Atualmente na 25ª posição do ranking do Championship Tour, o catarinense Tomas Hermes fez a sua estreia na elite mundial deste ano e agora se prepara para a etapa final, a partir do dia 8 de dezembro em Pipeline, Havaí.
No North Shore de Oahu, o surfista de Barra Velha tentará a reclassificação principalmente pelo Championship Tour, já que não possui bons resultados no Qualifying Series desta temporada.
Depois de um terceiro lugar no evento de estreia na Gold Coast, Tomas caiu de produção, mas teve alguns bons momentos, como na etapa do Surf Ranch, quando arrancou elogios do dono da piscina, Kelly Slater.
Na entrevista abaixo, o catarinense fala sobre a etapa no Rancho, o aprendizado no primeiro ano como Top do CT, dentre outros assuntos.
Você teve algumas das melhores apresentações do Surf Ranch e ganhou elogios até do Kelly Slater. Como foi participar deste evento?
Na parte pessoal, foi muito irado participar desse evento. Foi um desafio, pois havia muita pressão envolvida. O Kelly é aquele cara que sempre está de olho em tudo, e ao mesmo tempo que ele elogia, ele ataca. Mas é muito legal saber que o dono da piscina curtiu minha maneira de surfar a onda dele.
O que achou das ondas do Surf Ranch? Já tinha surfado por lá?
Sim, eu já tinha surfado lá algumas vezes, a onda é bem divertida, e o fato de que você sempre irá tirar um tubo é incrível. Porém, é muito difícil de inverter a posição da prancha nas manobras.
Se você manobra muito pra dentro e chega perto da espuma, é fácil demais de ficar pra trás, pois a espuma não tem pressão, diferente do mar, que a espuma te empurra. Por isso, tirando as manobra aéreas, era difícil você ver alguém mandando uma manobra de verdade.
Muito se falou do critério de julgamento nesta etapa. Acha que isso ainda deve melhorar? O que você sugere?
Como foi o primeiro evento, há inúmeras coisas para se melhorar e os atletas passaram bastante feedback para o pessoal. Sobre as ondas, o julgamento e tal, esperamos que o próximo evento na piscina seja totalmente novo comparado ao anterior.
Como está sendo o aprendizado neste primeiro ano de Championship Tour? Onde acha que ainda pode evoluir?
Está sendo um aprendizado e tanto, são muitas coisas boas e ruins que envolvem estar no Tour, como em qualquer lugar. Então, você realmente tem que estar em constante evolução. Tenho tantas coisas para evoluir que a minha cabeça às vezes chega a sair fumaça. Neste ano, aprendi muito sobre equipamento e evoluí bastante meu surfe em ondas mais pesadas.
Você ocupa atualmente a 25ª posição do ranking, ainda na briga para conseguir a reclassificação. Como será a preparação para Pipeline?
A preparação é a de sempre, surfar, surfar e surfar. Mantendo meu corpo e mente presentes no surfe.
Comparado aos anos em que você batalhou pela vaga no QS, o que mais muda depois que entra no CT?
A diferença mais sinistra está na qualidade das ondas. O QS realmente precisa mudar os lugares onde acontecem o circuito. O número de atletas competindo e treinando deixa o CT mas fechado para tudo. É cada um em sua bolha, e a competição se torna mais pesada.
A intensidade do Tour também faz com que o ano seja todo no CT, nos deixando sem tempo para fazer outras coisas. Nós praticamente moramos por determinado período de tempo no lugar onde acontecem as etapas, o que para mim é uma das coisas mais iradas de estar ali.
Como é a tua vida e a tua rotina atualmente como atleta do CT?
Não temos rotina, isso é o mais irado do Tour! A não ser acordar cedo e ir ver o mar.
Durante alguns anos, você trabalhou forte na produção de vídeos de qualidade, com a Tomas Hermes TV. Como foi esta experiência? Pretende retomar em algum momento?
Minha cabeça não para, estarei retornando, sim, com algumas produções novas, pois percebi que me sinto mais presente no surfe quando estou produzindo e criando. Confesso que no Tour eu entrei em uma bolha do CT e competição e acabei deixado minhas produções um pouco de lado.