Série ao Fundo

Sem vontade de surfar

Equipe do canal Série ao Fundo dá “até logo” em curta-metragem.

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Até logo

“Por que eu não tenho mais vontade de fazer uma das coisas que eu mais amo?” Deste questionamento e de outros sentimentos comuns aos membros do Série ao Fundo, saturados da produção intensa nos últimos 7 anos, nasceu a inspiração para o curta-metragem “Sem vontade de surfar”, estrelado por Edinho Leite e lançado recentemente no canal como uma espécie de “até logo”.

Com linguagem lírica e poética, o filme trata da ação do tempo sobre a relação íntima entre surfista e surfe. Um relacionamento vivo, de muitas fases e sentidos.

Edinho Leite é o protagonista e responsável pela trilha sonora do curta-metragem. Apesar de décadas de experiência como apresentador na TV, esta foi a primeira vez que o jornalista atuou, debutando em grande estilo. Sua voz, marcada pela eloquência das transmissões, ganhou um tom mais introspectivo na narração que nos guia pela jornada emocional do filme. A trilha sonora foi tocada de improviso por Edinho, na inspiração do momento. E seu piano desafinado, ao invés de atrapalhar, intensifica a narrativa com uma dissonância provocativa.

O texto sensível é de autoria de Rafael Reis, que também assina a direção do filme. Já a direção de fotografia ficou por conta do olhar poético de Julia Mattos, enquanto Gaba Melo foi a responsável pela produção. Confira abaixo o texto na íntegra:

Ando sem vontade de surfar
às vezes me culpo
às vezes sou culpa.

Olho pro mar
tão perto
tão longe…

Meu mar
quanto tempo
quantos sentidos
muita história pra contar.

Entre ondas
séries
ondulações
e estações.

O tempo mede,
o mar ensina.

Elas vêm…
uma…
depois outra…
como se quisessem me dizer.

Às vezes escuto,
noutras ignoro.

Conselhos que um dia me fizeram tão bem
hoje, não sei.

Mudo eu
muda o mundo
me pego mudo
surdo, me fecho em mim.

Hoje tá clássico
não tô afim.
O que que deu em mim?

Ando sem vontade de surfar
me culpo
sou culpa.

Entre compassos
e batidas sem significado,
me despedaço.

Até que lembro
e me acalma a alma
que pra ser música
precisa de pausa.

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