No início da semana, a região sul do Brasil recebeu um big swell que movimentou todo o litoral de Santa Catarina. A ondulação de sul/sudeste, com período acima dos 13 segundos, fez os “Jaguaboys” se movimentarem, já que o swell era perfeito para a Laje da Jagua (SC) mostrar a sua fúria.
Como o swell era dos bons, convidei uma galera de responsa para desafiar a Laje: Pedro Calado, Marcos Monteiro, Carlos Burle, Alemão de Maresias, Rodrigo Koxa e Lucas Chumbo. Alguns tiveram compromisso e não puderam vir.
Alemão e Chumbo aproveitaram que o swell prometia e se jogaram para Jaguaruna na companhia do skimboarder Lucas Fink e do cinegrafista Renan Vignoli. Quem também esteve na área foi o “mad dog” Márcio Freire, que surfou pela sexta vez na Laje da Jagua. O swell foi apelidado pela galera de “Eloah”, em homenagem à minha filhinha, que nasceu neste ano.
Foram dois dias intensos de big surf, segunda e terça-feira. Segunda foi o maior dia, e bizarro, porque surfamos direitas cabulosas e depois, com a troca da direção da maré, fomos para a esquerda, que estava perfeita. Eu fiquei revezando com os Jaguaboys entre as séries, já Alemão ficou na contenção de dar apoio à Chumbo e Fink.
Chumbo arrebentou e mostrou porque é um dos melhores big riders do planeta. Fink deu show à parte com seu skimboard e apavorou toda a galera no canal com cada onda surfada, o rapaz é um fenômeno. Alemão, depois de fazer a função com a rapaziada, também provou que tem muito surfe no pé.
Quem também apareceu junto na trip foi o mestre João Capilé, praticamente um mentor dessa equipe da Atow-Inj (Associação de Tow-In de Jaguaruna). “Capila” ficou com um grupo de amigos se revezando no reboque. Marcio Freire, que morou no Havaí por muitos anos, detonou com seu surfe power de backside. Além de surfar muito, ele é um exemplo de humildade e bom coração.
Nossa equipe sentiu o peso dentro d’água, e resolveu não deixar barato, também representando na sessão. Já na terça, o mar deu uma baixada e a galera mesclou o tow-in com a remada. Uma galera veio de Imbituba, Garopaba e Florianópolis e botou pra baixo com suas guns.
Foram dois dias alucinantes, vibe boa, risadas e altas ondas. Um swell diferente dos outros, com uma energia entre amigos que não presenciava há tempos. Galera unida, time forte e mostrando o que é o big surf de verdade. No final, nos reunimos para um churrasco na base da Atow-Inj e agradecemos a Deus por por mais um swell, desta vez o swell Eloah.