
Faleceu aos 92 anos na tarde do último domingo (19) um dos maiores jornalistas do país, com a voz marcante da TV brasileira, Léo Batista. O comunicador lutava contra um tumor no pâncreas e resistiu internado por 13 dias.
A voz inconfundível de Léo ecoou em momentos históricos do esporte brasileiro, muito além do futebol. Em 1972, como âncora da cobertura das Olimpíadas de Munique, ele apresentou ao público brasileiro novas modalidades como ginástica artística e atletismo.
Em 1979, Batista fez história ao ser a primeira voz a falar de surfe na televisão brasileira, no programa Esporte Espetacular. A iniciativa pioneira de trazer o surfe para a telinha surgiu de uma parceria com Rico de Souza, competidor à época, que, junto a Léo, revolucionou a cobertura esportiva no país.
Com a ajuda de Rico, que compartilhava seus conhecimentos sobre a modalidade, Batista conseguiu transmitir para o público toda a emoção e adrenalina das ondas, popularizando o esporte e abrindo caminho para a ampla cobertura que o surfe tem hoje na mídia.
“Sentamos lá e eu falei: como é que é? Quando sobe, bate lá e dá a volta é o cutback. “Ah, aquilo é o tubo”, lembrou Léo ao GE em outra oportunidade.
“Ele incorpora, ele se veste de surfista para transmitir essa emoção. Era um contraste muito grande, o Léo caretão e todo mundo cabeludo. A juventude respirava uma vontade de novos desafios, novidades”, disse Rico de Souza ao GE.
Inicio da carreira de Léo Batista
Nascido João Baptista Belinaso Neto em 22 de julho de 1932, Cordeirópolis (SP), Léo Batista descobriu sua paixão pela comunicação ainda jovem. Em 1940, sua voz já ecoava pela cidade nos anúncios do alto-falante da Praça João Pessoa.
A mudança para o Rio de Janeiro, em 1952, marcou o início de uma nova fase na carreira de Léo Batista. Contratado pela Rádio Globo, ele estreou no programa “O Globo no Ar” e, em 1954, ingressou na equipe esportiva, onde sua voz marcante começaria a conquistar o público.