Rio Grande do Norte

Em busca das urcas

Clemente Coutinho registra Eduardo Fernandes, Alexandre Ferraz, Paulo Moura e Rogério Soares em aventura pelas urcas do Rio Grande do Norte.

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O swell do último fim de semana ficou marcado na memória de quem aproveitou as perfeitas condições em alguns estados das regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Em busca de adrenalina, um grupo de pernambucanos partiu rumo ao Rio Grande do Norte. Na barca, Eduardo “Rato” Fernandes, Alexandre Ferraz, Rogério Soares e Paulo Moura (legend de Serrambi que é xará do ex-Top da elite mundial).

O objetivo era desafiar a Urca do Minhoto, bancada situada em alto-mar e já surfada por alguns integrantes da trip em condições clássicas no ano de 2013. Porém, um problema no barco forçou a tripulação a mudar o roteiro. Em vez da decepção, o grupo foi presenteado com altas ondas em outra urca. Enquanto um crowd com mais de 60 pessoas ia ao delírio no Minhoto, os pernambucanos encontraram ondas solitárias também em águas potiguares.

“O Rio Grande do Norte é o paraíso das urcas. Em 2013, fizemos uma sessão histórica no Minhoto, que é a principal dessas urcas. Desta vez, por ironia do destino, no maior dia do swell, que foi o sábado, a gente teve alguns problemas com o barco e acabou não conseguindo chegar ao Minhoto, onde estava um crowd enorme. Em compensação, acabamos encostando em uma outra urca que não queremos divulgar o nome, pois o Minhoto já está bem crowdeado, e conseguimos pegar altas ondas sozinhos. Deu errado, mas deu certo (risos)”, brinca Rato Fernandes.

A onda fica a 30km da costa e precisa de condições específicas de swell e de vento para quebrar. São 3 horas de barco para chegar ao local.

“Por ser localizado em alto-mar, o pico fica muito vulnerável ao vento. Surfamos condições extremas e muito parecidas com as ondas havaianas. Precisamos cair com pranchas grandes, pois as ondas eram muito volumosas, apesar de ter condições perfeitas. É difícil remar ao pico e dropar por dentro do tubo na remada, pois há uma correnteza oceânica que leva nos para o rabo da onda. Acredito que seja uma boa explorar de tow in quando está passando dos 8 pés, pois já dá pra dropar no lugar certo e pegar o tubo por trás!”, comenta Alexandre Ferraz.

No domingo, a ondulação de norte perdeu força, mas manteve uma boa pressão no litoral potiguar, e então os pernambucanos partiram para a Urca do Minhoto, que dessa vez quebrava solitária, bem diferente do sábado.