A galera Soul BodySurf começou a monitorar o swell desde a quinta-feira (18), pois a ideia era colocar uma missão em prática que não poderia ter erro. A previsão era de ondas com 3 metros para alguns picos do Rio de Janeiro. A raríssima “A Besta”, onda que quebra numa laje na saída da Baía da Guanabara (RJ), só funciona em condições especiais e ela poderia finamente acordar.
Sem patrocínio e financiamento, tínhamos que escolher o dia certo, então fechamos o barco para o domingo (21) e contamos com a sorte. Éramos em quatro bodysurfers: eu (Julio Cesar Rodrigues – JC), Fabio Eller (Russo), Carlos Souza (GuGa) e Phelipe Rodrigues (PH). Partimos só com nossas nadadeiras (pe de patos), na remada e na pernada para surfar a temida onda da Laje A Besta.
No ano de 2017, em uma missão pra lá, Fabio Eller foi único que conseguiu o drop até então inédito. Naquele ano as condições eram muito difíceis para posicionamento, as ondas não quebravam em um local fixo, o que se tornou uma questão de sobrevivência.
Com isso, ficamos monitorando essa onda durante dois anos. Em 2018 chegamos ir lá em um swell, mas não achamos a onda. Esse ano deu tudo certo! Conseguimos ficar bem à vontade no mar, não tinha muita corrente e as ondas quebravam quase sempre no mesmo lugar, facilitando o posicionamento para remada na onda.
O principal ponto era não tomar na cabeça, pois isso poderia ser fatal! Não sabemos ao certo qual tamanho dessa onda, mas isso é o que menos importa para nós. Fizemos por amor ao esporte! Fizemos uma vaquinha para o barco e fomos lá, no peito e na raça.
Gostaríamos de agradecer a galera casca grossa do GMAR que deu grande apoio nas horas mais críticas, aos nossos guerreiros Laercio da Rocha Soares Filho e Bruno Freitas. Agradecimento também ao nosso piloto do barco, mestre Eduardo Souto de Oliveira. Aloha!
A Galera Soul BodySurf ainda contou com os fotógrafos Fernando Amorim, que ficou no barco, e com o Arthur Méier, que foi pra a água. Eles fizeram cliques alucinantes e eternizaram momentos marcantes.
Foi muito irado, pois todos conseguiram dropar a onda. Ninguém foi melhor que ninguém. A cada drop galera gritava muito, vibrando demais! Tudo deu certo! Deus estava no comando sempre! Marcio Couto também deu uma ajuda lá de cima, tenho certeza disso. A energia positiva com adrenalina era fora do comum lá no pico.
Voltando no barco olhei para os olhos de cada um, ninguém conseguia com palavras definir o que tinha acontecido. Geral emocionado. Foi demais! Durante esses 42 anos de vida, posso dizer que foi a minha melhor trip. Fizemos história no surfe de peito e é isso o que importa.
Obrigado família BodySurf! Obrigado Soul BodySurf! Aloha Waves!