Hong Kong, um lugar onde a modernidade e as tradições ocidentais se fundem com os ecos do controle chinês, sempre foi um símbolo de resistência e liberdade. No entanto, essas mesmas liberdades parecem estar diminuindo, mesmo nos lugares mais inesperados: suas praias.
O surfe, uma prática que encarna a conexão com a natureza e a individualidade, está sendo silenciado em Hong Kong. Desde 2020, com a imposição da Lei de Segurança Nacional por parte de Pequim, a cidade assistiu à redução de seus espaços para expressão. A mais recente vítima parece ser a comunidade de surfistas de Hong Kong.
Em um movimento que relembra as táticas de controle mais rígidas do continente, o Departamento de Serviços Culturais e de Lazer (LCSD) de Hong Kong proibiu o surfe em todas as 42 praias públicas sob sua gestão, alegando preocupações de segurança.
Big Wave Bay, uma das poucas praias com ondas adequadas para o surfe, foi marcada com cartazes de “Proibido surfar”, uma decisão que afeta uma comunidade de surfistas que prosperou por décadas neste recanto da cidade.
As sanções são severas: multas de até $2.000 USD e duas semanas de prisão para aqueles que desafiarem a norma. Para muitos, estas medidas não são apenas excessivas, mas também refletem o endurecimento das políticas que buscam suprimir qualquer demonstração de independência.
Em meio à controvérsia, surge uma voz inesperada: Adrian Pedro Ho King-hong, parlamentar do Partido Nova Gente.
Ho lutou para manter abertas as praias para os surfistas, propondo alternativas como zonas exclusivas para surfe ou restrições horárias. No entanto, seus esforços foram rejeitados. “Há tantas praias em Hong Kong. Deve haver pelo menos uma onde isso seja possível”, declarou frustrado.
Fonte Stab