O Postinho é uma pequena parte da praia logo no início da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (RJ). Não me perguntem o motivo do nome, mas é muito conhecido entre os surfistas cariocas por suas ondas tubulares. Enquanto a Barra em quase toda a sua extensão apresenta valas com paredes mais cheias, o Postinho se destaca pelo posicionamento e sempre tem condições bem diferentes do resto dos picos.
Ali também tem uma laje que, mesmo quando não quebra, dá um formato mais triangular às ondas. Não à toa que por um tempo a etapa do mundial foi praticamente em frente à essa laje. E se o tubo que ninguém esquece (Kelly Slater, em 1997) foi no meio da Barra, no Postinho foram surfados diversos tubos nesses anos em que o mundial passou por lá, alguns até melhores que o do Kelly, acredito eu.
Mas o mundial foi para Saquarema e o Postinho ficou no anonimato, ou mais ou menos isso. Sempre que chega uma ondulação de médio tamanho ou mesmo grande, o pico apresenta boas condições e, além dos locais, uma galera vai até lá em busca dos tubos.
Nesse último sábado (23), uma ondulação chegou na cidade. A mistura de duas diferentes direções com tamanhos bem parecidos formou ondas em picos que abriam sobre qualquer fundo. Cheguei a checar outros lugares pela manhã, mas o Postinho foi o que pareceu melhor. Depois, mais tarde, soube que deu onda boa durante o dia em quase todas as praias do Rio de Janeiro.
O tempo não estava aberto logo cedo, mas uma fina camada de nuvens, bem típica das manhãs do outono carioca, dava um clima interessante nas fotos. Nos primeiros momentos, o contraste do céu, do mar e da espuma da onda estava muito bem nivelado. Conforme o sol foi subindo, a luz foi ficando mais cinza e difícil de fotografar, em alguns momentos o tempo abria e enchia as fotos de contraste.
Às vezes, em uma sessão, você vê as melhores ondas quebrando onde não tem ninguém. Por um momento, isso estava acontecendo nesse dia. Comecei a ver umas esquerdas muito boas quebrando sozinhas no pico ao lado de onde todos estavam. Foi o tempo do Marcelo Trekinho sair do mar, depois de ficar boiando em uma bela calmaria, já na intenção de olhar outro pico.
Falei daquelas ondas e logo percebi, e ele também, que não apenas quebrava uma esquerda boa, como a direita estava ainda mais oca e aberta. Foram uns cinco tubos seguidos, secos.
Surfistas nessa galeria: Daniel Rangel, Bezinho Otero, Filippe Ferreira e Marcelo Trekinho.
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