Com raras exceções – e nessas me atrevo a citar as praias do Estaleirinho (SC), Capão da Canoa (RS) e Matinhos (PR) – o Sul do Brasil pouco vive a intensidade da cultura do bodyboard.
Há bons picos e muitos praticantes, mas o reconhecimento das comunidades locais e do mercado/indústria é restrito nessa região. Particularmente, este fato já me incomodou bastante, hoje prefiro continuar pegando onda e trabalhando com atividades relacionadas ao esporte.
Ciclones extratropicais são comuns na região Sul do Brasil. Acontecem algumas vezes por ano. Uma de suas boas consequências é a formação de ondulações consistentes, até aí nada de novo. Porém, a alta qualidade das ondas que este fenômeno natural propiciou no final do mês de maio em algumas praias brasileiras foi diferenciada.
A força, boa formação, longas manhãs sem vento, direção adequada e o tamanho da ondulação serão, possivelmente, reverenciados no futuro por muitos bodyboarders que tiveram o privilégio e a disposição de pegar ondas no Riozinho, pico de ondas triangulares localizado na praia do Campeche, em Florianópolis (SC).
Todos sabemos que o bodyboard se torna interessante e emocionante em ondas específicas. Tubulares e pesadas. Nestas condições a plasticidade e radicalidade do esporte ganham destaque. Entretém quem assiste e satisfaz quem pratica! Assim aconteceu naqueles dias…
A ondulação mostrou suas credenciais no sábado e domingo, dias 19 e 20 de maio, com ótimas condições. Mas, a segunda e terça-feira coroaram os mais atirados com tubos e rampas intensos, pesados, brutos e imponentes. Diria até que vimos o melhor do que pode-se vivenciar aqui na região.
Matéria originalmente publicada no site Mares e Lugares.