Deserto peruano

Secret entre amigos

Amigos exploram esquerda quilométrica e sem crowd no deserto peruano.

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Conhecida por alguns, sequer imaginada por outros, essa onda ainda é uma das pérolas em meio a paisagem desértica peruana que ainda se mantém com crowd bem ameno ou, com sorte, zero.

O litoral peruano é um verdadeiro parque de diversões (especialmente para os brasileiros pelo custo-benefício), com ondas para todos os gostos e níveis. Desde as pesadas ondas de Punta Rocas, as gigantes de Pico Alto, ambas localizadas na região de Punta Hermosa, passando pelas quilométricas Chicama e Pacasmayo, até as perfeitas e tubulares Lobitos, Piscinas e Cabo Blanco. Todas internacionalmente conhecidas e consequentemente crowdeadas.

Em meio a tantas ondas famosas e desejadas por surfistas do mundo todo, o deserto peruano esconde um potencial incrível e muitos outros picos menos conhecidos, mas com ondas não menos perfeitas.

Instigados pela previsão de duas ondulações vindas do Pacífico Norte, frequentes nessa época do ano, eu e meu amigo Yuri Leorato saímos de Porto Alegre em uma aventura de apenas quatro dias para encontrar uma destas joias do litoral do Peru e com a expectativa de altas ondas e pouco crowd.

Apesar da apreensão pelo pouco tempo disponível, de irmos a um lugar onde nunca antes estivemos e da incerteza se de fato íamos encontrar as ondas, estávamos otimistas que tudo daria certo e com a certeza de viver aquilo que todo surfista sonha: explorar um lugar novo, com uma onda perfeita e surfar só entre amigos.

Depois de algumas horas de avião até Lima e mais alguns quilômetros de carro, 10 horas depois de sairmos de casa estávamos de frente pra uma esquerda quebrando por uns 300 ou 40 metros e sem nenhum outro ser humano sequer próximo daquele pedaço de paraíso com cara de deserto.

Foram três dias inesquecíveis de surfe: quase 7.000 fotos, mais de 20 horas na água, esquerdas incrivelmente perfeitas que variavam de 1 até 1,5 metro, vento terral, crowd zero (por sorte), braços e pernas exaustas, rosto queimado do sol e aquela sensação de dever cumprido.

Em tempo da super exposição do surfe, da comercialização da imagem do esporte, olimpíadas, piscinas de ondas, entre outros, ter uma oportunidade de voltar ao verdadeiro sentimento de simplesmente descobrir e surfar uma onda nova e perfeita, sem internet, só com um amigo na água, é um grande privilégio.

Quanto ao nome da praia e da onda, prefiro deixar oculto para mexer com a imaginação daqueles que ainda buscam por ondas não muito exploradas.