A previsão indicou e o mar ficou pesado e difícil no Havaí, no primeiro dia do Hurley Pro Sunset. As direitas do pico do North Shore de Oahu bombaram séries que passaram dos 15 pés. Imaikalani deVault venceu sua bateria com a maior nota entre as duas fases iniciais da competição. Sete dos oito brasileiros inscritos na etapa masculina conquistaram espaço na terceira fase. O maior somatório do dia ficou com o japonês Kanoa Igarashi.
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O sétimo duelo foi parelho até os instantes finais, quando Imaikalani confirmou a vitória com uma onda excelente. O havaiano, que liderava com notas 5.83 e 4.83 pontos, usou a prioridade nos últimos segundos e fez três manobras contundentes, sendo duas rasgadas fortes e uma batida. A nota 8.93 foi a maior da terça-feira (15).
“Está realmente difícil saber quais ondas vão abrir, mas assim que vi a parede daquela direita, soube que era a onda que eu estava esperando”, diz Imaikalani.
Samuel Pupo começou a bateria melhor do que seus adversários, com 5.83 pontos, porém seguiu sob risco de virada para Morgan Cibilic. O australiano não aproveitou as oportunidades que teve e caiu para a repescagem. O brasileiro mostrou um surfe seguro, com boas curvas, e fez bem o que as ondas proporcionaram para avançar com a segunda posição.
Antes de Samuel, Jadson André e Italo Ferreira já haviam conquistado vagas no Round 3 em águas havaianas. Jadson surfou apenas duas ondas na quarta bateria do Hurley Pro Sunset, garantiu as duas maiores notas do duelo e avançou com vitória. O brasileiro fez um bom ataque de backside nas direitas do pico havaiano, rasgou forte, foi vertical em alguns momentos e superou os adversários.
O australiano Jordan Lawler surfou ondas grandes, mas com pouco espaço para performance. Ele chegou nos oito minutos finais em segundo lugar, mas o norte-americano Conner Coffin fez curvas fortes e em espaços curtas da onda, além de um cutback, anotou 5.83 pontos e pulou para a segunda posição, garantindo vaga no Round 3.
“Passei um sufoco na bateria, que foi bem difícil porque o mar está pesado”, diz Jadson. “Mas, eu sabia que a única coisa a fazer era ir lá, se posicionar bem e pegar duas ondas boas. Eu só surfei duas e era isso o que precisava, então estou feliz por poder mostrar o meu surfe com essa prancha do Tokoro, que tenho há uns 4 anos já. Tudo aqui é sintonia, manter a calma, respirar e estou feliz por, finalmente, surfar uma bateria boa esse ano, com uma boa estratégia, fazendo o que eu precisava fazer”.
Italo Ferreira vencia a quinta bateria até o minuto final, mas sofreu a virada e avançou na competição com o segundo lugar. Ezekiel Lau chegou no fim ameaçado de não se classificar, mas atacou uma direita com duas fortes manobras (6.73) e venceu o duelo. Billy Kemper caiu para a repescagem.
O brasileiro ficou muito ativo contra os havaianos e foi quem mais surfou na bateria. As duas melhores ondas, das seis que surfou, valeram 6.00 e 5.67 pontos. Italo sempre procurou as partes fortes das direitas, rasgou e partiu para batidas verticais, para garantir vaga na terceira fase. Billy passou a primeira metade da disputa só com uma onda, mas depois entrou em atividade e chegou a tomar o segundo lugar de Ezekiel, porém sofreu a virada.
Filipe Toledo e João Chianca também avançaram para a terceira fase antes de Samuel, porém os dois nem precisaram entrar no mar de Sunset. O adversário havaiano Kai Lenny alegou problemas de saúde para não participar da primeira fase e os brasileiros foram beneficiados.
Quem avançou depois de Samuel foi Deivid Silva. O brasileiro começou a nona bateria de forma vertical e com algumas curvas de backside (4.33), porém depois teve dificuldade em achar ondas com a parede aberta para manobras. Deivid chegou nos quatro minutos finais em terceiro lugar, na necessidade de 4.40 pontos, então usou a prioridade numa direita intermediária. Ele fez duas rasgadas, a segunda mais forte e numa parte mais crítica da onda. A nota 5.30 deu a segunda posição para o brasileiro e uma vaga na terceira fase do Hurley Pro Sunset.
O vencedor da disputa foi Jackson Baker. O australiano foi elétrico e radical, atacando cristas pesadas para vencer com as notas 5.67 e 5.10 pontos. Em terceiro lugar ficou o norte-americano Griffin Colapinto, que chegou a ameaçar o brasileiro nos segundos finais, porém recebeu 4.30 quando precisava de 5.24.
John John – O bicampeão mundial John John Florence passou bem pela primeira fase do Hurley Pro Sunset. O havaiano começou a oitava bateria muito ativo, com manobras contundentes, mas também com alguns erros. O australiano Ethan Ewing avançou em segundo lugar e o também aussie Owen Wright terminou a disputa na terceira posição.
John John abriu sua participação na bateria com uma rasgada longa e forte, seguida de um cutback e de uma junção que errou (6.83). Depois achou o primeiro tubo da etapa, mas caiu no meio de uma curva na sequência (6.00). Assim ele fincou o pé na liderança e não saiu mais. Logo depois o havaiano executou um layback poderoso (5.33), porém a onda fechou em seguida. John John ainda surfou duas direitas até o final da bateria (5.20 e 6.00), mas não alterou seu somatório final (12.83).
A outra vaga na terceira fase só foi decidida nos últimos segundos. Owen fez ataques fortes de backside nas direitas de Sunset no início, enquanto Ethan caiu na primeira onda no meio de uma virada e decidiu esperar bastante por melhores oportunidades. A primeira veio no meio da bateria.
O australiano rasgou duas vezes, sendo uma longa e com força. A nota 5.13 pontos o colocou na briga, e o deixou na necessidade de 4.72 para tomar a segunda vaga das mãos de Owen.
Nos segundos finais Ethan foi em busca da pontuação. Ele começou a performance com uma batida potente, depois batalhou pra ganhar a seção seguinte e chegar numa segunda parte limpa da onda. Então ele bateu escalando uma parede grande espumada. Apesar da dificuldade em se manter em pé, ele completou a manobra para receber 6.07 pontos e garantir uma vaga no Round 3.
Kelly – O rei de Pipeline, Kelly Slater, teve que competir duas vezes neste primeiro dia do Hurley Pro Sunset para conquistar a vaga na terceira fase. A primeira vez que ele usou a camisa amarela de líder do ranking da WSL não foi boa para o norte-americano. O surfista deixou passar uma onda no fim da bateria, sofreu uma virada e terminou em último lugar na quarta disputa da competição.
Kelly ficou ativo no início do confronto, mas apesar de soltar boas manobras, não encontrava ondas com potencial para notas altas. O havaiano Barron Mamiya pegou boas direitas intermediárias, executou rasgadas longas e acertou batidas para assumir a liderança e ficar na frente até o final.
Quando restavam quatro minutos para o fim, Callum Robson voltou para o pico após uma onda fraca. O australiano precisava de 4.52 pontos para tomar a segunda posição de Kelly, mas tinha a última prioridade.
Uma direita intermediária apareceu e tanto Barron quando Kelly deixaram passar, mas o australiano não. Callum remou, acertou um layback no meio da parede e foi pra junção, voltando pra base da onda junto com o lip e completando a manobra. A nota 5.40 pontos deu a segunda posição para ele e mandou o norte-americano para a repescagem.
Kelly suou frio na primeira bateria da repescagem. O norte-americano começou impondo um ritmo forte, com as notas 6.67 e 6.33 pontos, mas no final o bicho pegou. O sul-africano Matthew McGillivray cresceu ao longo da disputa e perto do fim tomou a liderança de Kelly. E o havaiano Koa Smith, que entrou na repescagem na vaga do conterrâneo Kai Lenny, foi para o tudo ou nada nos segundos finais.
Koa precisava de 5.90 pontos e começou uma apresentação com manobras lentas, já que a onda estava cheia. Porém ele esperou e a direita ficar em pé e entrou por baixo do lip com uma forte batida. O clima de suspense ganhou a praia de Sunset, mas a nota 5.67 não foi suficiente para o havaiano virar sobre o norte-americano, que segue vivo na competição.
Pupo fora – A única baixa brasileira no dia foi Miguel Pupo. Ele não entrou em sintonia com o difícil mar de Sunset. Na primeira fase, o brazuca não encontrou ondas com potencial, pegou seis direitas e na melhor apresentação fez 3.10 pontos. Os adversários, o norte-americano Jake Marshall e o australiano Jack Robinson, conseguiram paredes abertas para rasgar com força de frontside. Jake venceu e Jack passou em segundo lugar.
Na repescagem ele encarou Caio Ibelli e Seth Moniz. Pela primeira fase Caio fez boas curvas, mas as ondas não o ajudaram a ter uma melhor performance. Ao contrário dele, Kanoa Igarashi teve uma excelente escolha de ondas, rasgou forte, inverteu a direção da prancha, e venceu com as duas maiores notas da bateria (8.00 e 7.33) e o maior somatório do dia (15.33). Quem avançou com o japonês foi Lucca Mesinas. Em alguns momentos o peruano teve dificuldade em fazer curvas, mas encontrou ondas melhores e quando o brasileiro ameaçou no fim, Lucca encaixou duas manobras numa direita intermediária, trocou de nota e pulou para a terceira fase.
Caio cresceu na repescagem, mas Miguel não. Os três competidores da disputa surfaram poucas ondas, mas Caio foi melhor e venceu com duas notas na casa dos cinco pontos (5.37 e 5.33). Em segundo passou o vice-campeão do Billabong Pro Pipeline, Seth (5.33 e 3.93), e em último no duelo, eliminado do evento, ficou Miguel Pupo que teve como melhor nota 4.00 pontos.
Próxima chamada – A próxima chamada para o Hurley Pro Sunset acontece nesta quarta-feira (16), às 14h30 (de Brasília). A previsão indica que o mar segue pesado, com ondas que ainda podem bater os 20 pés de face, com vento fraco terral / lateral.
Hurley Pro Sunset
Round 1 Masculino
1 Jordy Smith (AFR) 12.50, Ryan Callinan (AUS) 8.33, Matthew McGillivray (AFR) 6.84
2 Kanoa Igarashi (JPN) 15.33, Lucca Mesinas (PER) 10.17, Caio Ibelli (BRA) 7.64
3 Barron Mamiya (HAV) 11.40, Callum Robson (AUS) 9.83, Kelly Slater (EUA) 8.94
4 Jadson André (BRA) 11.50, Conner Coffin (EUA) 9.10, Jordan Lawler (AUS) 7.90
5 Ezekiel Lau (HAV) 12.43, Italo Ferreira (BRA) 11.67,Billy Kemper (HAV) 9.86
6 Filipe Toledo (BRA), João Chianca (BRA), Kai Lenny (HAV) W.O.
7 Imaikalani deVault (HAV) 14.76, Samuel Pupo (BRA) 9.00, Morgan Cibilic (AUS) 8.43
8 John John Florence (HAV) 12.83, Ethan Ewing (AUS) 11.20, Owen Wright (AUS) 9.84
9 Jackson Baker (AUS) 10.77, Deivid Silva (BRA) 9.63, Griffin Colapinto (EUA) 8.73
10 Kolohe Andino (EUA) 12.20, Nat Young (EUA) 8.83, Seth Moniz (HAV) 7.97
11 Jake Marshall (EUA) 13.27, Jack Robinson (AUS) 12.40, Miguel Pupo (BRA) 5.87
12 Leonardo Fioravanti (ITA) 9.33, Frederico Morais (POR) 8.43, Connor O’Leary (AUS) 1.33
Round 2
1 Matthew McGillivray (AFR) 13.57, Kelly Slater (EUA) 13.00, Koa Smith (HAV) 12.77
2 Billy Kemper (HAV) 11.66, Morgan Cibilic (AUS) 6.43, Owen Wright (AUS) 5.67
3 Connor O’Leary (AUS) 13.54, Griffin Colapinto (EUA) 12.17, Jordan Lawler (AUS) 6.60
4 Caio Ibelli (BRA) 10.70, Seth Moniz (HAV) 9.26, Miguel Pupo (BRA) 6.83
Round 3
1 Conner Coffin (EUA) x Caio Ibelli (BRA)
2 Kolohe Andino (EUA) x Lucca Mesinas (PER)
3 Jordy Smith (AFR) x Jackson Baker (AUS)
4 Leonardo Fioravanti (ITA) x Ezekiel Lau (HAV)
5 Italo Ferreira (BRA) x Barron Mamiya (HAV)
6 Deivid Silva (BRA) x Ryan Callinan (AUS)
7 Morgan Cibilic (AUS) x Nat Young (EUA)
8 Seth Moniz (HAV) x João Chianca (BRA)
9 Filipe Toledo (BRA) x Billy Kemper (HAV)
10 Ethan Ewing (AUS) x Samuel Pupo (BRA)
11 Griffin Colapinto (EUA) x Connor O’Leary (AUS)
12 John John Florence (HAV) x Jake Marshall (EUA)
13 Kelly Slater (EUA) x Matthew McGillivray (AFR)
14 Jack Robinson (AUS) x Callum Robson (AUS)
15 Frederico Morais (PRT) x Jadson André (BRA)
16 Kanoa Igarashi (JPN) x Imaikalani deVault (HAV)
Round 1 Feminino
1 Johanne Defay (FRA), Gabriela Bryan (HAV), Molly Picklum (AUS)
2 Tatiana Weston-Webb (BRA), Malia Manuel (HAV), Bronte Macaulay (AUS)
3 Carissa Moore (HAV), Bettylou Sakura Johnson (HAV), Moana Jones Wong (HAV)
4 Sally Fitzgibbons (AUS), Brisa Hennessy (CRI), Luana Silva (HAV)
5 Lakey Peterson (EUA), Isabella Nichols (AUS), Courtney Conlogue (EUA)
6 Tyler Wright (AUS), Stephanie Gilmore (AUS), India Robinson (AUS)
