Mick Fanning nasceu na geração errada para disputar uma medalha olímpica. O australiano tricampeão mundial se aposentou em 2018, aos 36 anos — justamente um ano antes de o Championship Tour se tornar classificatório para os Jogos Olímpicos.
Apesar disso, Fanning é um grande entusiasta do surfe olímpico e acompanha cada edição com emoção e atenção.
Após Tóquio 2020, ele confessou que chorou ao ver amigos conquistando medalhas e descreveu a competição como “incrível de assistir”.
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Agora, com o anúncio de Lower Trestles, na Califórnia, como palco do surfe nos Jogos de Los Angeles 2028, Fanning compartilhou sua visão sobre o local em entrevista recente ao Olympics.com a qual separamos alguns trechos.
“Trestles é uma onda de alta performance que se adapta a muitos estilos diferentes de surfe,” afirmou Fanning.
“É uma onda divertida, dá pra fazer praticamente tudo nela. É o mais próximo que temos de uma piscina de ondas no mar.
Um pico equilibrado, onde ninguém está em desvantagem — e, na maioria das vezes, quem surfa melhor vence.”
Ao comparar com as edições anteriores — com ondas instáveis no Japão e tubos pesadíssimos em Teahupoo, no Taiti — Fanning aponta que Trestles oferece igualdade de condições, o que deve aumentar o número de surfistas com chances reais de medalha.
“Cada onda é muito parecida, então isso nivela bastante o campo,” explicou. “O Japão era uma loteria, e o Taiti foi só tubo. Já Trestles é sobre curvas e aéreos.”
Para ele, o desafio será mental. “Teahupoo intimida, mas Trestles não. O desafio ali é manter a calma e escolher as melhores ondas, porque é fácil se empolgar e desperdiçar energia nas medianas.”
Fanning sabe bem do que está falando. Vencedor em Lower Trestles em 2009 — ano em que levou seu segundo título mundial — e novamente em 2015, ele conhece cada palmo do pico.
Talvez os próximos atletas olímpicos devam ouvir o australiano… ou até convidá-lo para um cargo oficial de treinador.
Fonte Olimpics.com