Em nova sessão de julgamento, a Comissão Eleitoral da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) define por três votos a zero a data de corte para que as federações se apresentem como aptas para votação, que está marcada para o próximo dia 22.
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A última sessão (14) foi pautada nestes termos pelos advogados que compõem a Comissão Eleitoral da CBSurf. Depois da decisão pela impugnação da chapa Nação Surfa Brasil no último dia 8, a Comissão Eleitoral abriu a sessão reafirmando seu posicionamento e rechaçando publicamente as críticas e ataques que a Comissão e, em especial, Dra. Julia Gelli Costa, vem sofrendo em decorrência do veto.
Dr. Gustavo Lopes Pires de Souza, relator da comissão, apontou ainda que tornar as sessões públicas e abertas, inclusive com a participação da imprensa como ouvinte, é um passo inédito e fundamental para a transparência do processo.
Ele afirmou ainda que, caso estas audiências não tivessem acontecido, provavelmente ambas as chapas com pedido de impugnação teriam todos os votos a favor da permanência nas eleições.
Porém, diante da oitiva de Flavio Padaratz, candidato da chapa Nação Surfa Brasil, os votos foram reconsiderados. Todas as sessões foram gravadas e podem ser acessadas através dos links disponibilizados pela comissão.
A pauta da sessão de ontem foi a homologação do Colégio Eleitoral, solicitada por 11 federações ligadas ao surfe, sendo que algumas delas apresentavam pendências e por isso não poderiam votar.
Depois de ouvir os representantes das partes e seus argumentos, foi aberta a votação para definir os critérios de regularização destas federações, estabelecendo uma data de corte para a apresentação dos documentos.
Vale lembrar que a eleição vem se arrastando desde 2020 e, por conta deste lapso temporal, os critérios de regularização das federações para participarem da votação ficaram com algumas pontas soltas. Os maiores empecilhos são a apresentação de documentações e a inadimplência das entidades junto à CBSurf.
Diante deste cenário, a sugestão do Dr. Gustavo foi estabelecer uma data de corte para os pedidos de regularização, definida retroativamente para o dia 08/01/2022, quando o edital da eleição foi publicado e o prazo de inscrição para as novas chapas foi aberto.
Esta data foi sugerida em nome da moralidade, para garantir que a votação final nas eleições não seja influenciada pelas articulações políticas nem favorecer um ou outro candidato.
Abrir precedentes para que as federações possam se regularizar em datas posteriores ao edital pode ser perigoso para a democracia como um todo.
Na sequência, votaram o Dr. Eduardo Mello e Dr. Julia, ambos concordando com a mesma data de corte. Foram dadas 48 horas para que os advogados das federações enviassem provas de que as mesmas estão aptas para votação e, depois disso, a Comissão irá publicar a lista definitiva do Colégio Eleitoral. Em relação à lista de atletas habilitados para votar, não haverá nenhuma mudança.
Em muitos momentos, a comissão demonstrou bastante indignação diante da repercussão da impugnação da chapa Nação Surfa Brasil. A transparência no processo foi amplamente exaltada e pontuada, destacando a criação das sessões online públicas e a publicação das gravações, exatamente para dar oportunidade a todos de saber quais decisões foram tomadas e quais argumentos foram aceitos ou rechaçados.
Tanto a Dra. Julia, quanto o Dr. Gustavo reforçaram que apenas o esporte perde, diante destas disputas judiciais – poucas vezes vista em outras modalidades esportivas.
O surfe é uma das maiores promessas de medalhas olímpicas e o quadro apresentado diante destas eleições mostra que algumas partes não estão pensando no sucesso do esporte – mas sim, dedicados a uma discussão política e de interesses escusos.
Encerrando a sessão, o relator deixou um apelo para que as chapas derrotadas deixem as divergências de lado e se unam pelo esporte, em vez de fazer campanha contra as ações em busca de uma nova eleição.
