Surfistas do mundo todo sonham em passar temporadas inteiras nas ondas da Indonésia, e não foi diferente comigo e meus amigos Sidinho Cury, Manoel Campos e o casal Alexandre Bigode e Dani Boêta.
Bali, também chamada de Ilha dos Mil Templos, oferece várias opções de hospedagem, desde resorts a warungs – espécie de quiosque em frente às praias – que vendem bebidas, comidas, além de abrigar surfistas com menos possibilidades financeiras. Preferimos nos hospedar em Uluwatu, no hotel da família Gobleg (Gobleg Inn), que tem como gerente a simpática Lisa e seu marido Made, uma verdadeira mãe/pai para nós.
Perto dali, também fazíamos nossas primeiras refeições, normalmente no Ulu Resto, restaurante do amigo Wayan da melhor qualidade onde come-se muito bem por muito poucas rupias, a moeda local. Uma curiosidade sobre a cultura em Bali é que todo mundo tem o mesmo nome, diferenciando apenas o sobrenome. Assim, Wayan é o nome do 1° filho, Made é o 2° filho, Nyoman é o 3° e Ketut é o 4°.
Bali e suas ondas – Uluwatu é um reef extenso com as maiores ondas do Bukit. Sua constância e perfeição atraem a maioria dos surfistas. A bancada de coral tem diversos picos – Temples, Bombie, Peak, Outside Corner, Inside Corner e Racetrack – e, mesmo com tanta onda, ainda assim é muito crowd. O lugar é um anfiteatro natural e tudo o que fizer na água estará sendo visto e fotografado por várias pessoas de cima do cliff, com um pôr do sol espetacular.
Ao lado de Uluwatu, seguindo em direção a Kuta – centro nervoso de Bali repleto de lojas, restaurantes, hotéis e boates –, encontra-se a mítica praia de Padang Padang, onde quebra um incrível tubo para esquerda, mas que é raro dar as caras. É preciso um bom e grande swell com marés medianas para que a onda funcione do jeito, onde o baiano Leonardo Miranda pegou o tubo da temporada!
No fim da bancada de Padang, passando por Impossible, está Bingin, a onda com a formação mais perfeita de todas, um tubinho certo em cima de um coral superperigoso, onde o Manoel pegou o seu melhor tubo e se machucou feio. A onda é muito parecida com a do canal de Guaratiba (RJ) e fica boa com até uns 5 pés. Passando disso, ela tende a correr por fora do reef. O ponto do drop é um só e o crowd é intenso, mas os nativos dominam as ondas. No Julie’s Warung, bem em frente ao pico, o fotógrafo Ego fica registrando tudo, além de oferecer uma alimentação espetacular, repondo as energias para uma próxima caída.
Além das ondas, Bali te oferece uma incrível oferta de opções de turismo. Este ano, conhecemos a milenar Tirta Empul (Templo das Águas), GARUDA Wisnu Kencana Statue, Uluwatu Temple (Templo dos Macacos), Tanah Lot Temple, Sacred Monkey Forest Sanctuary (Floresta dos Macacos) Ubud, dentre outros.
Mentawai – A “Indo” é o maior arquipélago do mundo, com mais de 18 mil ilhas. Sendo assim, fomos realizar o sonho de surfar apenas com os amigos em ondas de 4 a 12 pés perfeitas, num cenário paradisíaco. Essa região é muito procurada por surfistas de todos os cantos do mundo, onde tivemos o privilégio de contar com surfista profissional Flavio Costa, que ganhou a viagem e estadia da Indo Dreams Tours – Hidden Bay Resorts Mentawais – Abrasp como prêmio, sorteado entre todos os competidores do circuito Rio Surf Pro Brasil 2018.
Além dos novos amigos baianos, Leonardo Miranda, Inaldo, João M Dantas, Rubenito Aragão, Celso Pereira, Felipe Dourado, os paulistas Bruno Furlani e Adriano Piovezan e o carioca Felipe Wardil.
Resort – O Hidden Bay Resort foi construído por brasileiros em frente a uma baía de águas cristalinas emoldurada por uma exclusiva praia de areia branca com cerca de 1,5km de comprimento, bem no meio das mais de 24 ondas perfeitas no norte de Mentawai.
Alexandre Ribas é um dos proprietários e vive com sua família no Resort, sua esposa Luana Panek e suas duas pequenas filhas, Gaia e Ayla, de 1 e 2 anos, respectivamente. Ele é o responsável por receber e guiar os hóspedes sempre achando as melhores condições de surf, usando sua experiência de 6 anos surfando diariamente na região. Um lugar perfeito, com alma brasileira e ambiente familiar, onde grupo de amigos, casais e famílias se sentem em casa.
Foram dias e mais dias de muito surfe e diversão. Boas ondulações entraram sem parar e com o apoio do excelente surf coach Raoni Silva e do treinador físico Luciano Califa, o nível de surfe de todos foi elevado ao extremo. Com seu excelente conhecimento da região e da logística dos barcos de outros resorts e surf camps, o guia Alexandre garantiu estarmos sempre no lugar e na hora certa. Um exemplo foi no dia em que surfamos Kandui em condições épicas, com destaque para o paulista Bruno Furlani, e logo depois pegamos E-bay sozinhos enquanto os outros surfistas almoçavam dentro do speed-boat.
Uma experiência única, não só por se hospedar num resort de luxo com toda a estrutura necessária para da melhor forma viver a trip dos sonhos, mas também por contar com todo o apoio necessário com dicas de surf, dos picos e o trabalho de regeneração física diária.
Uma trip que ficará marcada na memória de cada um que esteve por lá.
Depois de uma cansativa viagem, voamos de Padang para Kuala Lumpur, na “Malaysia”, onde ficamos dois dias e conhecemos alguns pontos da cidade como Batu Cave, Petronas Towers, KL Tower, gastronomia local e a arquitetura milenar misturada com enormes obras futurísticas, voltamos com escala em Dubai “Emirados Árabes” e finalmente chegamos ao nosso querido e amado Rio de Janeiro.
Marquinho Silva (47) é carioca, local de Guaratiba-Bangu, tem 36 de surfe, é sócio da agência de turismo Indo Dreams Tours (@indodreamstours), é aficionado por tubo e tem como lema de vida trabalhar para surfar as melhores ondas do mundo.
Agradecimentos – Gobleg Inn Uluwatu, Hidden Bay Resort Mentawais, shaper Joca Secco, WetWorks, Atual Clube de Benefícios, Body Fitness, Brotoejol, Tattoo Academy BR, Eklo Water, Protetor Brazinco, Rubber Sticky e AiT Surf Operadora.
