Eduardo Garcia cresceu no interior de Portugal, na região conhecida como Alto Alentejo. No entanto, passava grandes temporadas no Algarve e sempre teve uma forte ligação com o mar. Quando foi estudar em Lisboa, conheceu o surfe e ficou fascinado. Naturalmente começou a surfar ondas cada vez maiores e surgiu a paixão pelas ondas grandes e pela produção de pranchas.
“Tudo começou quando fiz a minha primeira encomenda de prancha com o shaper Rabbit. Acabamos nos conhecendo e reparando que as nossas ideias se completavam. O Rabbit é um dos melhores shapers que conheço e mais tarde iria ser meu sócio naquilo que nós acreditamos que seja um movimento maior que nós. Formamos a ORG Surfboards – o nome refere-se a uma organização para o surfe, uma entidade que pretende dar mais ao surfe do que retirar”, conta Edu.
“Tentamos dar uma abordagem diferente ao tratar qualquer cliente como se fosse o nosso melhor atleta. Queríamos mais do que vender pranchas e olhar para a fábrica como um mero negócio, pois o importante para nós é ser feliz no nosso local de trabalho e surfar. Os principais desafios do projeto foram sem dúvida enfrentados no início. Eu e o Rabbit fazíamos tudo no processo de fabricação e reparações. Com Rabbit na sala de shape, eu tratava das vendas e de toda a logística que uma fábrica exige. Entretanto, fomos criando a nossa equipe e o maior desafio de todos hoje é fazer as melhores pranchas do mundo para ondas grandes. A paixão pela performance foi, sem dúvida, o que desencadeou tudo isto, pois as pranchas têm que funcionar”, continua o português.
Apesar de fazer todos os tipos de pranchas, é inegável que eles têm se especializado na criação guns e tow boards. Para isso, contam com a sinergia de dois legends, o californiano Gary Linden e o australiano Dylan Longbotton, parceiros na Europa e na África.
Vivendo na Praia das Maçãs, Edu às vezes tem dificuldade em encontrar alguém que o acompanhe nos dias grandes e tempestuosos, por isso, é comum ele chamar os seus atletas para acompanhá-lo nestas empreitadas, senão ele entra sozinho, mesmo que seja para pegar uma única onda e experimentar a adrenalina de enfrentar o oceano. Além de ter frequentado o curso de Treinamento de Resgate Aquático Avançado B.W.R.A.G. (Big Wave Risk Assessment Group) ministrado por Brian Keaulana, Pat Chong Tim, Danilo Couto e Kohl Christensen, a preparação conta também com os ensinamentos do mestre da apneia Jojó Parisot.
O clipe “Made in Alentejo”, narrado com o típico sotaque alentejano, mostra o orgulho que Edu sente pelo seu local de origem e um pouco dessa trajetória.