O caldo engrossou nesta terça-feira (5) no Oeste da Austrália. As ondas cresceram no Main Break e chegaram a até 5 metros. O vento lateral / terral deixou as direitas balançadas e muitas fechavam. Foi nesse cenário que aconteceram as 16 baterias masculinas da terceira fase do Margaret River Pro. Ethan Ewing foi o grande nome do dia. Seis brasileiros garantiram vagas nas oitavas. Samuel Pupo e Jadson André garantiram vagas na sequência do CT. Finais acontecem nesta terça-feira (3), a partir das 20h05 (de Brasília).
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O australiano competiu na 12ª bateria, contra o italiano Leonardo Fioravanti. Ethan surfou apenas duas ondas. Na primeira conquistou 9.00 pontos com uma rasgada alongada e na pressão, seguida de outra rasgada e de uma batida na junção. Depois ele voltou a cravar a borda nas águas do Main Break, fez curvas fortes e colocou mais 8.93 no somatório. A nota 9.00 é a segunda maior de todo o evento, ficando atrás apenas da 9.17 de Tatiana Weston-Webb. Já a média 17.93 é a maior do Margaret River Pro.
Leonardo não jogou a toalha e fez uma boa bateria. O somatório 14.77 pontos do italiano venceria dez das dezesseis disputas da fase. Com a derrota Leo foi cortado do restante do CT 2022. Caio Ibelli será o adversário de Ethan nas oitavas.
Brasileiros nas oitavas – Caio Ibelli e Frederico Morais se enfrentaram na 11ª bateria da fase. As condições do mar estavam difíceis, com muitas ondas fechando, mas o brasileiro soube fazer boas escolhas, conquistou nota avaliada no critério excelente e venceu com ampla vantagem no placar (15.00 a 8.50).
O atual oitavo colocado no ranking começou com uma onda fraca (2.00), mas logo encontrou uma que abriu e ele fez três manobras, sendo duas rasgadas e uma batida na junção. A performance valeu 6.83 pontos. O português fez duas tentativas, mas foi na terceira que ele tentou ameaçar o brasileiro, com 4.17.
O tempo passava e poucas ondas com potencial apareciam no outside do Main Break, porém Caio novamente achou uma direita com parece aberta. Ele iniciou a apresentação com uma rasgada rápida e com pressão, depois fez uma curva e executou um layback na junção. A nota 8.17 pontos complicou o caminho de Frederico, que passou a necessitar de duas ondas para reverter o resultado. O português ainda surfou três direitas, porém não chegou perto da virada.
Assim como Leonardo Fioravanti, Frederico Morais se despediu do Margaret River Pro e da segunda metade do CT 2022.
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A queda de Chumbinho – A sétima bateria também decretou a saída de um surfista da elite mundial. João “Chumbinho” Chianca chegou ao Margaret River Pro precisando de excelente resultado, porém perdeu para Italo Ferreira e está fora da segunda metade da temporada 2022 do CT.
Italo fez boa bateria, escolhendo ondas que ofereciam mais seções fortes para os ataques. Foi assim que ele anotou 5.50, 6.00 e 6.60 pontos nas três primeiras participações. João abriu com 4.67 numa direita que teve uma rasgada forte. Após a segunda onda, que foi fraca, ele saiu da água para trocar de prancha.
Na metade da bateria João anotou 5.07 pontos e passou a necessitar de 7.53. Aos 22 minutos ele usou a prioridade, não conseguiu um bom primeiro momento na onda, mas executou um layback potente embaixo da junção. Ele foi pra liderança com a nota 7.77.
Italo tentou dar o troco seis minutos depois, mas caiu da prancha no início da apresentação. Porém ele conseguiu outra onda rapidamente, mesmo sem a prioridade, e fez um ataque forte e vertical, além de uma rasgada perto da junção. Ele necessitava de 6.25 pontos e conquistou 6.93, tomando a liderança das mãos do conterrâneo.
João ainda fez três tentativas, porém não conseguiu os 5.76 pontos que precisava. Ele perdeu a bateria e foi eliminado do Margaret River Pro e do restante da temporada 2022 da elite.
“O João (Chianca) vem surfando muito e fiquei meio triste por estar na bateria com ele. Mas, faz parte do jogo isso”, lamenta Italo Ferreira. “Eu só estava fazendo o meu trabalho, fiquei focado nas minhas ondas, tentando fazer o meu melhor. Estou querendo manter uma mentalidade mais positiva, pois não me senti muito feliz nos últimos eventos. Quero buscar o equilíbrio, continuar treinando, surfando, sorrindo e fazendo o meu melhor a cada onda”.
João Chianca comenta sobre a frustração de não conseguir a classificação, pois entraria no G-22 se passasse essa bateria. “É difícil. Acho que não tive muita sorte esse ano, sempre enfrentei os melhores surfistas, o John John (Florence), o Italo agora. Com esses caras, uma nota boa nunca é suficiente para ganhar deles. Mas, teve o lado bom, tenho recebido vários elogios dos outros competidores e vivi momentos incríveis esse ano. Ainda tenho muita coisa para aprender e não vou desistir. Agora é focar no Challenger Series e agradeço a todos meus patrocinadores, minha família, amigos, meu manager e a galera aqui, o Filipe (Toledo), o Miguel, o Samuca (Pupo), o suporte deles foi muito importante para mim”.
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Italo x Miguel – O adversário de Italo Ferreira nas oitavas de final é Miguel Pupo. Ele foi muito bem na oitava bateria. O brasileiro começou surfando duas ondas da série. A primeira foi uma direita, logo aos três minutos. Miguel executou uma rasgada definida, depois fez uma curva forte embaixo da crista e voltou voando pra base. Ele ainda fez outra curva perto da junção e conquistou 7.50 pontos.
Quatro minutos depois Miguel surfou uma esquerda enorme. A onda não rendeu muito, mas ele colocou mais 3.50 pontos no somatório.
O adversário Owen Wright só surfou com dez minutos de disputa. O australiano abriu a apresentação com uma rasgada, mas depois se atrapalhou, perdeu o equilíbrio em dois momentos e caiu na junção. A nota foi 3.93 pontos. Com 21 minutos de confronto Owen precisava de 7.57. O aussie usou a prioridade fez dois bons ataques, mas caiu após bater na junção. A nota foi 5.00.
Dali pro final Owen só surfou mais uma onda e acabou eliminado pelo placar de 11.50 a 8.93 pontos.
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Filipe na luta pelo bi – O líder do ranking também está nas oitavas de final do Margaret River Pro. Filipe Toledo superou Ryan Callinan na nona bateria da terceira fase e segue vivo na luta pelo bicampeonato da etapa.
O australiano abriu o duelo com uma bomba de cerca de 3 metros. Ryan foi na base e cavou reto, mas caiu na volta da batida. Filipe começou com duas ondas fracas. A primeira nota mais contundente do duelo foi conquistada aos 14 minutos. O aussie fez uma rasgada forte e anotou 5.00 pontos. Dois minutos depois ele executou um cutback e levou a onda até a junção, onde deu uma batida. Ryan colocou mais 4.27 no somatório e deixou Filipe na necessidade de 6.44.
Com 21 minutos de disputa o brasileiro surfou sua terceira onda. Numa direita intermediária ele rasgou forte, invertendo a direção da prancha, fez outra curva potente e bateu na junção de espuma. Filipe assumiu a liderança com 7.17 pontos. Aos 26 minutos ele ampliou a diferença com mais 4.23.
Naquela altura Ryan necessitava de 6.41 pontos para vencer. Ele ainda teve duas chances, a última nos segundos finais, quando executou uma rasgada na pressão. A nota 4.83 não alterou a posição dos atletas e Filipe avançou para as oitavas de final. Ryan é mais um cortado do CT 2022.
O próximo adversário de Filipe é o norte-americano Nat Young, autor de uma nota 8.93 pontos na vitória sobre o conterrâneo Jake Marshall nesta terça-feira.
“As condições estavam muito desafiadoras, o vento aumentou e ficou bem difícil de se posicionar lá dentro”, destaca Filipe Toledo. “O Ryan (Callinan) surfa muito bem aqui, mas a missão foi cumprida e vamos para a próxima. Amanhã (esta terça no Brasil), as ondas vão estar melhores e vai ser mais divertido. Hoje foi um daqueles dias que você só pensa em passar a bateria, porque amanhã vai estar perfeito o mar, para mostrar um surfe mais high performance. Estou feliz e pronto para o ‘Finals Day'”.
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Jadson garantido no CT – Outro brasileiro que escreveu o nome nas oitavas de final é Jadson André. Ele venceu Kelly Slater na 13ª bateria do round. Jadson ficou ativo no início da disputa e abriu com 7.43 pontos, tendo como melhor manobra uma batida vertical. Logo em seguida o brazuca conquistou mais 5.17.
Enquanto Jadson surfava, Kelly seguia no outside esperando uma boa oportunidade. O norte-americano pegou a primeira onda com 15 minutos de duelo. Ele rasgou duas vezes e atingiu a junção. Ele marcou 5.17 pontos e passou a precisar de 7.44 para reverter o resultado.
Kelly ainda surfou mais quatro ondas, uma enorme, porém ou a direita não oferecia muitas oportunidades, ou ele era derrubado ou ela era muito pequena. Resultado 12.60 a 9.24 pontos para Jadson.
Com a classificação, Jadson subiu para o 21º lugar no ranking, tirando Ezekiel Lau do G-22 e empurrando Owen Wright para a última posição na lista. O havaiano poderia recuperar a vaga no confronto seguinte, mas Zeke Lau perdeu para Jordy Smith nas ondas que já entravam com 12-15 pés em Main Break. O sul-africano arriscou manobras gigantes e igualou a nota 9,00 do recordista Ethan Ewing, vencendo a bateria por 16,17 a 12,67 pontos. A próxima batalha de Jadson será contra Jordy.
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Samuel vence e evita o corte – A primeira apresentação do Brasil no terceiro round teve Samuel Pupo contra Connor O’Leary. A sexta bateria da fase começou com poucas ondas, e os dois momentos marcantes da disputa aconteceram no meio do duelo e no fim. Perto da metade do confronto o brasileiro usou a prioridade e rasgou forte na primeira manobra, que foi a melhor. O australiano surfou a direita seguinte da série e logo após o drope cavou reto e bateu com força. Samuel recebeu 6.33 pontos e Connor 7.67.
O brasileiro pegou a prioridade e esperou muito tempo por uma oportunidade para tentar os 4.52 pontos que precisava. Uma direita razoável só surgiu no penúltimo minuto e ele rasgou duas vezes para anotar 5.40 e virar o resultado. Com a vitória Samuel garantiu seu nome na sequência do CT 2022. O adversário dele nas oitavas é o sul-africano Matthew McGillivray.
“Eu só precisava de mais uma onda e ela veio no último minuto”, diz Samuel Pupo. “Fazia um tempão que eu não ganhava uma bateria assim, de virada. E foi na hora certa! Eu estava tentando não pensar muito em ranking. Mas, tinha bastante gente atrás querendo pegar minha vaga, então me concentrei em pegar as ondas certas e surfar bem. Acho que as ondas vão melhorar amanhã e estou muito feliz. Foi uma sensação ótima chegar na praia e ver tantos amigos me apoiando, meu irmão (Miguel Pupo), o Filipe (Toledo), o Deivid (Silva)”.
Deivid é presa fácil – Deivid Silva competiu na última bateria da terceira fase e foi presa fácil para Barron Mamiya. O havaiano entrou em cinco ondas, e colocou 6.17 e 5.70 pontos no somatório. Já o brasileiro chegou a ficar em pé numa direita, porém o terral o tirou da onda. Essa foi a única apresentação de Deivid na bateria. Ele perdeu e está fora da etapa e do restante da temporada 2022 da elite.
Homens que garantiram a permanência no CT nesta terça-feira:
Kolohe Andino (USA)
Samuel Pupo (BRA)
Jordy Smith (ZAF)
Nat Young (USA)
Connor O’Leary (AUS)
Jake Marshall (USA)
Jackson Baker (AUS)
Jadson André (BRA)
Surfistas que estão fora do restante da temporada 2022:
Morgan Cibilic (AUS)
Imaikalani deVault (HAW)
Conner Coffin (USA)
João Chianca (BRA)
Ezekiel Lau (HAW)
Leonardo Fioravanti (ITA)
Frederico Morais (PRT)
Ryan Callinan (AUS)
Lucca Mesinas (PER)
Deivid Silva (BRA)
Última vaga está entre Owen Wright (AUS) e Matthew McGillivray (AFR). Se o sul-africano vencer mais uma bateria ele permanece no CT, se perder a vaga fica para o australiano.
Margaret River Pro
Round 3 masculino
1 John John Florence (HAV) 12.16 x 9.00 Imaikalani deVault (HAV)
2 Kolohe Andino (EUA) 14.57 x 9.00 Jackson Baker (AUS)
3 Callum Robson (AUS) 12.00 x 10.70 Morgan Cibilic (AUS)
4 Griffin Colapinto (EUA) 12.60 x 11.66 Conner Coffin (EUA)
5 Matthew McGiliivray (AFR) 14.43 x 13.17 Kanoa Igarashi (JAP)
6 Samuel Pupo (BRA) 11.73 x 10.84 Connor O’Leary (AUS)
7 Italo Ferreira (BRA) 13.53 x 12.84 João Chianca (BRA)
8 Miguel Pupo (BRA) 11.50 x 8.93 Owen Wright (AUS)
9 Filipe Toledo (BRA) 11.40 x 9.83 Ryan Callinan (AUS)
10 Nat Young (EUA) 16.10 x 10.17 Jake Marshall (EUA)
11 Caio Ibelli (BRA) 15.00 x 8.50 Frederico Morais (POR)
12 Ethan Ewing (AUS) 17.93 x 14.77 Leoanrdo Fioravanti (ITA)
13 Jadson André (BRA) 12.60 x 9.24 Kelly Slater (EUA)
14 Jordy Smith (AFR) 16.17 x 12.67 Ezekiel Lau (HAV)
15 Jack Robinson (AUS) 14.83 x 5.70 Lucca Mesinas (PER)
16 Barron Mamiya (HAV) 11.87 x 0.13 Deivid Silva (BRA)
Oitavas de final
1 John John Florence (HAV) x Kolohe Andino (EUA)
2 Callum Robson (AUS) x Griffin Colapinto
3 Matthew McGiliivray (AFR) x Samuel Pupo (BRA)
4 Italo Ferreira (BRA) x Miguel Pupo (BRA)
5 Filipe Toledo (BRA) x Nat Young (EUA)
6 Caio Ibelli (BRA) x Ethan Ewing (AUS)
7 Jadson André (BRA) x Jordy Smith (AFR)
8 Jack Robinson (AUS) x Barron Mamiya (HAV)
Semifinais femininas
1 Gabriela Bryan (HAV) x Courtney Conlogue (EUA)
2 Bronte Macaulay (AUS) x Isabella Nichols (AUS)
Top-10 do WSL Championship Tour – 4 etapas
1 Carissa Moore (HAV) – 24.295 pontos
2 Tyler Wright (AUS) – 23.440
2 Brisa Hennessy (CRI) – 23.440
4 Lakey Peterson (EUA) – 19.105
5 Johanne Defay (FRA) – 18.980
6 Tatiana Weston-Webb (BRA) – 17.830
7 Malia Manuel (HAV) – 17.765
8 India Robinson (AUS) – 14.710
9 Stephanie Gilmore (AUS) – 14.485
9 Courtney Conlogue (EUA) – 14.485
Top-22 do WSL Championship Tour – 4 etapas
1 Filipe Toledo (BRA) – 24.440 pontos
2 Kanoa Igarashi (JPN) – 18.620
3 John John Florence (HAV) – 16.905
4 Kelly Slater (EUA) – 15.980
4 Barron Mamiya (HAV) – 15.980
6 Callum Robson (AUS) – 15.770
7 Italo Ferreira (BRA) – 15.480
8 Ethan Ewing (AUS) – 14.830
8 Caio Ibelli (BRA) – 14.830
10 Miguel Pupo (BRA) – 14.415
11 Seth Moniz (HAV) – 14.140
12 Griffin Colapinto (EUA) – 13.990
13 Jack Robinson (AUS) – 13.490
14 Jordy Smith (AFR) – 12.715
14 Kolohe Andino (EUA) – 12.715
16 Connor O´Leary (AUS) – 11.290
16 Nat Young (EUA) – 11.290
18 Jake Marshall (EUA) – 10.725
18 Samuel Pupo (BRA) – 10.725
20 Jackson Baker (AUS) – 9.300
21 Ezekiel Lau (HAV) – 8.735
21 Lucca Mesinas (PER) – 8.735
Outros brasileiros
25 João Chianca (BRA) – 7.310 pontos
28 Deivid Silva (BRA) – 6.245
28 Jadson André (BRA) – 6.245
41 Gabriel Medina (BRA) – 1.060
41 Yago Dora (BRA) – 1.060