Na última sexta-feira (18), a surfista italiana Giulia Manfrini, dona da agência Awave, morreu em um acidente enquanto surfava a onda de Beng Beng, norte das Ilhas Mentawai, Indonésia.
Giulia ficou emocionada com a sessão e surfou algumas boas ondas. Ao esperar por outra onda, foi atingida por um peixe-agulha no lado esquerdo do peito enquanto estava sentada na prancha.
No mesmo momento, ela gritou, chamou a atenção dos outros surfistas no pico e caiu da prancha. Imediatamente, alguns surfistas remaram em sua direção para ajudá-la, tentando colocá-la de volta na prancha. Mas uma grande série, talvez a maior do dia, veio em quatro ondas, que varreu todos. Eles conseguiram levá-la à praia, mas ela já não dava mais sinais de vida.
Um médico que fazia parte do grupo tentou reanimá-la em vão. Ela foi então levada para um hospital em uma vila próxima, onde uma ambulância já a esperava. Infelizmente, ao chegar ao hospital, foi constatado que ela já estava sem vida.
O corpo foi levado para a cidade de Padang em um barco particular e enviado para o instituto médico legal. A família foi informada pelo namorado dela, o surfista italiano Massimo, e decidiu repatriar o corpo da surfista, que atualmente está em Jacarta a caminho da Itália.
Alexandre Ribas, brasileiro que mora em Mentawai há mais de dez anos e um dos donos do Hidden Bay Resort, onde ela estava hospedada com o namorado, diz que nunca presenciou algo assim antes e que tudo aconteceu muito rápido.
“Eu estava no barco com o namorado dela quando percebi que algo estava errado. Pulei na água com a minha prancha e remei em direção ao grupo. Notei que ela já estava na praia e quando cheguei lá ela já estava inconsciente. Tentamos reanimá-la, mas sem sucesso. Logo nosso barco chegou à praia e levamos Giulia para o hospital na vila de Peipei. Quando chegamos lá, o médico responsável nos disse que ela já estava sem vida e que nada poderia ser feito.
Uma triste fatalidade! Aqui, damos grande importância à segurança e tentamos estar preparados para qualquer emergência, na medida do possível, como rádio e kit de primeiros socorros médicos em nossas lanchas, mesmo em um local remoto. Mas, neste caso, acho que nenhuma medida poderia ter salvado sua vida.
Na cidade de Padang, foi descoberto que o buraco tinha cerca de 14 centímetros de profundidade e pode ter atingido o coração da surfista. Os surfistas que a ajudaram disseram que havia muito sangue e que, conforme as ondas se aproximavam, ela deu uma última olhada nas ondas e desmaiou pouco antes de ser atingida.
Atualmente estou na cidade de Padang, onde fornecemos todo o suporte para os procedimentos de repatriação. Nosso agente em Padang também voou para Jacarta para continuar apoiando o processo.
Gostaria de agradecer a todos que ajudaram na tentativa de salvar Giulia, e às autoridades legais que deram todo o apoio no caso. Gostaria também de enviar minhas condolências à toda a sua família e amigos.
Descanse em paz Giulia!
Um fato curioso é que o surfista brasileiro Itamar Guimarães também foi atingido pelo mesmo tipo de peixe em seu braço direito em Uluwatu, Bali, no dia seguinte. Felizmente, ele usou sua prancha como escudo para se proteger e sobreviveu.
Giulia era bem conhecida na comunidade do surfe e era uma pessoa muito alegre que amava surfar”, relata Alexandre Ribas.