Um grande swell na costa brasileira movimentou a legião do big surf. Swell grande, período bom e lua crescente foram os grandes fatores para um dos maiores swells já vistos no Sul do país.
A Big Waves Brasil, com intuito de homenagear um grande ídolo do big surf brasileiro que faleceu em Nazaré, Márcio Freire, movimentou a legião para nomear o swell como Tempestade Freire #freirestorm.
Márcio era da equipe dos Mad Dogs, composta por ele, Danilo Couto e Yuri Soledade. O trio formou os grandes desbravadores das ondas de Jaws, Havaí, na remada. Além disso, Márcio era um dos membros dos Jaguaboys no Brasil, e marcou na pele a tatuagem da equipe.
No sábado (1), quando acordei e olhei os gráficos já sabia que teria uma grande possibilidade da Laje da Jagua quebrar. E também sabia que esse swell poderia ser um daqueles especiais que a gente já surfou e ainda não havia registrado.
Tentamos armar uma logística para fazer uma cobertura com o Gigantes de Nazaré, juntamente com Lucas Chumbo, e assim fazer um material diferenciado, já que o swell era especial.
Acabou não acontecendo, pois ficou muito em cima da hora. Mesmo assim, montamos uma logística enxuta, entre Jaguaboys, amigos e dois surfistas ex- top WSL, Rodrigo Pedra Dornelles e Marco Polo. Trip confirmada, liguei para André e Douglas, da Surfland, pra poder pegar os equipamentos deles pra somar na logística. Nosso amigo Edmilson Bola foi à Garopaba e quebrou um galhão pegando o jet com os equipamentos.
É sempre assim quando tem swell em Jaguaruna. Correria… Liga pra um, liga pra outro, chama fotógrafo, chama vídeo maker, aluga lancha e assim vai. Chamamos dois vídeo makers: Bred Oliveira e Renato Tinoco. E também dois fotógrafos, Luis Reis e Gabriel Gomes.
Alugamos a lancha de Marcos Vinicius. Veio de Laguna juntamente com Pepeu e se deslocaram em direção à Jaguaruna para se encontrar no beach break da Jagua e se juntar com o resto do pessoal.
Agilizamos toda função e partimos pra alto mar, 5 km da costa pra ver as ondas gigantescas da Nazaré Brasileira. Sinceramente, não dava pra acreditar no que estávamos ali presenciando. Ondas de 10 a 12 metros, algumas ainda maiores quebravam com uma pressão absurda na rasa bancada da Laje da Jagua.
“Foram quatro grandes swells surfados sem registros no pico, já vimos ondas acima dos 40 pés de face em 2011, mas devido a problemas de logística não conseguimos registrar. Mas sabíamos que uma hora ou outra ela mostraria sua face novamente”, afirmou André Paulista.
A gente vinha há anos falando e trabalhando isso na mídia, que a Jagua era a maior onda do Brasil, não é à toa que recebeu o apelido de Nazaré Brasileira. Ondas gigantes foram surfadas, talvez o maior registro da história no país. Mas ainda não foi o que a gente já viu por lá, uma hora a gente pega ela de jeito.
Foi uma sessão incrível, histórica e ficará marcada pra sempre, principalmente porque foi em homenagem ao nosso querido amigo Márcio Freire. E logo fica a pergunta no ar, qual tamanho de ondas que ainda poderemos ver em Jaguaruna?
Fica o mistério a sete chaves, mas certamente quando acontecer, vamos fazer de tudo para surfar e registrar para erguer a bandeira do big surf brasileiro.
Aproveitar para agradecer aos patrocinadores da trip, fundamentais para o swell: Surfland Brasil, Brazabank, Cloudbreak, Prefeitura de Jaguaruna, Vereador Rogemar e CFC Liderreal Jaguar.