A WSL anunciou nesta quinta-feira (10) que a brasileira Maya Gabeira ganhou a categoria Maior Onda do Big Wave Awards 2020 e de quebra estabeleceu o novo recorde mundial de maior onda já surfada por uma mulher.
No dia 11 de fevereiro de 2020, na Praia do Norte, Nazaré, Portugal, Maya ampliou o seu próprio recorde ao descer uma morra de 23,5 metros (73,5 pés). O feito anterior era de 20 metros (68 pés) no mesmo local.
Assim, a WSL validou a nova onda de Gabeira no Guinness World Records® com o título de Maior Onda Surfada – Sem Limites (Feminino).
“Esta onda foi durante o campeonato de ondas grandes da WSL e, apesar de achar que não sou uma pessoa competitiva, eu estava muito concentrada e mais corajosa do que o normal neste dia”, revela Maya.
“Eu estava arriscando bem mais e, quando larguei a corda do jet-ski, tive a sensação de que poderia ser a maior onda da minha vida, mas não tinha certeza. A velocidade era muito alta e o barulho que a onda fez quando quebrou, me fez perceber que esta era provavelmente a maior onda que surfei”, detalha a brasileira.
Embora as divisões masculina e feminina sejam separadas na categoria Maior Onda do Ano, a craca de Gabeira também superou a categoria masculina, que foi vencida pelo havaiano Kai Lenny com uma onda de 21 metros (70 pés).
“Este recorde mundial é realmente surpreendente porque o tamanho da onda foi mais alto até do que a onda do vencedor masculino, então isso significa que uma mulher surfou a maior onda do ano no geral”, afirma a big rider carioca.
“Estou muito feliz por mostrar que é possível uma mulher surfar a maior onda do ano. Assim que você vê aquela pessoa ali, é muito mais fácil. Gosto de fazer algo que parece tão impossível por causa do que pré-estabelecemos o que seja possível para o gênero. Quando é mostrado que é possível, fica mais fácil para o próximo. Quase não parece que era eu, mas amo o jeito que foi concretizado”, avalia.
Em uma das batalhas mais acirradas na história do Big Wave Awards, a onda da Gabeira mediu pouco mais de 2 pés do que a onda surfada pela francesa Justine Dupont, também dropada em 11 de fevereiro na Praia do Norte.
Com uma disputa tão apertada, a WSL considerou importante ter os dados revisados por uma equipe científica independente, como um ponto crítico de referência para a determinação da maior onda. A equipe incluiu membros da WaveCo Science, o Scripps Institution of Oceanography, a University of Southern California, e o Department of Aerospace and Mechanical Engineering.
A análise foi baseada em imagens de vídeo e foto, posicionamento de câmeras, parâmetros de lentes de câmeras e condições ambientais, incluindo marés, luz solar e configuração das ondas. As equações de colinearidade foram utilizadas para transformar as coordenadas das imagens em coordenadas reais com base em estimativas dos parâmetros geométricos, incluindo a altura do precipício em Nazaré.
Além disso, pontos de referência fixos nas imagens, incluindo as alturas dos surfistas, as dimensões das pranchas de surfe e jet-ski e as alturas estimadas de agachamento, foram utilizados nos cálculos científicos.
“Estamos vivendo em um mundo totalmente diferente agora com a Covid-19”, completa Gabeira. “Sinto-me grata por ter vivido intensamente aquele início de ano e poder realizar algo no esporte que este ano tem sido muito desafiador para nós atletas. Por algum motivo de sorte, 2020 ainda significará muito para mim”, finaliza.
Vencedores do Red Bull Big Wave Awards 2020
Onda do Ano:
– Justine Dupont (FRA), Nazaré, Portugal, dia 11 de fevereiro de 2020
– Billy Kemper (HAV), Jaws, Havaí, dia 23 de janeiro de 2020
Maior Onda:
– Maya Gabeira (BRA), Nazaré, Portugal, dia 11 de fevereiro de 2020
– Kai Lenny (HAV), Nazaré, Portugal, dia 11 de fevereiro de 2020
Performance do Ano:
– Justine Dupont (FRA)
– Kai Lenny (HAV)
Maior Onda na Remada:
– Paige Alms (HAW), Jaws, Havaí, dia 12 de dezembro de 2019
– Eli Olson (HAV), Jaws, Havaí, dia 12 de dezembro de 2019
Wipeout do Ano:
– Keala Kennelly (HAV), Jaws, Havaí, dia 12 de dezembro de 2019