Deu no NY Times

Eddie dá as caras

Maior jornal do mundo, The New York Times reserva muitos elogios na cobertura do Eddie Aikau, celebra surfista místico, enaltece big riders e destaca cenário utópico do evento.

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Jornal mais influente do planeta, The New York Times não economiza nas tintas para elogiar a mística do The Eddie Aikau Big Wave Invitational.

De acordo com um artigo publicado no mais importante jornal do planeta, o americano The New York Times, “valeu a pena a espera” por longos anos para a realização do Eddie Aikau Invitational em condições épicas em Waimea Bay, Havaí.

A jornalista Talya Minsberg não é especializada, mas descreve em detalhes um ambiente que remete a uma epopéia envolvendo quarenta convidados em um desafio com a natureza exuberante, brutal e fatal: “Os melhores surfistas profissionais do mundo e lendas locais enfrentaram ondas que ultrapassaram os 15 metros, enquanto cerca de 60 mil espectadores assistiram da praia e dos penhascos ao redor. O Eddie Aikau Big Wave Invitational, conhecido como Eddie, é realizado apenas quando a face das ondas chega a ser maior que 40 pés em Waimea Bay, uma raridade”.

Minsberg não deixa de celebrar Eddie Aikau e sua heróica trajetória. “Eddie salvou mais de 500 pessoas como salva-vidas, incluindo seu ato final. Ele fez parte de uma viagem de canoa refazendo a antiga rota de migração polinésia entre o Havaí e o Taiti em 1978. A embarcação virou na costa de Lanai e, depois de esperar pelo resgate, Aikau pegou sua prancha de surfe e remou em direção à costa para obter ajuda. O restante da tripulação foi resgatado, mas Aikau nunca mais foi visto”.

O texto também reforça o trabalho da organização e dos locutores, que entre elogios compartilhados aos competidores e às condições em constante mudança no oceano, sempre que possível falavam extensivamente sobre a cultura havaiana, a história e a própria mitologia de Aikau..

A jornalista também destaca os locais Makua Rothman, que sofreu lesão em uma competição há uma semana, e que remou utilizando joelheira. O lendário Michael Ho, 65, também é mencionado por competir ao lado de seu filho, Mason, 34.

A participação brasileira também é citada no artigo. Afinal, a Andrea Moller fez história ao tornar-se a primeira mulher a pegar uma onda no Eddie, seis anos depois de Keala Kennelly se tornar a primeira mulher convidada como alternate na temporada 2016-17.

O clima na areia era de arena esportiva, prossegue a jornalista. “Quando as baterias terminaram, os surfistas voltaram para a praia sob aplausos estrondosos. Uma vez em terra firme, muitos ficaram em silêncio na beira da água, refletindo sobre o significado daquilo tudo”.

Irmão de Eddie, Clyde Aikau elogiou os surfistas pela disposição de enfrentar as ondas temíveis. “Hoje, só remar foi uma façanha em si”, disse. Segundo a correspondente do NY Times, “foi um final poético, um surfista e salva-vidas do North Shore vencendo um evento que homenageia um surfista e salva-vidas havaiano”.

O salva-vidas campeão, Luke Shepardson, foi exaltado ao final do texto. “Tenho que voltar para a torre e garantir que todos estejam bem até o final do dia”, disse o vencedor depois de uma breve comemoração. “É seguro dizer que é o que Eddie teria feito também”, finalizou com sabedoria a cronista.

Fonte The New York Times