No meio de um dia qualquer em Shipstern Bluff, a famosa e temida onda da Tasmânia, nada de extraordinário parecia estar prestes a acontecer. Não era o maior swell que já havia quebrado ali, longe disso. Kyron Rathbone, o cineasta por trás das lentes, até brincou, chamando o dia de “o menor Shippies da história”. Talvez um exagero, mas uma coisa é certa: a brutalidade de Shipstern nunca desaparece completamente, nem nos dias “mornos”.
Ainda assim, as ondas que se formavam eram pesadas o suficiente para cobrar seu tributo. Sam Jones, um dos surfistas que decidiu se aventurar nas águas traiçoeiras, acabou sentindo isso na pele — literalmente. A onda, que parece um monstro adormecido de repente se agitando, cobrou sangue de quem ousou enfrentá-la.
A crueza das imagens de Kyron Rathbone é o que transforma essa sessão “mediana” em uma narrativa cinematográfica que vai além do surfe. Mesmo quando Shippies não está no seu ápice, as histórias ali geradas são imprevisíveis, quase como se as ondas soubessem exatamente como desafiar cada surfista, deixando claro que, independentemente do tamanho, o respeito por aquele lugar é sempre necessário.
A Tasmânia, um estado insular isolado, próximo da costa sul da Austrália, é conhecida por suas vastas áreas selvagens e de relevo acidentado, a maior parte delas dentro de parques e reservas. Na península de Tasman fica Port Arthur, uma colônia penal do século XIX que hoje é um museu ao ar livre. Em Hobart, a capital, os depósitos do tempo de George Arthur, em Salamanca Place, agora abrigam galerias e lojas.
Fonte Kyron Rathbone