O dia era das mães, porém os surfistas de Santa Catarina que foram presentados com um swell de respeito no último domingo (9). Em pleno período de pesca da tainha, o surfe foi liberado nas direitas volumosas e alinhadas em Imbituba (SC).
Surfistas como Felipe Gasparini, Daniel Barbosa, Fernando Feba, Guilherme Diego, Rafael Dálmata e Zeca se tacaram em algumas bombas com até 3 metros. O vento forte de sul e a temperatura de 15 graus tornaram o desafio ainda maior, mas eles saíram de cabeça feita.
Os surfistas atribuem parte do sucesso da sessão ao trabalho de monitoramento de ondulações feito pelo projeto Monitores Wavescheck, parceiro do Waves. Foi utilizado o gráfico exclusivo de águas rasas para prever a janela exata com as melhores condições no pico.
“Eles já tinham monitorado com eficácia a entrada dessa ondulação, com a direção favorável para esse pico e com uma janela de vento favorável de quatro horas. Eu confirmei o monitoramento eficaz e eles partiram para um dia de muita emoção e evolução, pois o oceano e seus segredos sempre mandam em tudo e em todos”, relata Sandro Guanais, responsável pelo projeto Monitores Wavescheck.
“Só tenho a agradecer a Santa Catarina e as amizades que eu tenho feito por aqui e foi muito legal ter monitorado esse swell com precisão. Entrei na pilha do Daniel para irmos atrás das bombas. Muito obrigado pelas orientações sobre previsões de análise do mar, foi inesquecível”, comemora Felipe Gasparini.
Daniel Barbosa descreve a sessão
“Nos encontramos às 7 horas da manhã e vimos que já tinha gente surfando. Ou seja, estava liberado o surfe em pleno início da pesca da tainha, o que é uma coisa rara de acontecer. Já tinha uns seis surfistas na água.
No outside, pegando umas ondas em torno de 3 metros, havia apenas um surfista, que não conseguimos identificar de imediato. Os outros estavam mais no inside, atrás das direitas para performance, mas também com tamanho.
Ficamos fissurados e partimos para o outside em busca das maiores. Nem demoramos a entrar, pois já estávamos com os equipamentos prontos. Chegamos lá fora e reconhecemos o Fernando Feba.
Não deu muito tempo e já estávamos sem referência, em alto-mar esperando pelas rainhas. Logo depois entrou uma série maior que nos varreu, mas o Felipe foi o único que conseguiu passar, pois ele sempre se posiciona mais para fora, em busca das rainhas.
Ficamos umas duas horas na água surfando sozinhos praticamente. A galera mais embaixo do pico quebrou nas intermediárias (Zeca, Guilherme Diego, dentre outros). Quando deu umas umas 9 horas, estávamos quase exaustos e querendo sair. Rafael Dálmata, local do pico, entrou no mar e logo de início pegou uma bomba, com certeza uma das maiores do dia, que nos estimulou a ficarmos mais um pouco.
Foi uma sessão épica. Pouco tempo em diante o mar mudou, entrou uma corrente de maré muito forte e o vento ficou meio cruzado. O mar começou a ganhar força mas também ficou bastante balançado. Já tinha feito a mala e finalizamos super bem o dia. Ganhamos um final de semana incrível monitorando o oceano e estando no lugar certo e na hora certa.”
As fotos da galeria acima foram clicadas por Rodrigo Amorim (@surfotoscontato).