voltar a tirar meu sustento da produção audiovisual. E como sabemos, a vida de fotógrafo nem sempre é a mais fácil de todas. Ao mesmo tempo, estou estudando e trabalhando em diversos empregos para conseguir me manter aqui e poder desfrutar de tudo.

Nesta quarta-feira, sabia que o mar teria boas ondas e como estava fazendo entregas de delivery de comida, pude ir pra água à tarde. O dia estava chuvoso e nublado, e eu sabia que pelo campeonato teriam muitas manobras e ótimos momentos para registrar.

Depois de quase uma hora nadando para me manter no pico em Snapper Rocks, tive sorte em conectar um momento com Sophia Medina, que foi super simpática e comentamos como o crowd ali é diferenciado, de fato um crowd selvagem, e vimos um arco íris bem marcado atrás das ondas, ela sugeriu de tentarmos pegar o momento.

E como ali não falta surfe, não demorou muito e Sophia conseguiu vir numa onda quase que em cima do arco íris e acabou rolando de registrar uma manobra com o arco íris de fundo.

Depois dessas imagens da Sophia, vi Luana Silva e tive ainda mais sorte em conectar os momentos, porque foram os dois únicos que consegui em meio aquele crowd bizarro.

É muito gratificante ter a oportunidade de fotografar atletas como elas, que estão representando nosso país todos os dias. Obrigado, surfe, não sei qual outro esporte podemos estar tão próximos dos tops.