Billabong Pro Pipeline

Kelly é rei

Maior nome do surfe da história, Kelly Slater vence sua oitava etapa do CT na Rainha do North Shore. Seth Moniz é vice-campeão. Caio Ibelli e Samuel Pupo terminam em terceiro lugar.

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Kelly Slater vence pela oitava vez uma etapa do CT em Pipeline.

A etapa aconteceu na Rainha do North Shore de Oahu, Havaí, e o rei venceu. Kelly Slater faturou pela oitava vez a etapa de Pipeline do CT e abre a temporada 2022 da WSL em primeiro lugar no ranking. Prestes a completar 50 anos, o norte-americano comemorava 30 anos de seu primeiro título no pico havaiano e levou mais um troféu pra casa.

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As finais do Billabong Pro Pipeline foram realizadas em ondas sólidas de 8 a 10 pés, com oportunidades para Pipeline e Backdoor. Kelly dominou a final contra o havaiano Seth Moniz, que no último dos 40 minutos da final ainda anotou 9.43 pontos. Porém já era tarde, já que Kelly tinha 9.77 e 9.00, também conquistados na direita do pico havaiano.

“Eu nem sei o que dizer. Eu estava lá dentro apenas dizendo a mim mesmo para curtir cada momento, não importa quanta tensão houvesse, tinha só que respirar”, diz Kelly Slater. “Eu até pensei que o Seth (Moniz) tinha virado, pelo barulho da torcida, mas disse a mim mesmo para viver cada momento. Não achei por nenhum segundo, que a vitória estava garantida e, se o Seth vencesse, seria uma grande vitória para ele. Eu dediquei minha vida a tudo isso, então tentei apenas aproveitar e esta é uma das melhores vitórias da minha vida”.

Trajeto até a final – Neste sábado (5) Kelly Slater teve que vencer duas baterias até chegar na final do Billabong Pro Pipeline. O norte-americano dominou o confronto das quartas contra Kanoa Igarashi.

O 11 vezes campeão mundial mostrou mais uma vez amplo conhecimento da bancada de Pipeline e venceu com uma onda pra Pipe (7.67) e outra para o Backdoor (6.50).

O japonês não foi bem na escolha de ondas para a esquerda, e não conseguiu sair de tubos profundos para a direita. Ele perdeu na necessidade de 9.84 pontos para reverter o resultado (14.17 a 7.50).

Essa foi a primeira vitória de Kelly em cima de Kanoa no circuito. O placar da disputa particular agora está 3 a 1 para o japonês.

Kanoa Igarashi para nas quartas de final do Billabong Pro Pipeline 2022.

Na semi a batalha foi contra Miguel Pupo. A bateria começou morna, e a primeira onda só foi surfada com mais de dez minutos de disputa. Kelly foi pra Pipe, mas a esquerda não teve tubo. Porém, logo depois aconteceu um fato marcante. Os dois remaram na mesma onda, Miguel queria Pipe e Kelly a direita de Backdoor. Eles foram juntos e o brasileiro acabou sofrendo uma punição de interferência, passando a ter a sua segunda maior nota cortada ao meio. Segundo a WSL, Kelly ficou em pé primeiro no drope, por isso a punição foi para Miguel.

Seis minutos depois Kelly saiu de um tubo para o Backdoor depois da baforada. A atuação valeu 8.33 pontos, e deixou Miguel numa situação delicada. Os dois voltaram a surfar a mesma onda, mas dessa vez sem problemas. O norte-americano não saiu do canudo para a direita, e o brasileiro fez um tubo sem muita profundidade para a esquerda (4.50).

Miguel usou a prioridade quando restavam cinco minutos e arrancou 6.33 pontos. Naquele momento ele ficou na necessidade de 6.60. Kelly surfou no minuto final e não fez a onda, e Miguel ainda teve uma chance e fez o canudo pra Pipe, porém a onda era pequena e ele conquistou apenas 3.17.

A terceira posição no Billabong Pro Pipeline é o melhor resultado de Miguel no evento havaiano.

Miguel Pupo conquista melhor resultado da carreira em eventos havaianos do CT.

“Falei com o Seth (Moniz) antes da final, para irmos surfar porque era isso que o público queria ver, que era para isso que viemos surfar Pipeline”, diz Kelly Slater. “Eu tinha me sentido um pouco estranho na bateria com o Miguel (Pupo), embora tenha achado que eu estava no lugar certo. Eu não gosto de ganhar assim, especialmente em Pipeline quando está bom, que você quer ter uma batalha um com o outro”.

“Foi uma bateria difícil, bem disputada e fiquei feliz que eu não amarelei, fui pra cima, braço a braço, borda a borda e acabou sendo uma interferência contra mim”, conta Miguel Pupo, em entrevista para o Sportv. “Isso afetou um pouco a bateria, mas, mesmo assim eu mantive a calma, tentei fazer minhas ondas e infelizmente não foi suficiente. Eu queria começar o ano bem. Treinei bastante pra isso e uma terceira colocação foi bom também. Agora é ir pra casa, descansar e amanhã de manhã já estou de volta aos treinos para Sunset Beach”.

Seth chega junto – O vice-campeão da etapa vem de uma família tradicional de surfistas no Havaí e a torcida era grande. Na final ele não se deu bem, mas nas quartas e na semi os gritos da galera na praia deram resultado.

“Tivemos um momento especial antes da nossa final, com ele (Kelly Slater) me dando força para entrar na bateria, porque eu estava bem cansado. Mas, foi muito especial compartilhar uma final com ele aqui em Pipeline”, diz Seth Moniz. “Honestamente, eu me senti privilegiado vendo-o surfar embaixo de mim e, toda onda que ele pegava era 8, 9, então eu ficava tipo: oh meu Deus, aqui vamos nós. Eu estava muito cansado e cometi alguns erros graves, mas foi uma honra fazer uma final com ele”.

Seth Moniz é vice-campeão do Billabong Pro Pipeline.

Nas quartas, o duelo de Seth foi contra o conterrâneo John Johh Florence. Ele começou endiabrado com 9.60 pontos, conquistados com uma bomba para o Backdoor. O havaiano dropou muito atrasado e virou na base já dentro do tubo, de onde saiu limpo. John John pegou a onda seguinte e foi para Pipeline, porém caiu na saída.

Mas enquanto Seth trocava de prancha, JJ achava a saída de um canudo de Backdoor. A nota foi 7.67 pontos. Na sequência o bicampeão mundial fez um tubo para Pipeline, numa onda grande, que teve um drope no crítico e um lip pesado. A nota 9.00 colocou JJ na liderança.

Quando faltavam sete minutos para o fim, os dois remaram numa bomba, mas JJ fez o uso da prioridade e foi para Backdoor. O drope foi muito atrasado, mas ele conseguiu entrar no tubo, porém caiu.

Seth então ficou com a prioridade e teve uma oportunidade quando restavam apenas três minutos. O havaiano não deu mole para Pipeline, fez o tubo, saiu limpo e virou com 8.94 pontos. Final de bateria e vitória de Seth pelo placar de 17.93 a 16.67.

John John Florence perde dura batalha para Seth Moniz.

A semi foi contra Caio Ibelli. A disputa começou com ondas fracas, e a primeira nota mais relevante foi conquistada por Seth, que colocou 5.67 pontos no somatório com uma esquerda.

Com 14 minutos de duelo, o havaiano ficou um longo tempo dentro de um tubo para Pipeline e conquistou 7.83 pontos. Caio tentou dar o troco no minuto seguinte. A esquerda foi um pouco maior do que a de seu adversário, porém não foi tão quadrada e ele recebeu 4.83. Naquele momento o brasileiro precisava de 8.67 para reverter o placar.

Caio Ibelli surfa com estilo em Pipeline.

Os dois ainda surfaram algumas ondas, mas o resultado não foi alterado e o placar final foi 13.50 a 6.33 para Seth. Caio, que foi convidado para a etapa no lugar de Gabriel Medina, terminou a competição em terceiro lugar.

Batalha brazuca – Outro brasileiro que competiu neste sábado no Billabong Pro Pipeline foi Samuel Pupo. Ele competiu contra Caio na última bateria das quartas de final.

O duelo só começou a ganhar corpo somente aos 13 minutos, quando Caio entrou em ação pela primeira vez. A onda não era da série, mas ele dropou pra Pipeline, botou no trilho, ficou em pé na prancha, e na saída voltou a usar a mão direita na borda para sair do canudo (5.00).

O tempo passou, e quanto restavam oito minutos Samuel cometeu um erro. Ele tinha a prioridade e remou numa onda, mas não foi. Caio aproveitou a falha do adversário dois minutos depois, quando os dois remaram para uma onda grande. Caio usou o direito de surfar, fez um drope no crítico para o Backdoor e completou o tubo para anotar 6.67 pontos.

Samuel passou a necessitar de 11.67 pra vencer e tinha apenas cinco minutos. Ele ainda surfou uma onda pra direita, mas não completou o tubo e acabou eliminado, finalizando em quinto lugar no Billabong Pro Pipeline.

Próxima etapa – Agora as atenções da categoria masculina se voltam para a segunda prova da temporada, o Hurley Pro Sunset Beach, que acontece entre os dias 11 e 23 deste mês também no North Shore de Oahu.

Feminino – As finais da categoria feminino também aconteceriam neste sábado, mas acabaram não sendo realizadas. A próxima chamada para elas acontece neste domingo (6), às 14h50, para um possível início às 15h (de Brasília).

Os finalistas da etapa Seth Moniz e Kelly Slater.

Billabong Pro Pipeline

Final

Campeão Kelly Slater (EUA) 18.77
Vice-campeão Seth Moniz (HAV) 12.53

Semifinais

1 Kelly Slater (EUA) 9.76 x 8.58 Miguel Pupo (BRA)
2 Seth Moniz (HAV) 13.50 x 6.33 Caio Ibelli (BRA)

Quartas de final Masculinas

1 Kelly Slater (EUA) 14.17 x 7.50 Kanoa Igarashi (JPN)
2 Miguel Pupo (BRA) 8.10 x 6.00 Lucca Mesinas (PER)
3 Seth Moniz (HAV) 17.93 x 16.67 John John Florence (HAV)
4 Caio Ibelli (BRA) 11.67 x 1.73 Samuel Pupo (BRA)

Top-22 do WSL Championship Tour 2022

1 Kelly Slater (EUA) – 10.000 pontos
2 Seth Moniz (HAV) – 7.800
3 Miguel Pupo (BRA) – 6.085
3 Caio Ibelli (BRA) – 6.085
5 Kanoa Igarashi (JPN) – 4.745
5 John John Florence (HAV) – 4.745
5 Samuel Pupo (BRA) – 4.745
5 Lucca Mesinas (PER) – 4.745
9 Filipe Toledo (BRA) – 3.320
9 Italo Ferreira (BRA) – 3.320
9 Jordy Smith (AFR) – 3.320
9 Leonardo Fioravanti (ITA) – 3.320
9 Callum Robson (AUS) – 3.320
9 João Chianca (BRA) – 3.320
9 Carlos Munoz (CRI) – 3.320
9 Barron Mamiya (HAV) – 3.320
17 Conner Coffin (EUA) – 1.330
17 Griffin Colapinto (EUA) – 1.330
17 Frederico Morais (PRT) – 1.330
17 Jack Robinson (AUS) – 1.330
17 Deivid Silva (BRA) – 1.330
17 Ethan Ewing (AUS) – 1.330

Outros sul-americanos

17 Miguel Tudela (PER) – 1.330 pontos
33 Gabriel Medina (BRA) – 265
33 Yago Dora (BRA) – 265
33 Jadson André (BRA) – 265

Semifinais Femininas

1 Tyler Wright (AUS) x Moana Jones Wong (HAV)
2 Carissa Moore (HAV) x Lakey Peterson (EUA)