Só deu Brasil no Margaret River Pro. Logo após Tatiana Weston-Webb sair das águas do Main Break como a campeã do evento australiano, Filipe Toledo superou Jordy Smith e garantiu o troféu de campeão da prova masculina.
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O sul-africano começou a final acelerado, com nota 8.00, porém o brazuca não se abateu. Com belas e fortes manobras anotou 8.33 e foi pra frente. Filipe queria mais e, mesmo sob a prioridade do adversário, conquistou mais 9.00 pontos e deixou Jordy em maus lençóis. O brazuca não parou e ainda anotou 8.40, para deixar o sul-africano na necessidade de 9.40 pontos para reverter o placar. E ele não chegou nem perto.
Com a vitória, Filipe subiu para a terceira posição no ranking, que tem Gabriel Medina como líder e Italo Ferreira no segundo lugar. Em Margaret River Medina caiu nas oitavas, enquanto Italo foi até as quartas, quando perdeu para o campeão da etapa.
“Foi um sentimento incrível. O evento foi difícil, mas bem divertido surfar tantas baterias boas com tantos surfistas bons”, disse Filipe Toledo. “Essa vitória é especial, porque eu prometi para minha esposa e para o meu filho, Koa, que eu ia vencer para levar esse troféu para ele de aniversário que está comemorando hoje (segunda-feira). A missão foi cumprida e amo muito vocês e a minha família toda. Feliz Dia das Mães para a minha mãe, minha esposa e para todas as mães. Sem vocês a gente não estaria aqui. Me sinto abençoado com essa vitória e só tenho que agradecer por ter tido essa oportunidade”.
“Com este resultado, dei um pulo grande no ranking”, destacou Filipe Toledo, que saltou do oitavo para o terceiro lugar na classificação geral das quatro etapas. “O mais importante é ser consistente nos eventos. Não é sempre que se ganha, mas é importante estar sempre chegando nas finais, ou semifinais, para me manter entre os top-5. Esse é o meu foco, chegar no final do ano entre os top-5 que vão disputar o título mundial em Trestles”.
Filipe x Italo – A bateria brazuca do último dia da etapa australiana começou com ação, mas sem destaques, porém perto da metade o bicho pegou. Quando entrou uma série, Filipe Toledo que tinha a prioridade foi na primeira e fez boas rasgadas invertendo a prancha com velocidade, para finalizar com um floater, já na parte final da direita.
Italo dropou a onda seguinte e começou com uma rasgada na parte mais cheia da onda. Ele botou força numa outra rasgada já na parte mais íngreme e acertou uma junção cabulosa, indo para a base junto com o lip e completando a manobra. Filipe anotou 6.00 e Italo 8.00 pontos.
Na sequência os dois surfaram novamente e Italo foi melhor mais uma vez, rasgando forte e caprichando na junção. Filipe fez 3.27 e Italo 5.73. No momento da divulgação das últimas notas restavam 14 minutos para o fim. Filipe tinha a prioridade e precisava de 7.74 para reverter o placar.
Italo seguiu ativo, mas sem trocar de nota, até que quando faltavam nove minutos para o término Filipe pegou uma direita da série, fez um rasgadão, subiu no lip com um floater e bateu na junção. O brasileiro comemorou a boa onda, que valeu 7.90 e a liderança na disputa. Italo passou a precisar de 5.90 para tirar a liderança de seu conterrâneo.
Quatro minutos depois Italo foi em busca da virada, mas após duas rasgadas ele bateu na junção e caiu. Filipe ficou com a prioridade e deixou Italo surfar quando restava um minuto para terminar a bateria. O campeão mundial fez a onda de tamanho médio e os juízes deram 4.93. Italo se despediu da prova na quinta posição.
Surfe apurado – Pra chegar na final Filipinho precisou passar por Matthew McGillivray, e ele fez isso com um surfe apurado de borda, com acréscimo de radicalidade e explosão nas junções. O brasileiro começou melhor e foi trocando notas ao longo da disputa, até chegar no fim com 7.83 e 7.33. O sul-africano, que precisava de 8.49 para virar, chegou a fazer uma boa direita que teve um layback na pressão, porém os 7.07 pontos não foram suficientes e ele terminou a prova em terceiro lugar.
O caminho de Jordy – O vice-campeão do Margaret River Pro abriu o dia na segunda bateria das quartas de final, pois na primeira o norte-americano Griffin Colapinto avançou sem precisar competir. O motivo foi a nova lesão no joelho do havaiano John John Florence, que fez o bicampeão mundial abandonar a prova.
O sul-africano superou por uma pequena diferença o australiano Ryan Callinan. Ao longo da bateria, Jordy surfou um tubo, executou um floater longo e executou algumas rasgadas na borda, mas nada com grande destaque. O adversário, Ryan, mostrou ainda a pegada do backside vertical, mas fez algumas curvas com pequenos erros e ainda assim por pouco não reverteu o resultado, quando arrancou 4.07 dos juízes, precisando de 4.17.
Jordy começou arrasador na semifinal contra Griffin Colapinto, disparando na frente com notas 8.33 e 5.83. O norte-americano não se abateu e também fez boas e fortes curvas, primeiro para arrancar 6.33 e depois para quase virar. Dois juízes deram a virada, mas os outros três não, e ele ficou com 8.83 de nota, quando precisava de 9.00 pontos.
“Foi uma grande semana”, disse Jordy Smith. “Eu sempre gosto de vir aqui para o West Australia, por causa das ondas como as que tivemos aqui durante todo o campeonato. Eu me diverti bastante hoje e estava feliz por chegar a uma final pela primeira vez aqui. Eu só preciso voltar a ganhar uma etapa, mas estou mais animado e quero manter esse ritmo lá em Rottnest Island. Quem sabe, eu tenha mais sorte lá”.
Ranking – Após o término do Margaret River Pro, o Brasil passou a ser o dono das três primeiras posições, com Gabriel Medina (1º), Italo Ferreira (2º) e Filipe Toledo (3º).
Na sequência aparece o havaiano John John Florence (4º), que por motivo da lesão já declarou que está fora da próxima etapa, que também acontece na Austrália. Jordy Smith fecha a lista dos cinco melhores do ranking, após a quarta etapa do Tour 2021.
Os próximos brasileiros da lista são Caio Ibelli (12º), Yago Dora (13º), Jadson André (15º), Peterson Crisanto (17º), Deivid Silva (20º), Adriano de Souza (23º), Miguel Pupo (25º) e Alex Ribeiro (31º).
Próxima etapa – O próximo evento do circuito mundial também acontece no Oeste da Austrália, em Rottnest Island, e tem a primeira chamada no sábado (15), por volta das 20h (de Brasília).
Margaret River Pro 2021
Final Masculina
Filipe Toledo (BRA) 17.40 x 14.23 Jordy Smith (AFR)
Semifinais Masculinas
1 Jordy Smith (AFR) 15.33 x 15.16 Griffin Colapinto (EUA)
2 Filipe Toledo (BRA) 15.16 x 13.74 Matthew McGillivray (AFR)
Quartas de final Masculinas
1 John John Florence (HAV)* x Griffin Colapinto (EUA)
2 Jordy Smith (AFR) 11.00 x 10.90 Ryan Callinan (AUS)
3 Matthew McGillivray (AFR) 15.43 x 9.73 Seth Moniz (HAV)
4 Filipe Toledo (BRA) 13.90 x 13.73Italo Ferreira (BRA)
*Fora da etapa por lesão no joelho
Top-10 do ranking 2021 da World Surf League – 4 etapas:
1º Gabriel Medina (BRA) – 28.920 pontos
2º Italo Ferreira (BRA) – 24.150
3º Filipe Toledo (BRA) – 20.735
4º John John Florence (EUA) – 19.395
5º Jordy Smith (AFR) – 19.185
6º Griffin Colapinto (EUA) – 16.820
7º Kanoa Igarashi (JPN) – 16.130
8º Ryan Callinan (AUS) – 14.140
8º Conner Coffin (EUA) – 14.140
10º Frederico Morais (PRT) – 14.055
Outros brasileiros:
12º Caio Ibelli (BRA) – 11.290 pontos
13º Yago Dora (BRA) – 10.725
15º Jadson André (BRA) – 10.225
17º Peterson Crisanto (BRA) – 9.300
20º Deivid Silva (BRA) – 8.735
23º Adriano de Souza (BRA) – 7.670
25º Miguel Pupo (BRA) – 7.310
31º Alex Ribeiro (BRA) – 4.255
Final Feminina
Tatiana Weston-Webb (BRA) 16.23 x 15.00 Stephanie Gilmore (AUS)
Semifinais Femininas
1 Tatiana Weston-Webb (BRA) 12.27 x 9.00 Bronte Macaulay (AUS)
2 Stephanie Gilmore (AUS) 12.24 x 12.00 Carissa Moore (HAV)
Topt-10 do ranking feminino da World Surf League:
1ª Carissa Moore (EUA) – 29.970 pontos
2ª Tatiana Weston-Webb (BRA) – 26.495
3ª Stephanie Gilmore (AUS) – 22.035
4ª Caroline Marks (EUA) – 21.305
5ª Tyler Wright (AUS) – 19.965
6ª Sally Fitzgibbons (AUS) – 18.185
7ª Johanne Defay (FRA) – 16.845
8ª Isabella Nichols (AUS) – 16.200
9ª Courtney Conlogue (EUA) – 14.485
9ª Bronte Macaulay (AUS) – 14.485
9ª Keely Andrew (AUS) – 14.485