O segundo dia de ação do El Salvador Pro foi cheio. No total foram realizadas 24 baterias em quase 11 horas de competição. O Brasil chega nas semifinais masculinas com três surfistas. Gabriel Medina enfrenta Griffin Colapinto, norte-americano que fez a maior nota do evento nesta quinta-feira (16), enquanto Filipe Toledo e Italo Ferreira brigam pela segunda vaga na final da sétima etapa do CT 2022.
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O mar em Punta Roca mudou muito ao longo da quinta-feira. Pela manhã quebrou com meio a 1 metro, com direitas ainda irregulares, e no final de tarde quebrou clássico com séries de 1,5 metro. Foi no melhor cenário que aconteceram as quartas de final masculinas.
Gabriel Medina abriu a fase contra Jack Robinson, australiano que eliminou o tricampeão mundial na semi do Pro G-Land. Na América Central o brasileiro usou a mesma estratégia da bateria entre os dois no país da Ásia. Ele ficou ativo e se distanciou do adversário no placar sem ter a prioridade. Jack ainda teve a chance da virada perto do fim, mas tentou voar logo no início da onda e errou a manobra.
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Os dois começaram devagar. Jack, inclusive, dividiu a prancha em dois pedaços na primeira manobra da disputa, uma batida. Mas foi ele que conquistou a primeira nota mais consistente, aos dez minutos. O aussie fez uma rasgada agressiva, linkada com um floater. Depois a onda correu e ele saiu. A nota foi 5.50 pontos. O brasileiro deu o troco dois minutos depois. Medina abriu a apresentação com duas rasgadas fortes, e depois rasgou mais duas vezes antes de não completar uma batida. A nota foi 6.33.
Jack precisava de apenas 4.67 pontos para virar. O mar ficou flat por algum tempo e Medina, sem a prioridade, passou a buscar direitas para melhorar o somatório. Ele conseguiu quando restavam sete minutos. O tricampeão mundial moeu a direita com nove manobras e anotou 6.17.
O australiano passou a necessitar de 7.00 pontos. Ele seguiu no pico, esperando com a prioridade, até que entrou em ação quando faltavam três minutos. Jack acelerou e decolou, mas não completou a manobra. Medina assumiu a prioridade e as ondas não apareceram até o final do confronto.
“É sempre bom ganhar, mas essa bateria foi bem lenta de ondas”, diz Medina. “O Jack é um surfista muito bom e melhorou muito. É incrível ver a evolução dessa galera mais nova. Ele ganhou de mim em G-Land, então foi bom dar o troco aqui. Esse é o objetivo sempre, por isso é tão divertido competir. Para mim, está sendo ótimo surfar sem pressão e espero fazer a final aqui amanhã”.
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O próximo adversário de Medina será Griffin Colapinto, norte-americano que participou do melhor duelo da etapa até agora. Ele e Kanoa Igarashi competiram na segunda bateria das quartas. O duelo foi cheio de viradas, e terminou com Griffin pegando a primeira posição depois de marcar 9.10 pontos, na melhor apresentação da etapa até agora.
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A segunda semifinal será brasileira. Filipe Toledo atropelou Callum Robson no terceiro confronto das quartas com duas notas no critério excelente.
Depois de um início fraco dos dois, Callum marcou 5.00 pontos com uma rasgada boa, seguida de outra mais lenta, um cutback e um layback. Ele ainda voou, mas errou a manobra. A nota foi 5.00. Dois minutos depois, aos oito de disputa, Filipe bateu passando as quilhas por cima do lip, rasgou e fez um cutbak na parte mais lenta da onda, depois rasgou novamente e bateu na junção com pressão na rabeta. Ele recebeu 8.17 pontos.
A situação de Callum piorou três minutos depois. Filipe fez uma rasgada expressiva, executou outra rasgada e bateu na junção com rabetada. O brasileiro recebeu 8.50 pontos. O australiano passou a necessitar de 16.67 para vencer. Ele até trocou de nota, mas não alterou a situação no duelo e foi eliminado.
“Foi uma bateria incrível, com boas ondas e eu estava bem confiante”, conta Filipe. “Eu fiz a final contra o Callum (Robson) em Bells Beach, então já sabia que ia precisar ter duas notas boas no início. Certamente, este tem sido o melhor ano da minha carreira e estou bem feliz com meus resultados. Estou me sentindo em sintonia com as ondas aqui de Punta Roca, meu equipamento também está muito bom, então estou pronto e preparado para a próxima”.
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Italo Ferreira chegou na fase dos quatro melhores depois de travar uma dura batalha contra Ethan Ewing, mas marcou duas das três notas excelentes da disputa e avançou.
Italo abriu a disputa com 6.00 pontos, e viu o adversário largar com 8.60. O australiano começou com uma rasgada expressiva, depois fez mais sete manobras para conquistar a pontuação.
O brasileiro não se abalou com a nota no critério excelente do adversário, e aos oito minutos de bateria conquistou a primeira dele. Italo aplicou duas batidas retas e fortes, rasgou, fez um cutback e agrediu a junção para anotar 8.80 pontos.
Poucas direitas apareceram nos minutos seguintes, mas os dois surfaram, porém não alteraram o placar. Quando restavam nove minutos para o fim o australiano tomou a liderança do brasileiro. Ele fez um ataque feroz e anotou 7.50 pontos, deixando o Italo na necessidade de 7.20 para vencer.
O brasileiro voltou a entrar em ação quando faltavam quatro minutos para o final. Italo agrediu o lip da direita duas vezes com potência, rasgou e depois bateu mais duas vezes. A atuação valeu 8.67 pontos e a vaga nas semifinais do El Salvador Pro.
“Foi um dia muito longo e estou bem cansado”, diz Italo. “Eu cheguei aqui umas 5h30 da manhã para treinar e surfei mais três baterias durante o dia, então foi bem cansativo. Mas, agora só faltam duas para chegar no topo do pódio e vai ser irado, comigo e o Gabriel e o Filipe no dia das finais. Espero que dê boas ondas amanhã e obrigado a todos pela torcida”.
Oitavas de final – Gabriel Medina competiu duas vezes nesta quinta. A segunda disputa das oitavas de final do El Salvador Pro teve 29 ondas surfadas. Medina fez uma bateria consistente e venceu Caio Ibelli com enorme vantagem no placar. O bicampeão mundial foi tão superior que venceria com duas notas que conquistou, mas que foram descartadas. Caio se despediu da etapa em nono lugar.
Medina abriu a bateria com 6.50 pontos, enquanto Caio anotou 5.50 na sua terceira onda, surfada aos 15 minutos. Logo depois Medina voltou a abrir vantagem. Ele voou com rotação e chegou a colocar as costas na água na aterrissagem, porém seguiu na direita, bateu, executou um floater, deu uma pancada forte e subiu no lip mais uma vez. A nota foi 5.60.
A melhor apresentação de Caio na bateria valeu 5.73 pontos, mas logo depois seu adversário cresceu na disputa. Medina usou a prioridade, bateu pra ganhar a seção, rasgou duas vezes seguidas e bateu duas vezes de forma vertical. A nota 7.83 deixou Caio na necessidade de 8.60.
Caio passou a arriscar mais, porém errou muito. Medina deu o golpe final quando restavam cinco minutos. Ele entrou na direita e acelerou para voar alto com rotação. Depois executou duas batidas e conquistou 8.17. Caio ficou na necessidade de 16.00 e não teve tempo para se recuperar.
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Filipe x Yago – A segunda bateria com brasileiros das oitavas de final foi a quinta, entre Filipe Toledo e Yago Dora. Os dois usaram os aéreos, mas Filipinho combinou um voo com outras manobras de borda e venceu com direito a nota no critério excelente.
O duelo aconteceu em ondas um pouco mexidas e irregulares. de meio a 1 metro com séries maiores em Punta Roca. A primeira nota mais consistente da bateria foi conquistada aos dez minutos. Yago rasgou duas vezes e bateu na junção colocando força na rabeta. A nota foi 5.17. Filipe surfou na mesma série. Ele rasgou com força, passeou em cima da crista da direita duas vezes para chegar na parte limpa da onda, e bateu forte na junção. A apresentação valeu 6.33. Dois minutos depois Yago voltou a surfar. Ele bateu pra ganhar a seção e decolou com rotação, jogando a rabeta bem acima do lip. Com mais 5.40 ele se manteve na liderança.
Filipe precisava de 4.24 pontos para pegar a liderança e chegou perto aos 29 minutos, quando recebeu 4.17. Ele se manteve ativo, e após duas ondas fracas usou a prioridade para entrar numa da série. Restavam sete minutos para o fim. Ele bateu e em seguida voou alto com rotação. Depois executou um floater e um layback poderoso na junção. A nota foi 8.33. Yago surfou na direita seguinte da série e melhorou o somatório com 5.93, mas ele precisava de 8.73.
Yago ainda surfou mais três ondas, porém não chegou perto da virada. Ele se despediu da prova em nono lugar.
Italo fecha a fase com vitória – O último brazuca a competir nas oitavas foi Italo Ferreira. Ele impôs um ritmo forte desde o início da bateria, levou um susto quase no fim, mas venceu o australiano Connor O’Leary.
No momento da bateria o pico de Punta Roca funcionava com ondas um pouco irregulares de meio a 1 metro com algumas séries maiores. Aos dez minutos Italo rasgou e bater algumas vezes para largar com 7.83 pontos. Cinco minutos depois colocou mais 4.50 no somatório. O brasileiro aumentou sua média logo após a metade da bateria de 44 minutos. Ele bateu com reverse, ficou um pouco agarrado na batida seguinte, e depois acertou a junção. A nota foi 6.77.
Connor demorou a entrar em ação e abriu com 2.33 pontos. Logo depois rasgou, bateu, fez um floater e deu uma pancada na junção para anotar 5.33. Italo depois fez 6.33, que não entrou no somatório, e na sequência 6.90, aumentando a diferença para o adversário.
O australiano passou a necessitar de 9.40 pontos. Ele tinha 12 minutos para reverter a situação. O mar ficou flat por algum tempo, e quando restavam três minutos Connor usou a prioridade. O aussie manobrou cinco vezes, tendo duas batidas retas expressivas. e anotou 8.10. A diferença caiu para 6.63, mas o tempo ficou curto, ele não teve mais oportunidades e acabou eliminado.
Italo supera repescagem – Italo foi o único dos três brasileiros classificados para as semifinais que teve que competir pela repescagem.
Contra Josh Burke, Italo começou com 5.00 pontos, conquistados aos seis minutos de bateria com uma batida forte, uma rasgada e uma pancada na junção. O barbadiano não conseguiu acompanhar o ritmo brasileiro nas manobras de borda, então começou a tentar os aéreos, porém não teve sucesso.
Aos 19 minutos o brasileiro aumentou a vantagem para o adversário. Italo bateu reto, rasgou duas vezes e terminou a apresentação com outra batida. A nota 5.83 pontos deixou Josh na necessidade de 7.33 para vencer.
Josh conseguiu diminuir a distância no placar com 5.10 pontos, mas o brasileiro trocou de notas mais duas vezes e confirmou a vitória. Quando restavam oito minutos, Italo bateu, fez um floater, rasgou e bateu na junção para marcar 7.33. Cinco minutos depois ele deu o golpe final com uma série de manobras que valeram 5.87.
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Derrotas brasileiras na repescagem – As baixas brasileiras no dia começaram na repescagem. Jadson André se despediu do El Salvador Pro com derrota para Callum Robson. Os dois ficaram próximos no placar durante grande parte do duelo, com o australiano na frente.
Quando restavam dez minutos para o fim, o brasileiro fez duas batidas, anotou 4.13 pontos e assumiu a liderança. Porém, três minutos depois Callum anotou 5.50 e retomou a liderança. Logo depois o aussie fez duas boas batidas em sequência numa onda da série, colocou mais 6.50 no somatório e complicou a vida de Jadson. Depois disso o brasileiro ainda conseguiu a sua maior nota do duelo, 5.07 pontos, mas perdeu na necessidade de 6.93.
Irmãos Pupo – A repescagem também teve a eliminação dos irmãos Pupo. Miguel caiu na sétima bateria da fase. O brasileiro ficou ativo na primeira parte da disputa, quando seu duelo não tinha a prioridade, mas nas seis ondas que surfou não conseguiu chegar na casa do um ponto. Na segunda metade, segurou o direito de escolha da onda até quando restavam quatro minutos. Naquele momento ele necessitava de 6.20 pontos e fez 2.97.
O norte-americano Jake Marshall, que tinha 5.83 pontos como melhor nota, aumentou o somatório com 3.43 e deixou Miguel na necessidade de 6.29. No último minuto o brasileiro teve a última chance. Ele bateu reto, rasgou e bateu na junção. Ele conquistou 5.23 e se despediu do El Salvador Pro.
Virada no fim – A repescagem do El Salvador Pro terminou com outra derrota para o Brasil. Samuel Pupo vencia a bateria até os três minutos finais. Naquele momento ele tinha a prioridade, mas deixou Connor O’Leary surfar. O australiano precisava de 6.53 pontos. O aussie fez um ataque iniciado com uma pancada vertical, seguida de outra, uma rasgada e uma batida na junção. Os juízes avaliaram e a média saiu 6.63, nota que deu a virada para o australiano.
Feminino – Nesta quinta-feira também foram realizadas as quartas de final femininas. A melhor atleta no dia foi Stephanie Gilmore. A australiana competiu na última bateria da fase e venceu com duas notas no critério excelente. A heptacampeã mundial abriu o duelo com 8.00 e fechou com 8.20. O somatório de 16.20 foi o maior da fase, entre elas.
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Johanne Defay também avançou no dia. A francesa venceu a primeira disputa da fase com o segundo maior somatório da quinta-feira na categoria feminina (15.60).
Johanne, que está em terceiro lugar no ranking, está de olho no topo, já que as atletas que chegaram em El Salvador na frente dela já perderam. A segunda colocada, a costa-riquenha Brisa Hennessy caiu na repescagem. Já a líder, a havaiana Carissa Moore, perdeu nas quartas para a norte-americana Caroline Marks. Para chegar no Brasil em primeiro lugar na lista das melhores, Johanne precisa vencer o El Salvador Pro.
Na semi Johanne terá como adversária Lakey Peterson. A norte-americana virou pra cima da conterrânea Courtney Conlogue nos segundos finais, quando marcou 7.40 pontos.
Próxima chamada – A próxima chamada para o El Salvador Pro acontece nesta sexta-feira (17), às 9h45 (de Brasília). A previsão indica ondas com 4 a 7 pés e vento lateral.
El Salvador Pro 2022
Round 2 masculino (repescagem)
1 Ethan Ewing (AUSS) 12.00 x 8.26 Bryan Perez (ELS)
2 Callum Robson (AUS) 12.00 x 9.26 Jadson André (BRA)
3 Italo Ferreira (BRA) 13.20 x 8.83 Josh Burke (BAR)
4 Matthew McGillivray (AFR) 12.87 x 11.20 Kolohe Andino (EUA)
5 Griffin Colapinto (EUA) 13.84 x 8.90 Carlos Munoz (CRI)
6 Jordy Smith (AFR) 14.44 x 10.87 Nat Young (EUA)
7 Jake Marshall (EUA) 9.26 x 8.20 Miguel Pupo (BRA)
8 Connor O’Leary (AUS) 12.63 x 12.53 Samuel Pupo (BRA)
Oitavas de final
1 Jack Robinson (AUS) 17.76 x 15.17 Jackson Baker (AUS)
2 Gabriel Medina (BRA) 16.00 x 11.23 Caio Ibelli (BRA)
3 Kanoa Igarashi (JPN) 10.73 x 7.10 Jake Marshall (EUA)
4 Griffin Colapinto (EUA) 13.67 x 10.83 Jordy Smith (AFR)
5 Filipe Toledo (BRA) 14.66 x 11.33 Yago Dora (BRA)
6 Callum Robson (AUS) 11.83 x 8.30 Barron Mamiya (HAV)
7 Ethan Ewing (AUS) 15.27 x 12.94 Matthew McGillivray A(FR)
8 Italo Ferreira (BRA) 14.73 x 13.43 Connor O’Leary
Quartas de final
1 Gabriel Medina (BRA) 12.50 x 6.50 Jack Robinson (AUS)
2 Griffin Colapinto (EUA) 17.60 x 16.20 Kanoa Igarashi (JPN)
3 Filipe Toledo (BRA) 16.67 x 10.57 Callum Robson (AUS)
4 Italo Ferreira (BRA) 17.47 x 16.10 Ethan Ewing (AUS)
Semifinais
1 Gabriel Medina (BRA) x Griffin Colapinto (EUA)
2 Filipe Toledo (BRA) x Italo Ferreira (BRA)
Quartas de final femininas
1 Johanne Defay (FRA) 15.60 x 11.00 Sally Fitzgibbons (AUS)
2 Lakey Peterson (EUA) 12.77 x 12.43 Courtney Conlogue (EUA)
3 Caroline Marks (EUA) 14.03 x 11.56 Carissa Moore (HAV)
4 Stephanie Gilmore (AUS) 16.20 x 12.66 Isabella Nichols (AUS)
Semifinais
1 Johanne Defay (FRA) x Lakey Peterson (EUA)
2 Caroline Marks (EUA) x Stephanie Gilmore (AUS)