Na semana em que circulou a notícia da vultuosa quantia – US$ 40 mil dólares – que Yago Dora teve que pagar ao governo de Fiji, como tributação sobre o prêmio pela vitória no Finals 5 em Tavarua, outro valor também chamou atenção. Foi a diferença entre a premiação total recebida em 2025 pelo campeão mundial masculino e a campeã mundial feminina. US$ 131.390,00 a favor de Molly Picklum.
Mas vamos por partes. Sobre o prêmio de US$ 200 mil dólares pelo título mundial, Yago foi descontado em 20%, que é a porcentagem cobrada por Fiji de cidadãos de países que não possuem acordo com o país para evitar taxação dupla. A taxa de imposto é um fator decisivo no retorno financeiro dos atletas, pois as alíquotas de imposto de renda sobre o prêmio em dinheiro variam drasticamente conforme o país onde a vitória ocorre: na Austrália, 32%; nos EUA, 30%; em Fiji, 20%; e no Brasil e na África do Sul, 15%.
Dora revelou à CNN Brasil que o valor total para participar da temporada, incluindo a presença de um técnico em todos os eventos, gira em torno de US$ 150 mil. Ele ressaltou que, para atletas com classificações inferiores, o dinheiro do prêmio muitas vezes mal cobre as despesas básicas.
No minuto 10:56 do player acima Yago fala sobre custos e premiação.
Vantagem das mulheres na arrecadação
Já na comparação entre os ganhos finais durante a temporada de 2025, apresentado pelo site americano Empire Ave, que analisou os dados dos cinco finalistas masculinos e femininos do CT, o que saltou aos olhos foi que Molly Picklum recebeu um total de US$ 491.500,00 dólares pela participação nos 11 eventos do ano, durante os quais surfou 192 ondas em 40 baterias, obtendo uma média de US$ 2.559,90 dólares por onda surfada. Enquanto Yago Dora embolsou $360.110,00, por 248 ondas em 40 baterias, chegando a US $ 1.452,06 por onda.
Somando os US$ 200 mil dólares que cada um ganhou em Fiji, o placar final fechou em U$691.500,00 para Molly Picklum X US$ 560.110,00 para Yago Dora. A explicação para o maior faturamento da Molly está na constância de bons resultados obtida ao longo da temporada. Yago Dora, teve duas vitórias e um segundo lugar, mas também amargou um 33º e dois nonos lugares. Molly teve os mesmos dois primeiros lugares, mas foram três segundos e três terceiros. Seu pior resultado foi apenas um nono.
A análise, que leva em conta os Top 5 masculino e feminino, apontou uma clara vantagem de faturamento para as mulheres. As surfistas ganharam em média 78,5% a mais por onda surfada do que os homens. Elas também embolsaram, em média, 29,3% a mais por bateria. Enquanto os homens surfaram mais ondas no geral (média de 235 contra 160,6 das mulheres), a média de premiação por evento se manteve similar em ambas as divisões.
Confira ganhos dos atletas na temporada (em dólares)
Top 5 Masculino
1 Yago Dora (BRA) – US $360.110,00
2 Jordy Smith (AFR) – US$ 291.110,00
3 Italo Ferreira (BRA) – US$ 267.830,00
4 Jack Robinson (AUS) – US$ 333.330,00
5 Griffin Colapinto (EUA) – US$ 335.940,00
Top 5 Feminino
1 Molly Picklum (AUS) – $491.500,00
2 Gabriela Bryan (HAV) – $446.500,00
3 Caity Simmer (EUA) – $374.500,00
4 Caroline Marks (EUA) – $306.000,00
5 Bettylou Sakura Johson (HAV) – $319.500,00
Top 10 de ganhos por onda surfada
1 Gabriela Bryan (HAV) – $2.722,56
2 Molly Picklum (AUS) – $2.559,90
3 Caity Simmer (EUA) – $2.340,63
4 Bettylou Sakura Johson (HAV) – $2.332,12
5 Caroline Marks (EUA) – $2.040,00
6 Jack Robinson (AUS) – $1.650,15
7 Jordy Smith (AFR) – $1.477,72
8 Yago Dora (BRA) – $1.452,06
9 Griffin Colapinto (EUA) – $1.235,07
10 Italo Ferreira (BRA) – $1.046,21
Top 10 de ganhos por bateria
1 Molly Picklum (AUS) – $12.287,50
2 Gabby Bryant (EUA) – $12.067,57
3 Caity Simmer (EUA) – $9.855,26
4 Jack Robinson (AUS) – $9.259,17
5 Betty Lou (EUA) – $9.128,57
6 Yago Dora (BRA) – $9.002,75
7 Caroline Marks (EUA) – $9.000,00
8 Griffin Colapinto (EUA) – $7.812,56
9 Jordy Smith (AFR) – $7.464,36
10 Italo Ferreira (BRA) – $7.238,65
Fontes The Inertia, Empire Ave e WSL














