Rip Curl Grom Search

Disputas acirradas no Guarujá

Primeiro dia da etapa final do CBSurf Rip Curl Grom Search 2024 na Praia do Tombo, Guarujá (SP), conta com duelos da Sub 18 Masculino e Feminino. Sarah Ozorio e Pedro Rian são destaques.

CBSurf Rip Curl Grom Search, Praia do Tombo, Guarujá (SP)

A Praia do Tombo, no Guarujá (SP), abriu o CBSurf Rip Curl Grom Search 2024 com uma emocionante cerimônia de abertura e disputas intensas na categoria Sub 18, com atletas de destaque buscando o título brasileiro. Na cerimônia das areias, equipes estaduais simbolizaram a união do surfe brasileiro, enquanto os jovens competidores deram um show em ondas desafiadoras, demonstrando o nível crescente do surfe de base no país.

A última etapa do circuito brasileiro de surfe de base também decidirá os campeões nacionais nas categorias Sub 12, Sub 14 e Sub 16 e definirá a Seleção Brasileira Júnior de 2025, garantindo aos atletas a oportunidade de representar o país no Mundial Júnior da ISA.

Murilo Veronesi, coordenador de marketing da Rip Curl, patrocinadora oficial do evento, ressaltou o papel fundamental do circuito no desenvolvimento do surfe no Para a Rip Curl, o Grom Search é de extrema importância, pois é o circuito nacional de base que prepara futuros campeões mundiais, como Gabriel Medina, Italo Ferreira, Filipe Toledo e Adriano de Souza — todos passaram por alguma etapa do Grom Search em suas carreiras. “São mais de 25 anos consecutivos promovendo essa iniciativa em parceria com as federações locais. É especial porque conseguimos oferecer ao surfe brasileiro uma estrutura de competição de alto nível.”

Cerimônia das areias dá início às competições – O evento começou com a tradicional Cerimônia das Areias, um momento simbólico que representa a união entre as federações estaduais. Cada equipe trouxe areia de uma praia do seu estado para misturar à areia da Praia do Tombo, um gesto de parceria e competição saudável entre os atletas e equipes.

Leandro Bastos, chefe de equipe da Federação de Surf do Estado do Rio de Janeiro (Feserj), enfatizou a importância do trabalho em equipe para o desenvolvimento dos jovens atletas e destacou o impacto dessa união para o futuro dos surfistas.

“Essa cerimônia de abertura é uma parte fundamental do nosso trabalho com essa molecada, pois reforça o espírito de união e trabalho em equipe. Embora o surfe seja um esporte individual, esses momentos ajudam a criar uma forte conexão entre os atletas que aprendem a importância de se apoiarem. Às vezes, em viagens ou em momentos difíceis, como quando alguém adoece, a ajuda mútua se torna essencial. Esse espírito de equipe se estende até a vida profissional, e nosso papel é mostrar a eles como é importante um apoiar o outro”, fala.

O clima na praia foi de muita animação, com as equipes expressando apoio aos seus atletas através de gritos de guerra e celebrações. A Federação Baiana de Surf (FBSURF) trouxe uma energia especial, promovendo uma comemoração descontraída, com banhos de areia e apoio animado a cada participante. A jovem surfista baiana Maria Eduarda Cesar, de 16 anos e atleta da Rip Curl, relatou sua empolgação ao representar o estado.

“Nossa, é muito legal! Eu amo a cerimônia de abertura; ela sempre traz uma energia incrível e dá aquela motivação extra. Poder representar meu estado é muito gratificante, é uma honra. Essa experiência é realmente inspiradora e torna o evento ainda mais especial”, diz.

Já a anfitriã Federação de Surf do Estado de São Paulo (SPSurf) foi a responsável por levar o recipiente com a areia até a beira d’água, um momento de grande importância para a equipe paulista, atual líder no ranking por estados. Marcio Cebola, chefe de equipe da SPSurf, reforçou o valor de sediar a etapa final em São Paulo.

“Essa etapa aqui é muito importante para nós, ainda mais sendo realizada em São Paulo porque ajuda a fortalecer o trabalho de reestruturação da nova gestão. Gostaria de agradecer à Confederação Brasileira de Surf por trazer essa etapa para cá porque representa muito para o fortalecimento do nosso trabalho e para os atletas, que agora têm a chance de competir em casa”, conta.

Disputa por estados estiuma circuito – Com São Paulo na liderança, mas seguido de perto pelo vice-líder Rio de Janeiro, a disputa pelo título por equipes promete ser acirrada. Leandro Bastos, chefe de equipe da Feserj, expressou a expectativa pelo título e o crescimento da equipe carioca.

“A expectativa é alta. Vencemos a última etapa, e estamos colhendo os frutos de um trabalho recente. Nosso objetivo é voltar ao topo, o lugar que o Rio de Janeiro merece. Esse resultado positivo vem de todo esse esforço e dedicação. Estamos animados, a equipe está com energia, e vamos em frente”, conta.

Marcio Cebola, chefe de equipe da SPSurf, reafirmou o objetivo de São Paulo de conquistar o título pela sexta vez consecutiva. “Desde 2019, São Paulo conquistou todos os títulos anuais. Estamos buscando o sexto título, mas cada ano é uma história diferente. Este ano, o Rio de Janeiro está na cola, com uma diferença de apenas 170 pontos, mas dependemos só de nós mesmos para vencer o circuito”, revela.

Candidatos ao título avançam no Sub 18 Masculino – Após a cerimônia, o campeonato teve início em ondas de meio metro, condições que favoreceram as manobras dos atletas. A Sub 18 Masculino foi a primeira categoria a entrar na água, e um dos destaques foi Luan Ferreyra, 18 anos e segundo colocado no ranking, que brilhou na 5ª bateria do dia.

Representando Pernambuco, Luan somou um total de 12 pontos e impressionou com um aéreo de backside que lhe garantiu 6.83 pontos. Mesmo com a liderança garantida, ele ainda substituiu uma nota 4 por um 5.17 em sua última onda, mostrando um surfe sólido de backside e avançando com segurança.

Na segunda fase, Luan enfrentou uma bateria bem complicada quando o vento já estava mais forte. Com condições difíceis no mar, ele precisou acreditar até o final para garantir o segundo lugar e seguir na busca pelo título, enquanto Matheus Neves (SP) venceu a bateria.

“Estou amarradão, vivendo bateria por bateria. As condições hoje estavam bem difíceis, quase que eu fiquei de fora, mas graças a Deus achei uma onda boa no finalzinho. Espero que melhore nos próximos dias. E queria parabenizar a CBSurf e a Rip Curl pelo trabalho que vêm fazendo pela categoria de base – é muito irado o que eles estão construindo. Esse é meu último ano no Sub 18, ano que vem já vou direto pro profissional, então quero muito sair da base com esse título. Ano passado fui campeão do Sub 18, e, se Deus quiser, vou buscar o título de novo agora. Quero muito sair da base com esse título, e competir aqui é incrível – o nível da base no Brasil é altíssimo, parece até um evento profissional. Então é muito irado aproveitar esse último ano, e a CBSurf e a Rip Curl estão mandando muito bem”, diz Luan.

O líder do ranking, Anuar Chiah (PR), também passou por desafios nas baterias, avançando em segundo lugar nas duas primeiras fases. Na primeira, ele foi superado pelo baiano Gonçalo Almeida, 17 anos, e na segunda, pelo cearense Pedro Rian, de 18 anos, que fez o maior somatório do dia.

“Hoje foram duas baterias muito difíceis. Meu foco era só passar cada uma dessas baterias, porque essas baterias são muito importantes e as condições do mar estão bem complicadas. Minha estratégia tem sido pensar em avançar, fazer duas notas boas, e é isso. Amanhã é outro dia, então bora focar e, se Deus quiser, ser campeão da Sub-18 pelo ranking. Esse título é meu principal foco do ano, com certeza. Ano passado, meu objetivo foi o Mundial da ISA no Sub-16 e consegui chegar lá, mas agora estou 100% focado em ser campeão da Sub-18. Treinei muito pra isso, até em dias com ondas pequenas e mexidas, como hoje. Agora é seguir firme pra amanhã”, fala Anuar.

Além de Luan Ferreyra e Anuar Chiah, outros atletas da Sub 18 Masculino seguem na corrida pelo título brasileiro. Arthur Villar (RN), de apenas 13 anos, terceiro colocado no ranking, e Matheus Neves (SP), quarto colocado, passaram pela segunda fase e mantêm viva a chance de surpreender os líderes e levar o título.

Condições difíceis e tensão na Sub 18 Feminino – Com o aumento do vento, as condições ficaram ainda mais desafiadoras na Praia do Tombo justamente quando as meninas da Sub 18 Feminino entraram na água. A primeira fase teve início com uma bateria disputada onde a vice-líder do ranking, Analu Silva (PB), avançou em segundo lugar. A carioca Paloma Olivero (RJ) conseguiu se adaptar melhor às condições e venceu a bateria, enquanto Analu lutou em ondas de poucas oportunidades para garantir a classificação.

Na bateria seguinte, a líder do ranking Aysha Ratto (RJ) conseguiu a vitória com tranquilidade, apesar da bateria de notas baixas devido às condições adversas.

A segunda fase trouxe uma bateria decisiva, com um confronto direto entre a líder Aysha Ratto e a vice-líder Analu Silva, ao lado das competidoras Catarina Baragatti (SP) e Sarah Ozorio (RJ). Sarah foi destaque na primeira fase, registrando a melhor nota do dia (5.77 pontos) e o maior somatório (12.00) da categoria.

Com a tensão no ar, as atletas passaram os primeiros cinco minutos sem pegar onda. Analu abriu o placar e se manteve na liderança até os minutos finais, enquanto Aysha demorou a se encontrar. Nos últimos cinco minutos, a emoção tomou conta com uma “trocação” entre Aysha e Analu. Aysha fez uma boa batida na junção, somando 5.00 pontos e assumindo a liderança. Analu reagiu logo em seguida, encaixando duas manobras fortes e somando 5.50 para vencer a bateria com um total de 8.87 contra 8.30 de Aysha.

As duas, que também são competidoras da elite nacional do surfe brasileiro, o Dream Tour, avançaram para a 3ª fase, mantendo a disputa pelo título muito acirrada.

Analu Silva, vice-líder do ranking Sub-18 Feminino, compartilhou sua empolgação. “Tô muito feliz por ter passado minha bateria do segundo round. Agora estamos na semifinal e vamos com tudo, seja o que Deus quiser. Estou aqui atrás do título e não vou desistir, vamos pra cima. Mesmo no Dream Tour, ainda tô competindo no circuito de base. Me classifiquei pro Dream Tour em 2022, com 16 anos, então é uma honra fazer parte desse circuito dos sonhos, mas quero muito esse título de base. Esse é meu último ano, então seja o que Deus quiser, vou atrás desse título até o fim”, expressa.

Aysha Ratto, líder do ranking Sub 18 Feminino, também comentou sobre as condições do mar e a pressão da competição. “O mar tá bem difícil hoje, com um ventinho que atrapalha bastante. Mas a gente vem treinando pra isso, então estamos preparados pra qualquer condição. Tá sendo um dia incrível aqui, a galera tá quebrando! Acabei de avançar na segunda fase e tô muito feliz e focada. Sou líder do ranking, então bora lá defender e sair campeã brasileira! Na última bateria, sabia que a Ana ia dar o máximo, então também não podia deixar fácil. No começo, foi difícil pra mim, mas depois consegui me encontrar e voltar pro jogo pra avançar”, diz.

Premiação por desempenho impulsiona atletas – A Rip Curl premiou os maiores somatórios de cada dia nas categorias masculina e feminina com um cheque de 250 reais em compras na loja Rip Curl do Shopping La Plage, no Guarujá. No primeiro dia, os prêmios foram para Pedro Rian (CE), que somou 12 pontos, e Sarah Ozorio (RJ), com 10.94 pontos, ambos na primeira fase da competição.

Pedro celebrou emocionado a vitória após um período difícil. “Tô muito feliz. Uma semana atrás tava muito doente, muito mal, e meu pai me disse uma vez que tudo que a gente der pro mar, ele vai dar pra gente em dobro. E, agora, Deus tá me abençoando para fazer boas notas e vamos com tudo”.

Próximas baterias – A programação inclui, nesta sexta-feira (01), a 3ª fase do Sub 18 Masculino e as semifinais do Sub 18 Feminino e Masculino. Em seguida, será a vez dos atletas da Sub 16, começando pelas baterias femininas e masculinas da 1ª fase, seguidas pela 2ª fase da categoria.

Realização: Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) em parceria com a Federação de Surf do Estado de São Paulo (SPSurf) e a Associação de Surf do Guarujá (ASG)

Patrocínio: Rip Curl

Apoio: Surfland Brasil, Protetor Brazinco, Secretaria de Esportes e Lazer do Guarujá, Usky Comunicação Visual e Fu Wax

Sobre a CBSurf

Reconhecida pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e pela ISA (International Surf Association), a Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) é a entidade nacional de administração do surf e de todas as atividades relacionadas aos esportes com pranchas, como definido no Estatuto da CBSurf. A entidade foi originalmente fundada em 17 de outubro de 1998 e conta com 15 federações estaduais filiadas. A sede atual está situada na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, tendo como presidente Flavio Padaratz e como vice-presidentes Paulo Moura e Brigitte Mayer, eleitos em fevereiro de 2022.

A CBSurf tem como missão desenvolver, produzir, chancelar e organizar o Dream Tour e a Taça Brasil, que compõem o Campeonato Brasileiro de Surf, o Circuito Brasileiro do Surf de Base, o Circuito Brasileiro de Ondas Grandes, o Circuito Brasileiro de Longboard, o Circuito Brasileiro Master, o Circuito Brasileiro de Stand Up Paddle (Race, Wave, Sprint e Paddleboard) e o Campeonato Brasileiro de Parasurf. Todos, nas categorias masculina e feminina.

Acompanhando o enorme sucesso do surfe brasileiro, tanto no Circuito Mundial, com seis títulos mundiais nos últimos nove anos, quanto na Olimpíada do Japão, com a conquista da inédita medalha de ouro na estreia do surfe, uma nova gestão feita por ex-competidores da elite mundial e pelos melhores profissionais brasileiros, a CBSurf tem, como valor principal, promover e desenvolver a criação de ídolos nacionais, e consolidar as carreiras dos atletas de todas as categorias, inclusive das profissões que gravitam em torno das competições, trazendo dignidade pra toda a comunidade do surfe brasileiro. Em 2023, o Dream Tour estabeleceu um padrão e patamar inédito e histórico em todo o mundo.

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