Uma das notícias mais comentadas no surfe, principalmente o de ondas grandes, é a retomada do XXL, um dos mais icônicos eventos do big surfe mundial, que inclusive alçou nomes como Carlos Burle ao primeiro time dos big riders mundo afora. A premiação volta à cena capitaneada pelo seu criador, o visionário Bill Sharp, que já trabalhou para grandes marcas, entre elas a K2, Billabong e a própria World Surf League (WSL).
Após 25 anos de dedicação à organização de eventos de surfe em ondas gigantes, Bill busca apoio para suas novas iniciativas em um difícil cenário. Em suas redes sociais ele diz que o prestigiado prêmio XXL (que já foi chamado de Oscar do surfe), está em uma posição precária.
“Recuando uma década atrás, os Billabong XXL Big Wave Awards constituíam uma parte inalienável da indústria do surfe nos Estados Unidos”, recorda o inventor do formato.
“Entretanto, a indústria do surfe que sustentava nossos esforços praticamente desabou neste momento, e reunir todos os surfistas em um único evento tornou-se quase impossível.”
Ele segue afirmando que “o surfe em ondas grandes se encontra agora desprovido de um epicentro, onde atletas, fotógrafos e aficionados possam direcionar sua atenção e acompanhar o desenvolvimento do esporte.”
Bil conta que a demanda por eventos desse calibre também foi uma das solicitações da comunidade mundial dos big riders.
“Numerosos dos principais surfistas em ondas grandes procuraram-me no ano passado e solicitaram que eu revivesse a emoção dos dias de glória do prêmio XXL”, relata. “Foi assim que concebi o The New Big Wave Challenge”.
Sobre as categorias, ele conta que teve que suprimir seu ímpeto em criar algo realmente grande e simplificar o evento.
“Preciso constantemente relembrar a mim mesmo para simplificar”, explica o idealizador do formato XXL.
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A estrutura inicial do evento incluirá as categorias mais essenciais: Ride of the Year; Surfer of the Year; Biggest Paddle Wave; Biggest Tow Wave; Best Wipeout. O evento volta com tudo, entretanto, este ano, não haverá premiação em dinheiro.
“Estou iniciando o The New Big Wave Challenge para primeiro restabelecer as bases”, afirma completando: “Precisamos, inicialmente, pôr o sistema em funcionamento.”
“Ao conversar com centenas de pessoas”, revela Sharp, “apenas algumas mencionaram a questão do prêmio em dinheiro. A maioria busca estabelecer sua relevância como um ativo patrocinável.”
E vai além: “Para muitos deles, a diferença entre ter 5 ou 5.000 ou 50.000 dólares… realmente não fará diferença em suas carreiras. O primeiro passo é estabelecer uma plataforma em que todos possam ser reconhecidos, e esse sistema precisa ser implementado.”
A cerimônia de premiação do The New Big Wave Challenge ocorrerá em outubro em Nazaré, Portugal, uma mudança significativa em relação à antiga cerimônia realizada no sul da Califórnia, uma decisão que se mostra bastante sensata.
“Independentemente da própria onda, a comunidade de Nazaré me remete ao clima do North Shore dos anos setenta”, descreve.
“Era o local onde todos se congregavam com um propósito comum. Preparavam seus equipamentos, sintonizavam-se mentalmente e se lançavam ao desafio de remar em ondas de trinta pés a cada poucos dias. É verdadeiramente um ambiente próspero e o único lugar no mundo onde posso contar com algum apoio governamental para algo dessa natureza.”
Uma vez concluída a cerimônia e feita a entrega dos prêmios, inicia uma janela para uma segunda temporada do The New Big Wave Challenge.
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“Até lá, espero eliminar o rótulo de ‘novo’ e substituí-lo por um nome de patrocinador incrivelmente abastado e prestigioso”, acrescenta Sharp com um sorriso.
Além disso, a próxima temporada coincidirá com o fenômeno climático El Niño, que, embora não seja vantajoso para a Austrália, historicamente tem beneficiado o Havaí e a Califórnia.
“Passamos por alguns anos com ondas de sessenta pés, mas é hora de assistirmos ondas de oitenta ou até noventa pés”, estima.
Recorde Mundial da Maior onda Surfada – Em 2002, Carlos Burle venceu o Nissan XXL, na categoria Maior Onda da Temporada, com uma onda surfada em Mavericks de aproximadamente 68 pés (22 metros). Com auxílio de jet ski, Burle surfou essa onda de tamanho inimaginável para os padrões da época. O tamanho da onda lhe garantiu o recorde mundial.
Maya Pentacampeã do Billabong XXL – Em 2007, depois e 3 anos de ter começado a surfar, Maya venceu o maior prêmio de ondas grandes do esporte, o Billabong XXL. O prêmio escolhia a melhor performance geral das meninas no ano anterior. Depois do primeiro, Maya não parou mais. Teve uma ótima sequência de vitórias até 2010, foi interrompida apenas por sua principal adversária Keala Kenelly em 2011, depois voltou a vencer em 2012. Nesse período Maya surfou vários lugares que não eram muito comuns para mulheres como Mavericks, por exemplo. Ficou quatro anos consecutivos sendo considerada a melhor surfista de ondas grandes do mundo.
Fontes Swellnet