Foi lançado esta semana via redes sociais um dos documentos mais importantes no atual momento do surfe nacional, e que aponta várias irregularidades, descasos e insatisfações contra a atual gestão da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf).
O manifesto de repúdio é assinado por membros das mais diversas hierarquias do surfe brasileiro, de 15 estados, passando por integrantes de quadros técnicos de eventos, tanto estaduais quanto nacionais, bem como por juízes, head judges, beach marshalls, técnicos, presidentes e representantes de associações e federações, membros de staffs dos eventos, locutores, cinegrafistas e fotógrafos.
Nomes de peso, que ocupam cargos técnicos do surfe nacional, como Mauro Aichme ‘Rabelé’, Pedro Falcão e Sérgio Gadelha estão entre as assinaturas neste manifesto. Diversos catarinenses também assinaram o manifesto, como o diretor técnico e vice-presidente da Federação Catarinense de Surf, Jordão Bailo Júnior, Flávio Caldas Melo e Aurélio Ramos.
Segundo Aurélio Ramos, ex vice-presidente da Fecasurf Região Norte (SC), juiz e head judge da entidade e comentarista esportivo, “este manifesto dos diversos profissionais ligados aos eventos de surfe, todo o trade de trabalho que se dedica há décadas para o surfe brasileiro, co-responsáveis por este momento, como títulos mundiais e medalhas olímpicas, momento ímpar, neste momento não poderíamos ficar omissos com esta situação do surfe brasileiro“.
“Esta situação da CBSurf, o órgão soberano do surf amador brasileiro já esteve em boas mãos, quando ainda era a ABRASA – Associação Brasileira de Surf Amador -, mas, nas mãos do atual presidente, Adalvo Argolo, está sendo simplesmente vergonhoso. Descasos com as competições, deixando atletas na mão, não participando de eventos importantes“.
Sobre o momento competitivo da CBSurf, ele diz que “em nível de competições por seleções, nós estamos fazendo campanhas ridículas, pois estamos sendo geridos de forma equivocada pelo senhor Adalvo. Este é um manifesto democrático, das pessoas que estão envolvidas com o surfe no Brasil inteiro. E muitas delas abriram mão de participar dos eventos da CBSurf, e hoje encontramos federações mais organizadas que a confederação“.
“Esperamos que a justiça brasileira dê um caminho final para esta passagem nefasta desta diretoria da CBSurf, para que o surfe brasileiro possa respirar novamente, e que possamos voltar a ser aquela equipe vencedora. Para que possamos ter grandes eventos no Brasil inteiro, e que a Justiça de logo a condição da CBSurf ser tocada por pessoas ligadas ao surfe, pensando no surfe, fazendo surfe crescer”, finaliza Aurélio.
Segue abaixo, na íntegra, o Manifesto de Membros Técnicos do Brasil:
A Comissão Técnica que trabalha com profissionalismo, dedicação, respeito aos atletas e ao surfe brasileiro, composta por head judge, árbitros de surfe, tour manager, locutores, spotter, beach marshall, segurança de água, operadores de sistema de notas, fotógrafos, cinegrafistas, diretores de imagem, profissionais em transmissões pela web, assessores de imprensa e comunicação, vêm pelo presente documento, manifestar o seu repúdio e indignação à atual gestão da diretoria da CBSurf.
Viemos através deste manifesto, nos posicionarmos a respeito dessa gestão que não condiz com a moralidade com a qual o esporte deve ser gerido.
Após cinco decisões judiciais, foi formada uma nova Comissão de Atletas, eleita de maneira direta, transparente e democrática, como exige a lei e em substituição a comissão de atletas que supostamente existia, mas que foi considerada ilícita pelo judiciário. Em um momento ímpar em toda a história do surfe nacional, a CBSurf insistiu em descumprir várias decisões judiciais e hoje os atletas lutam por mudanças.
Ressaltamos também o posicionamento do manifesto feito por 12 das 15 Federações Estaduais do país que demonstraram toda a sua indignação e repúdio ao atual modelo dessa gestão que desrespeita a suas afiliadas, as leis brasileiras, a boa governança e o estatuto da Confederação.
Nesse contexto, houve ainda a união das chapas encabeçadas por Flávio Padaratz (Teco) e Jocélio de Jesus (Jojó), formadas por Paulo Moura, Carlos Burle, Brigite, Pinga, Picuruta Salazar, Ricardo Bocão, Jaqueline Silva, entre outros nomes históricos, respeitáveis por seus serviços prestados ao surfe brasileiro em toda sua história. Uma união feita em torno de um objetivo comum: A reestruturação, moralização, respeito aos atletas e ao surfe brasileiro.
Com tudo isso exposto, todos nós membros da Comissão Técnica do Brasil, não poderíamos ficar sem nos posicionar. Especialmente diante de uma gestão que causou e causa danos irreparáveis para toda a Comunidade do Surfe.
Estamos falando de toda uma cadeia profissional que vem sofrendo há mais de 10 anos com esse modelo de gestão arcaico, irresponsável e inepto.
Fortalecendo ainda mais a nossa convicção, reiteramos a urgência no cumprimento da decisão judicial proferida pelas duas instâncias (Desembargador e Juiz de Direito), que exige a realização de eleição para nova diretoria da CBSurf. É urgente, pois o surfe está parado e todos pedem mudanças.
É profunda a nossa responsabilidade como membros técnicos com o surfe nacional. Por isso exigimos, como foi determinado pelo judiciário brasileiro, que ocorra um processo eleitoral lícito e transparente para a nova diretoria da CBSurf.
Conclamamos todos os membros técnicos em seus respectivos estados, para que se posicionem, assinando o manifesto, informando a sua função e estado, com nome completo e RG ou CPF por dias melhores e mais felizes para todo o surfe brasileiro.
Clique aqui para ler o documento original