A Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, oferece uma variedade de picos para o surfe, kite e pode ser ideal para uma surf trip em família, amigos ou mesmo sozinho. A diversidade de ondas na região é incrível, os preços, se bem pesquisados, podem ser bem em conta – principalmente na época das ondas – e você voltar para casa de cabeça feita, economizando dólares.
Vamos explorar alguns dos principais destinos para surfar nessa região, que, para os cariocas, muitas vezes, representa as primeiras emoções das surf trips. Para quem não está familiarizado com a região por morar em outros estados, a Costa do Sol, como também é conhecida, pode ser ainda mais intensa e interessante para ser explorada.
A trip tem alguns pontos altos em seu trajeto, a começar pelo visual da travessia da Ponte Rio-Niterói, que, mesmo para quem está acostumado a passar ali cotidianamente, revela seus encantos diariamente. As estradas se dividem entre as com pedágio, e portanto bem conservadas, e outras que são bem perigosas, como a BR-101, que em vários trechos apresenta uma pista em mão dupla com alto tráfego de Caminhões.
Lembrando que não temos a intenção de criar um guia, mas sim, revelar e mostrar alguns aspectos interessantes da nossa querida Região dos Lagos e assim sugerir alguns caminhos. Vamos começar pela cidade que ficou mais conhecida por ser zoada pelo prefeito do Rio Eduardo Paes, do que por suas ondas.
Maricá – Começando nossa jornada de surfe, a praia da Barra de Maricá é uma praia larga e comprida, localizada entre as Praias de Itaipuaçu e Guaratiba, no bairro da Barra em Maricá. Com acesso fácil e infraestrutura boa, normalmente as ondas quebram bem no inside, mas você pode dar sorte e pegar altas ondas em Itaipuaçu.
Ponta Negra – Praia no extremo leste (ou canto esquerdo) de uma praia com mais de 30 km de extensão, tem uma dinâmica costeira parecida com a da Praia do Arpoador, no Rio. Parcialmente abrigado pelo costão de pedras das ondulações em torno de leste (ESE/ENE), o pico recebe de frente as ondulações com direção em torno de Sul (S), sendo a formação do fundo de areia determinante para a qualidade das ondas.
Jaconé: A praia de Jaconé é um dos segredos bem guardados da Região dos Lagos. Com ondas consistentes e menos lotação, é um lugar ideal para surfistas em busca de tranquilidade e boas sessões de surfe. Há alguns tesouros para poucos em Jaconé, um deles é a Laje de Manitiba, a Teahupoo Fluminense. O lugar foi descoberto nos anos 1970 e seguiu sendo surfado por locais como Marcos Monteiro, de Saquarema. Há cerca de 14 anos, uma barca liderada por Carlos Burle experimentou outra abordagem através das estilingadas proporcionadas pelos jet-skis.
Saquarema: Não se pode falar de surfe na Região dos Lagos sem mencionar Saquarema. Conhecida como o “Maracanã do Surfe Brasileiro”, Saquarema é lar de Itaúna, uma das ondas mais icônicas do Brasil. Suas ondas de classe mundial atraem surfistas cariocas desde os tempos dos Festivais de Saquarema, evento que tinha o surfe como fio condutor, mas que também contava com shows de rock, alguns deles imortalizados através das performances de nomes como Raul Seixas, Rita Lee, entre outros. Além das sempre cobiçadas ondas de Itaúna em Saquá você pode pegar altas esquerdas na Vila ou – se der sorte e tiver competência – surfar os barrels que quebram na Barrinha.
Praia Seca: Localizada ao lado de Saquarema, encontramos Praia Seca, um local menos conhecido, mas igualmente encantador. Essa praia tem ondas que normalmente fecham bastante, mas para aqueles que procuram uma experiência mais tranquila em termos de crowd, vale o check. A PS oferece ondas melhores para bodyboarders, com destaque para a Pernambuca, canto esquerdo da praia em direção a Massambaba. Ali uma protuberância de areia e pedras avança sobre o oceano e forma um pico com boas ondas.
Figueira de Arraial do Cabo – Podemos dizer que a Figueira, região que fica entre a Praia Seca e Arraial do Cabo, é a parte mais selvagem do roteiro. Por ali, as ondas são bem fortes, o crowd é praticamente zero, e você pode realmente pegar dias incríveis com tubos, terral e visual alucinante. Atualmente o local sofre bastante por conta da especulação imobiliária, que usa e abusa da grilagem de terras (dunas), que formam a (APA) Área de Proteção Ambiental de Massambaba. Não há uma boa infraestrutura na cidade, e o ideal é se hospedar em Arraial do Cabo e explorar as várias valas da região.
Arraial do Cabo: Mais adiante na costa, chega-se a Arraial do Cabo, que é conhecida por suas praias paradisíacas e excelentes condições para o surfe. Praias como a Praia Grande – a principal da cidade – e a Praia Brava, onde a água é azul, as ondas fortes e o acesso difícil, são famosas por receber bem ondulações de praticamente todas as direções. O visual de Arraial realmente impressiona e, com certeza, vale muito a pena conferir. Além das praias mais conhecidas, há opções de secrets que podem fazer a cabeça dos mais exigentes. Como se diz: ‘economizando dólares’.
Cabo Frio: Cabo Frio, lar do nosso Victor Ribas, pode ser considerada uma cidade média. Com ótima infraestrutura, CF oferece boas ondas já em sua praia mais famosa, a Praia do Forte. Mas há outras opções, como a Praia das Dunas, Praia do Foguete, além da lendária Praia do Peró, que em seus melhores dias oferece o “Peroline”, uma onda rara e tubular que funciona com vento sudoeste.
Búzios: Finalizando nossa viagem pelo surfe na Região dos Lagos, chegamos a Búzios, um destino sofisticado que também possui algumas praias excelentes para o surfe. A Praia de Geribá é a mais famosa, com ondas consistentes e uma atmosfera vibrante. BZ, como é carinhosamente conhecida pelos cariocas, segue sendo um lugar que merece ser visitado: alto astral, gente bonita e ótima gastronomia. As opções de surfe que não são muito constantes, mas que oferecem ótimas oportunidades quando há ondulações. Destaque para Geribá e Tucuns. Há alguns secrets na região.
Em resumo, a Região dos Lagos é um verdadeiro paraíso para surfistas e não surfistas. Nela, há uma variedade de picos que atendem a todos os níveis de habilidade. Se você é um amante do surfe ou está simplesmente em busca de aventuras ou um passeio com a família, ou mesmo em companhia de seu parceiro(a), inclua a Região dos Lagos em seus objetivos de viagem.
Mais algumas dicas que podem salvar:
- Leve uma boa roupa de borracha, a água na região, não raro, é bem fria.
- Não dê mole com os pertences no carro.
- Respeite, sempre, os locais.
- Faça um levantamento dos pedágios.
- Se puder, contrate um guia local.
- Se você veleja de kite, traga o equipamento.
- Várias blitz na região. Carros com pranchas em cima, normalmente, são convidados a parar.
- Leve o melhor quiver que puder. As ondas na região vão de marolas à bombas de até 15 pés para os mais corajosos.
- Se conhecer um secret, não fotografe, não explane, não faça stories.
- Se beber não dirija. A Lei Seca é levada a sério na região.
- Não leve nosso roteiro muito a sério. Aproveite para explorar.
- Normalmente o inverno é a época em que a região recebe as maiores ondulações. Porém a Primavera e até o Verão podem trazer ótimas surpresas.
Canais citados na matéria:
Fontes pesquisadas:
Feserj