El Salvador Pro 2024

Yago Dora passeia em Punta Roca

Yago Dora brilha em Punta Roca e garante vaga nas quartas de final do El Salvador Pro 2024. João Chianca e Gabriel Medina também avançam, enquanto Italo Ferreira se despede da etapa.

0
Yago Dora faz duas notas na casa do excelente nas oitavas de final.

Chegou ao fim o segundo dia de competições do El Salvador Pro 2024, disputado nas ondas de 4 a 6 pés de Punta Roca, nesta sexta-feira (7). Apenas a categoria masculina foi para a água, onde rolaram as disputas da repescagem e as oitavas de final. Logo após a repescagem, o evento entrou em espera por uma hora devido ao vento forte.

Clique aqui para ver as fotos

Clique aqui para ver o vídeo

No retorno à água, o destaque foi de Yago Dora, que pelo segundo dia consecutivo proporcionou um show na América Central. Dora superou o norte-americano Jake Marshall para garantir sua vaga nas quartas de final com duas notas excelentes (8.17 e 8.33). Outro que se destacou foi João Chianca, que também obteve uma nota excelente (8.5 pontos). Chianca se recuperou vencendo Barron Mamiya na repescagem e depois eliminou o norte-americano Griffin Colapinto nas oitavas de final.

Outro que também está nas quartas de final em Punta Roca é Gabriel Medina, que ganhou do australiano Ryan Callinan na bateria 2 das oitavas. Italo Ferreira também entrou no mar e não conseguiu chegar às oitavas, sendo eliminado pelo salvadorenho Bryen Perez na repescagem.

Com os resultados até o momento, o Brasil já tem a presença garantida de pelo menos um atleta nas semifinais da etapa de El Salvador. Isso porque João Chianca e Gabriel Medina se enfrentam na primeira bateria das quartas de final. Já na segunda bateria da mesma fase, Yago Dora terá pela frente o australiano Jack Robinson. Se Yago conseguir superá-lo, o Brasil terá a certeza de um finalista na competição.

Única brasileira na disputa, Tatiana Weston-Webb também se encontra nas quartas de final, onde terá pela frente a norte-americana Caitlin Simmers.

Yago Dora sorridente depois de avançar de fase.

Yago passeia contra Jake – Yago Dora domina com facilidade a bateria 5 das oitavas. Dora eliminou o norte-americano Jake Marshall e garantiu sua vaga nas quartas de final com maestria. Destaque desde o início, Dora já havia conquistado a maior nota e o maior somatório do primeiro dia de competições.

Na largada, os surfistas atacaram as ondas em busca da perfeição. Jake, logo de cara, desferiu três manobras precisas, garantindo 5.83 pontos. Yago não demorou a responder, em uma onda menor, mas com uma performance de backside finalizada com um aéreo, cravando 4.83 pontos.

Yago Dora em ação.

O ritmo da bateria diminuiu, com os atletas retomando à ação após 10 minutos. Dora aproveitou a oportunidade e dominou mais uma onda, executando um aéreo na manobra de saída, seguido de uma finalização impecável com uma forte batida. Sua performance rendeu a nota excelente de 8.17 pontos.

Yago, em seguida, encontrou uma onda maior e continuou voando, mandando um aéreo ainda mais alto e conquistando mais uma nota excelente, 8.33. Neste momento crucial, Dora colocou Jake em combinação e assumiu o controle da disputa.

Jake ainda tentou reverter o placar, conseguindo mais uma nota na casa dos 5 pontos, mas não foi páreo para um inspirado Yago. No placar final, a consagração do brasileiro: Yago Dora 16.50 pontos contra 10.93 de Jake Marshall.

“Aéreo é a manobra que eu treino desde criança”, diz Yago Dora. “Eu acho que é a manobra mais difícil do surfe, então sempre me encantei pelos aéreos e foi algo que eu busquei desde o meu início no surfe. Eu sempre queria evoluir nos aéreos, filmar nas sessões de filmes de surfe e ter bastante qualidade nos aéreos. É isso que gerou esse repertório que tenho hoje, então é legal ter a oportunidade de usar isso numa bateria”.

João se recupera – Em um momento difícil do evento, com a maré seca em Punta Roca, João Chianca enfrentou o havaiano Barron Mamiya na repescagem. Convidado pela WSL, João surfou com mais tranquilidade, conquistou uma nota alta e avançou para as oitavas de final.

O duelo começou devagar, com a primeira onda sendo surfada por Mamiya, mas com pouco potencial e recebendo apenas 3.33 pontos. Aos 10 minutos de bateria, João pegou uma série com boas batidas e rasgadas, entrando no confronto e obtendo 4.83 pontos dos juízes. Com essa nota, Chianca assumiu a liderança. A bateria seguiu em ritmo morno, devido às condições desafiadoras do mar, com os surfistas buscando as melhores oportunidades.

João Chianca faz boa apresentação na repescagem e se recupera.

Neste cenário, Barron encontrou uma onda intermediária e executou diversas manobras com batidas e aéreos, conseguindo 6.67 pontos e virando a bateria. Em seguida, João pegou uma série, controlando bem as manobras, acelerando para passar pela seção e finalizando com força para tirar 5.0 pontos. Apesar da boa nota, Chianca não conseguiu retomar a liderança.

Faltando 14 minutos para o fim, Barron melhorou um pouco o seu somatório com 3.83. Mas João reagiu, pegando a melhor onda da bateria e executando um aéreo alto e completo. Esse voo rendeu a Chianca uma nota excelente, 8.50 pontos, e a liderança do duelo.

Nos 50 segundos finais, Barron arriscou um aéreo, mas não conseguiu completar a manobra. Com isso, João venceu o havaiano e se classificou para as oitavas de final. Placar final: João Chianca 13.50 x 10.50 Barron Mamiya.

Chianca nas quartas – O primeiro brasileiro a entrar na água na fase das oitavas de final foi João Chianca, que enfrentou um dos favoritos ao título da etapa, o norte-americano Griffin Colapinto. No início do duelo, Griffin cometeu uma interferência sem prioridade definida. Colapinto entrou na frente de uma onda onde João estava remando e foi penalizado com a redução pela metade da segunda nota que fizesse. Nesse momento da bateria, Griffin conseguiu pontuar em duas ondas (3,83 e 3.00, ficando com apenas 1.50 por conta da penalização).

Aos 10 minutos de bateria, João encontrou uma boa onda e executou boas manobras com variação, recebendo 5.67 dos juízes e assumindo a liderança. Griffin também pegou uma boa onda, acelerando bem e realizando rasgadas e batidas, o que rendeu 5.83 pontos. No entanto, devido à punição que ainda estava em vigor, a nota de Colapinto é reduzida de 3.83 para 1.92, mesmo assim o colocando na liderança.

João Chianca está nas quartas de final.

Faltando 19 minutos para o fim da bateria, Chianca pegou mais uma onda, se desequilibrou na manobra de saída, mas conseguiu se reequilibrar e seguiu na série variando suas manobras. Os juízes o recompensaram com uma nota 6.50, o que levou João a reassumir a liderança da bateria. Mesmo que não tivesse a punição, Griffin precisaria tirar 9.47 para vencer a bateria.

No final do duelo, a disputa se intensificou. João encontrou outra boa onda e a surfou toda, com um repertório de batidas e rasgadas, disparando na liderança e conquistando 7.50 pontos. Em seguida, Griffin conseguiu uma nota excelente (9.43) após executar dois aéreos na mesma onda. No entanto, mesmo com o high score, devido à punição, Colapinto não reverteu o placar.

Na reta final do confronto, Chianca pegou mais uma onda e manteve sua boa performance com variações, somando 7 pontos dos juízes. Colapinto também conseguiu pegar uma onda e arriscou tudo em uma manobra, obtendo 8.10 pontos.

Com isso, João Chianca avançou para as quartas de final com 14.50 pontos, contra 13.48 de Griffin Colapinto, que foi eliminado da competição.

“É muito louco. Deus não deixa nenhuma folha cair, sem um propósito”, fala João Chianca. “No ano passado, eu estava em segundo do ranking aqui nesse lugar, numa autoestima, numa autoconfiança incrível e não fiz o resultado que estou fazendo esse ano. Esse é o meu melhor resultado aqui em El Salvador, eu me sinto bem nesse lugar e estou feliz de ter entrado nas quartas de final. Vamos indo e obrigado a todos, imensa gratidão”.

A WSL publicou um vídeo onde o diretor de competições, Renato Hickel, explica sobre a interferência do Griffin. “Infelizmente, para Griffin, é uma interferência clássica do livro de regras. A bateria começa sem prioridade, então regras de não interferências normais se aplicam. Nessa situação, Chumbinho tinha uma posição na onda e Griffin faz uma interferência clássica. Os juízes concordam com a interferência e ele perde metade dos pontos”, diz.

Gabriel despacha Callinan – Gabriel foi o segundo brasileiro a entrar nas oitavas de final em Punta Roca. Com ondas um pouco balançadas, mas consistentes, Medina superou o australiano Ryan Callinan na bateria 2.

Gabriel, usando seu backside, pegou a primeira onda da bateria, executando manobras fortes e obtendo 5.83 dos juízes. Ryan reagiu e, também usando backside, pegou uma onda e garantiu 7, assumindo a liderança da bateria. Na sua segunda onda, Gabriel recebeu uma nota baixa (3.17). Nessa altura, Callinan liderava pois tinha uma segunda onda, que rendeu 5.17.

Gabriel Medina finaliza forte para conseguir avançar mais uma fase.

A menos de 15 minutos do fim do duelo, Gabriel pegou uma onda, executou diversas manobras com repertório forte e técnico, surfando-a até o fim e virando a bateria com 8.50 pontos. Medina tentou trocar a nota 5.83 e pegar outra onda, fazendo um ataque vertical na cavada, acertando uma forte batida e seguindo com manobras até o fim, o que lhe rende 6.00 pontos dos juízes.

Faltando pouco tempo para o fim do confronto, Ryan precisava de 7.51 pontos. O australiano pegou mais uma onda, passou a seção com manobras e finalizou bem, conseguindo 8.00 pontos e virando a bateria. Gabriel precisava de 6.50 pontos para avançar.

O tricampeão mundial conseguiu encontrar mais uma onda a 2 minutos do fim, bateu forte na onda, passou a seção e finalizou com muita força. Os juízes demoram a avaliar, criando tensão no ar, já que a última nota do duelo só saiu após a buzina. No fim, Medina reassume a liderança com 7.50 pontos e avança às quartas de final.

Placar final: Gabriel Medina 16.17 contra 15.00 de Ryan Callinan.

“Foi demais conseguir aquela onda, foi bem difícil,” conta Medina. “Eu e o Ryan sempre fazemos boas baterias. Gosto do jeito que ele surfa, sou muito fã dele, e ele é sempre tão humilde. É bom ter surfistas assim. Estou entrando no ritmo e só quero fazer baterias e surfar. As ondas estão boas, e quando elas vêm, é muito divertido. Espero que esteja um pouco mais consistente amanhã, mas a previsão parece boa, então isso é bom para nós.”

Italo eliminado – Italo Ferreira foi primeiro brasileiro a entrar na água e acabou perdendo para o salvadorenho Bryan Perez na bateria 1 da repescagem e deu adeus à competição.

A disputa começou com Italo surfando bem, executando manobras fortes de backside e abrindo vantagem com 6.50 pontos. Ele manteve o ritmo e pegou outra onda, somando 4.50 pontos e ampliando a liderança. Bryan Perez, porém, reagiu na bateria com uma onda de 6.50 pontos, mostrando que não seria presa fácil.

Italo Ferreira termina em 17º lugar.

Perez virou o jogo ao pegar uma onda mais embaixo, executando um tubo rápido, uma rasgada forte e finalizando bem, obtendo 5.0 pontos e assumindo a liderança. Faltando apenas 15 minutos para o fim da bateria, ambos os surfistas pegaram boas séries. Italo se destacou com uma onda à direita, finalizando com precisão e conquistando 5.90 pontos. Em seguida, Bryan Perez brilhou com uma rasgada forte na manobra de saída, um aéreo alto e finalização impecável, garantindo a maior nota do dia até então, 8.83 pontos.

Nos últimos minutos, Italo precisava de uma nota 8.83 para avançar, mas foi tudo ou nada. Ele pegou uma onda, acelerou, voou e executou um aéreo, mas não o suficiente para a virada. Em uma última cartada, já com apenas 1 minuto e meio no relógio, Italo tentou novamente, mas não conseguiu finalizar bem a manobra e caiu.

Placar final: Bryan Perez 15.33 x 12.40 Italo Ferreira. Com a derrota, Italo Ferreira termina na 17ª colocação da etapa.

Próxima chamada – A próxima chamada para o El Salvador Pro 2024 acontece neste sábado (8), às 10h (horário de Brasília). A previsão indica que o vento deve soprar de maral com fraca a moderada intensidade e o swell chega de Sul-Sudoeste.

Transmissão ao vivo – O El Salvador Pro 2024 pode ser assistido ao vivo pelo Sportv e Globoplay. A transmissão também pode ser acompanhada pelo WorldSurfLeague.com e pelo Aplicativo da WSL. O Canal da entidade no YouTube também transmite, porém só até o término das oitavas de final.

El Salvador Pro 2024

Repescagem Masculino

1 Italo Ferreira (BRA) 12.40 x 15.33 Bryan Perez (ELS)

2 Ramzi Boukhiam (MAR) 11.57 x 13.00 Leonardo Fioravanti (ITA)

3 Barron Mamiya (HAV) 10.50 x 13.50 João Chianca (BRA)

4 Rio Waida (IDN) 13.84 x 11.93 Seth Moniz (HAV)

5 Cole Houshmand (EUA) 12.57  x 14.50 Connor O’Leary (AUS)

6 Crosby Colapinto (EUA) 14.00 x 9.33 Imaikalani deVault (HAV)

7 Kanoa Igarashi (JAP) 13.93 x 13.96 Matthew McGillivray (AFR)

8 Ryan Callinan (AUS) 14.27 x 10.73 Liam O’Brien (AUS)

Oitavas de final Masculino 

1 Griffin Colapinto (EUA) 13.48 x 14.50 João Chiana (BRA)

2 Gabriel Medina (BRA) 16.17 x 15.00 Ryan Callinan (AUS)

3 Jack Robinson (AUS) 14.33 x 11.43 Connor O’Leary (JAP)

4 Jake Marshall (EUA) 10.93 x 16.50 Yago Dora (BRA)

5 John John Florence (HAV) 13.26 x 13.00 Bryan Perez (ELS)

6 Rio Waida (IND) 9.00 x 16.67 Crosby Colapinto (EUA)

7 Ethan Ewing (AUS) 13.76 x 16.40 Matthew McGillivray (AFR)

8 Jordy Smith (AFR) 12.74 x 9.36 Leonardo Fioravanti (ITA)

Quartas de final Masculino 

1 João Chianca (BRA) x Gabriel Medina (BRA)

2 Jack Robinson (AUS) x Yago Dora (BRA)

3 John John Florence (HAV) x Crosby Colapinto (EUA)

4 Matthew McGillivray (AFR) x Jordy Smith (AFR)

Quartas de final Feminino

1 Caitlin Simmers (EUA) x Tatiana Weston-Webb (BRA)

2 Molly Picklum (AUS) x Gabriela Bryan (HAV)

3 Brisa Hennessy (CRI) x Bettylou Sakura Johnson (HAV)

4 Johanne Defay (FRA) x Caroline Marks (EUA)