Mundial Parasurfe da ISA

Cinco medalhas brasileiras

Atletas do Brasil conquistam duas medalhas de Ouro, duas de Prata e uma de Bronze no Mundial Parasurfe da ISA, em Huntington Beach, Califórnia (EUA). França é campeã por equipes.

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Um dia impressionante de ondas em Huntington Beach, Califórnia (EUA), viu quatro novos campeões mundiais coroados na última sexta-feira (8) no Mundial Parasurfe da ISA 2024. Ondas limpas de 2 a 3 pés (menos de 1 metro) forneceram condições ideais para determinar os campeões e garantir os finalistas para as divisões restantes. O Brasil conseguiu cinco medalhas na competição, sendo duas de Ouro, com Luciano Silveira e Elias Ricardo Diel; duas de Prata, com Davi Teixeira e Vera Quaresma; e uma de Bronze, com Cleuson Araujo.

A França conquistou seu segundo mundial por equipes consecutivo sobre os EUA em uma batalha acirrada que se estendeu por três anos. A nação vencedora levou para casa um total de 10 medalhas: duas de ouro, prata e bronze, além de quatro de cobre. A Austrália, escalando sua equipe mais forte em muitos anos, conquistou sua primeira medalha de equipe desde 2017 com bronze. Depois de perder o pódio no ano passado, a campeã mundial de equipes de 2020, a Espanha, igualou seu desempenho de 2022 para conquistar o cobre.

Foi um dia histórico para o Chile depois que Catalina Castro, na Stand 1 Feminino, se tornou a primeira mulher chilena a vencer um título mundial da ISA. Como a segunda atleta do país a ganhar uma medalha de ouro da ISA, a jovem de 19 anos estava emocionada por finalmente conseguir a vitória.

“Tive a chance de ganhar várias medalhas”, diz Castro. “Mas tenho lutado pelo segundo e terceiro lugar aqui no campeonato mundial nos últimos anos e, finalmente, depois de muito tempo, a primeira medalha de Ouro aconteceu. Estou muito feliz que podemos continuar a somar medalhas para o país e também para minha cidade”.

Outro antigo medalhista a se destacar com uma primeira vitória foi Guillaume Colin (FRA). O homem de 40 anos foi o destaque nas rodadas anteriores do Sentado Masculino, mas guardou o melhor para o final. Na metade da final, Colin deixou seus companheiros finalistas precisando de uma combinação de duas pontuações para vencê-lo. Começando com 7.50 pontos, Colin adicionou 8.50 para se colocar quase fora de alcance. Foi sua terceira e última onda que chegou como a pontuação mais alta do evento, 9.93. A nota, adicionado ao 8.50 deu a Colin somatório de 18.43 para conquistar a primeira medalha de ouro.

“Estou muito feliz, muito, muito feliz por vencer esta”, fala Colin. “Estou na ISA pela terceira vez este ano. Aqui é muito especial com a ISA, com toda a equipe francesa, todas as equipes dos outros países. É uma atmosfera muito especial e estou muito feliz por vencer aqui hoje. Estou muito orgulhoso de mim mesmo e muito feliz por trazer os pontos para a equipe. Espero que mantenhamos o título amanhã”.

Davi Teixeira (BRA) vence emnate de campeões – Uma semifinais do Prone 2 Masculino rolou com campeões mundial, com o tricampeão Davi Teixeira (BRA), o bicampeão Jesse Billauer (EUA) e o campeão de 2021 Jose Martinez (EUA). Depois de abrir com 5.17, Teixera esperou boa parte para marcar uma segunda pontuação. Enquanto isso, os companheiros de equipe dos EUA, Martinez e Billauer, acumularam números maiores para deixar Teixiera em terceiro. Chegando aos minutos finais, Teixeira achou uma esquerda que lhe permitiu executar uma batida forte. O sorriso gigante do jovem de 19 anos pôde ser visto por quilômetros enquanto ele conseguia um excelente 8.33, o garantindo na final para continuar sua busca por uma quarta medalha de ouro, junto com Martinez.

“Um grande surfista tem que treinar em todas as condições das ondas. Nas menores, nas maiores, nas ruins, nas boas, em todas as condições temos que treinar. Nas melhores condições, eu peguei muitos tubos, e isso me ajudou a ficar ótimo em outras manobras. Mas nas condições ruins, eu tenho que treinar também, porque isso me ajudou em ondas como essa, tipo sem energia, sem potência, e eu tenho que, como o BB diz, fabricar a onda, para deixar a onda boa, mesmo que ela seja ruim”, diz Davi.

Na final, Freddy Marimon (COL) ganhou de Davi Teixeira (BRA), voltando ao topo depois de anos.A vitória de Freddy Marimon (COL) foi especialmente doce, tendo se dedicado a aprender uma técnica diferente da que lhe trouxe sucesso em sua juventude, incluindo o título mundial de 2018 aos 13 anos. Agora com 19 anos, Marimon tem melhorado ano após ano em sua nova abordagem, um estilo ao qual seu maior rival Davi Teixeira (BRA) foi capaz de se adaptar muito mais rápido.

Teixeira tem sido dominante nos últimos dois anos e parecia destinado a continuar sua sequência. Marimon tinha outros planos, no entanto, abrindo com 9.00. Teixeira encontrou 8.80 e assumiu a liderança no final da bateria. Mas Marimon estava diretamente atrás, adicionando 7.93, o suficiente para finalmente ganhar sua segunda medalha de ouro. O somatório de 16.93 do colombiano ficou apenas 0.30 à frente do 16.63 do brasileiro.

“Lutamos um ano inteiro”, diz Marimon. “Um ano de dedicação, de sacrifício, de deixar coisas para trás por essa vitória. Foi um ano em que muitas portas se fecharam, mas Deus abriu outras, o que me deu vantagem nessa bateria. Eu e o Davi somos amigos desde muito novos e temos um estilo de surfe muito parecido. Depois que mudamos de categoria, o nível começou igual, depois ele subiu. Eu me esforcei e agora estamos empatados.”

Cass Eckroth (EUA) vence tricampeã mundial Alana Nichols (EUA) – Pela primeira vez, a divisão a categoria Sentada Feminino coroou uma nova campeã mundial. Até agora, a tricampeã mundial Alana Nichols (EUA) permanecia invicta. Depois de ganhar a medalha de prata em seu primeiro evento em 2023, a protegida de Nichols, Cass Eckroth (EUA), agora superou sua mentora para ganhar seu primeiro título mundial. Relativamente novata no esporte, Eckroth começou a esquiar em ondas no final de 2022 após sofrer uma lesão na medula espinhal enquanto surfava no Havaí em 2021. A jovem de 24 anos ficou em êxtase por finalmente vencer Nichols.

“É simplesmente incrível”, conta Eckroth. “Foi uma sessão de surfe incrível, as condições lá fora são simplesmente fantásticas. Alana é minha maior mentora. Ela me fez praticar esqui de ondas, me treinou. Até agora, ela tem sido minha competidora mais feroz. Tem sido meu objetivo nos últimos dois anos, em algum momento, ser capaz de alcançá-la em pontuações e ser capaz de vencê-la. Então é muito emocionante estar aqui agora”.

Na final, Nichols foi direto ao trabalho, abrindo com 5.33 pontos. Eckroth encontrou 4.83 no começo, mas foi uma troca tardia que a viu assumir a liderança após registrar 5.33. Logo atrás, Nichols fez a manobra mais crítica da final, mas em uma onda menor, recebendo apenas 4.73, 0.10 a menos que a liderança. Eckroth então aumentou novamente, no entanto, ganhando 6.27 para uma combinação de duas voltas em uma esquerda rápida. Nichols encontrou uma onda com 30 segundos para o fim, mas a pontuação de 5.67 chegou aquém do requisito.

Medalhista de prata de 2023, Shingo Kato (JAP), vence em 2024 – Tendo conquistado a Medalha de Prata em seu primeiro Mundial Parasurfe em 2023, Shingo Kato (JAP) se tornou o campeão mundial Stand 1 Masculino de 2024. Em uma Final altamente competitiva, três dos quatro finalistas abriram com voltas na faixa de 6 pontos, com 6.63 de Kato, assumindo a liderança. O goofy manteve seus pontos fortes, conseguindo 8.17 depois de uma boa esquerda. Mas, no final da bateria, o campeão de 2022 Camilo Abdula (POR) fez 8.17, deixando apenas 0.30 separando os dois. Abdula não conseguiu melhorar seu 6.33 inicial. Com a nota, Kato levou a medalha de ouro.

“No ano passado, ganhei a Medalha de Prata”, comenta Kato. “Quando vim para Huntington este ano, houve momentos em que não consegui surfar as ondas muito bem. Um amigo japonês me disse que eu deveria apenas rir. Consegui ganhar a medalha de Ouro rindo, não importa o que acontecesse”.

A Medalha de Prata de Abdula completa uma coleção completa que inclui Ouro, Bronze e Cobre. Maxime Clarkin (FRA) melhorou sua Medalha de Cobre de 2023 para levar o Bronze, e Suguru Nara (JAP) ganhou sua primeira medalha, de Cobre.

O presidente da ISA, Fernando Aguerre, comenta sobre mais uma edição do Mundial Parasurfe. “Que incrível o Mundial Parasurfe, realizado e apresentado pela Surf City Huntington Beach. Foram dias incríveis, ótimas ondas. Lembro-me de que no nosso primeiro Adaptive Surfing World Championships (Campeonato Mundial de Surfe Adaptado), que era o nome original, um dos competidores foi questionado sobre suas esperanças para o evento. A resposta foi simples: ‘Espero levar esperança para casa.’ E é isso que todos nós trazemos. Esperamos que você leve esperança para casa”.

“Continuaremos nossa remada pelo surfe paralímpico. Continuaremos nossa remada por um mundo melhor por meio do surfe e do parasurfe, e continuaremos a apoiar esta comunidade incrível. Parabéns a todos. Obrigado ao Visit Huntington Beach e muito, muito obrigado a todos os voluntários e à equipe da ISA por fazer deste evento um evento incrível que fará história.”

Resultados

Equipes

Ouro – França
Prata – EUA
Bronze – Austrália
Cobre – Espanha

Deitado 1 Feminino
Ouro – Sarah Bettencourt (EUA)
Prata – Paloma Onate (ESP)
Bronze – Jonne Moleman (NED)
Cobre – Suzanne Edwards (ENG)

Deitado 1 Masculino
Ouro – Kai Colless (AUS)
Prata – Joel Taylor (AUS)
Bronze – Cleuson Araujo (BRA)
Cobre – Casey Proud (HAW)

Ajoelhado Feminino
Ouro – Audrey Pascual (ESP)
Prata – Vera Quaresma (BRA)
Bronze – Emma Dieters (AUS)
Cobre – Erin Koffel (EUA)

Ajoelhado Masculino
Ouro – Llywelyn ‘Sponge’ Williams (WAL)
Prata – Dariel Meléndez (CRC)
Bronze – Altair Olivares (CHI)
Cobre – Mark ‘Mono’ Stewart (AUS)

Deitado 2 Feminino
Ouro – Jocelyn Neumueller (AUS)
Prata – Sarah Almagro (ESP)
Bronze – Georgina Melatini (ARG)
Cobre – Beatrice Duran (FRA)

Deitado 2 Masculino
Ouro – Freddy Marimon (COL)
Silver – Davi Teixeira (BRA)
Bronze – Cliff Gralton (AUS)
Cobre – Jose Martinez (EUA)

Stand (em pé) 3 Feminino
Ouro – Charlotte Banfield (ENG)
Prata – Mireia Cabanes (ESP)
Bronze – Stella Papetti (ITA)
Cobre – Ursula Pueyo (ESP)

Stand (em pé) 3 Masculino
Ouro – Luciano Silveira (BRA)
Prata – Colin Cook (HAW)
Bronze – Eric Dargent (FRA)
Cobre – Naomichi Katsukura (JAP)

Stand (em pé) 2 Feminino
Ouro – Zoe Smith (ENG)

Stand (em pé) 2 Masculino
Ouro – JP Veaudry (RSA)
Prata – Forrest Weinberg (EUA)
Bronze – Nachman Balulu (ISR)
Cobre – Philippe Naud (FRA)

Deficiente Visual 1 Feminino
Ouro – Marta Paço (POR)
Prata – Valentine Moskoteoc (FRA)
Bronze – Carmen Lopez (ESP)
Cobre – Juliette Mas (FRA)

Deficiente Visual 1 Masculino
Ouro – Elias Ricardo Diel (BRA)
Prata – Thomas Da Silva (FRA)
Bronze – Ben Neumann (ALE)
Cobre – Kirk Watson (AUS)

Deficiente Visual 2 Feminino
Ouro – Alelí Medina (PUR)
Prata – Ling Pai (CAN)
Bronze – Heloísa Lauriol (FRA)
Cobre – Lou Mechiche (FRA)

Deficiente Visual 2 Masculino
Ouro – Pierot Gagliano (FRA)
Prata – Roy Calderon (CRC)
Bronze – Luís Medina (CHI)
Cobre – Matt Formston (AUS)