O título do Margaret River Pro ficou em casa. O australiano Jack Robinson superou John John Florence na final da etapa e faturou o troféu de campeão. Com a vitória ele impediu o tricampeonato do havaiano e manteve Filipe Toledo na liderança do ranking.
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As finais foram realizadas nesta quarta-feira (4) em direitas lisas de 2 a 2,5 metros no Main Break, penteadas por um forte vento terral. Jack abriu a última bateira do evento masculino com dois laybacks que valeram 7.00 pontos. John John começou com uma onda pequena, mas bem trabalhada que rendeu 5.00.
Na sequência o havaiano surfou um tubo (5.40) e depois aumentou o ritmo. O bicampeão do Margaret River Pro (2017 e 2019) executou um layback chutando a rabeta pra longe e deitando na água. Na sequência ele bateu e rasgou com inversão total da prancha. Os juízes avaliaram como performance excelente e deram 8.50. Tudo isso aconteceu em menos de dez minutos de duelo.
Tanto John John quanto Jack ficaram ativos, mas surfaram ondas fracas. Até que aos 21 minutos o havaiano entrou numa direita e fez boas manobras que valeram 7.10 pontos. O australiano surfou a onda seguinte. Ele acelerou e voou com rotação incompleta, segurando a borda da prancha com a mão esquerda. O aéreo valeu 8.07 pontos.
Na necessidade de 7.54 pontos, Jack voltou a entrar em ação três minutos depois. O aussie fez um layback e bateu reto na junção, passando a rabeta por cima da crista. Ele foi pra liderança com 8.17.
Depois disso John John ainda fez mais duas tentativas. A última foi a que mais se aproximou dos 7.74 pontos que ele precisava (6.10), porém a pontuação não foi suficiente para a virada.
Com o resultado Jack subiu dez posições no ranking e agora ocupa a terceira posição. Se vencesse a etapa, John John seria líder. Com o vice o havaiano subiu do terceiro para o segundo lugar. A liderança segue com Filipe Toledo.
“É muito incrível tudo isso, porque já perdi muitas baterias aqui, então é uma sensação muito boa quando dá tudo certo”, diz Jack Robinson. “Eu me sinto muito conectado com esse lugar, especialmente pelo apoio da comunidade local, minha esposa Julia e da minha equipe com o Leandro Dora e o Matt Bemrose. Tentei canalizar toda energia para me manter equilibrado no evento todo. Foi muito especial fazer a final com o John John (Florence). Já tivemos algumas baterias e ele sempre me faz surfar o meu melhor, então quero curtir esse momento aqui, antes de mudar o foco para G-Land, porque tem muita coisa pela frente ainda”.
Caminho até a final – Jack Robinson chegou à final após passar apertado nas oitavas, e com viradas perto do fim das baterias das quartas e da semi. A primeira vítima do australiano nesta quarta-feira foi o havaiano Barron Mamiya. Os dois marcaram uma nota na casa dos oito e outra na casa dos sete pontos. A maior foi conquistada por Jack (8.93), que venceu por 16.06 a 15.93 pontos. Barron, que já liderou o circuito, ocupa agora a sétima posição no ranking.
Nas quartas o duelo de Jack foi contra Jordy Smith. Os dois erraram bastante no início. O sul-africano começou a entrar no ritmo e fez duas notas boas (5.00 e 6.00). O australiano tinha uma (6.40) até perto do fim, quando fez um forte ataque de frontside, conquistou uma nota avaliada no critério excelente (8.00) e venceu de virada. Jordy é o atual 12º colocado no CT.
Jack começou a semi com 8.17 pontos, depois fez 5.33, porém sofreu a virada de Ethan Ewing. O também australiano ficou ativo, abriu com 4.17, de depois fez 5.50. E após uma nota fraca (0.50), Ethan voltou a encaixar suas curvas de frontside e anotou sua segunda nota na casa dos nove pontos no dia (9.03), pulando para a primeira posição.
O virtual campeão da prova manteve a calma e nos minutos finais conseguiu reverter o placar com outra onda excelente, 8.10 pontos. A vitória foi por 16.27 a 14.53. Com a derrota na semi Ethan subiu quatro degraus no ranking e agora ocupa a quarta posição.
John John Florence – Ao contrário do adversário, John John Florence chegou à final após vencer apenas duas baterias. O adversário nas quartas, o norte-americano Kolohe Andino, teve problemas estomacais e abandonou a competição. Kolohe sai da Austrália em 14º no ranking.
Nas quartas a batalha foi contra Griffin Colapinto. John John botou pressão no início da disputa, com rasgadas fortes e batidas potentes nas junções que valeram 9.50 e 8.00 pontos. Griffin não desistiu e chegou a anotar 8.83 e 8.33, mas acabou eliminado e terminou o Margaret River Pro na quinta posição. O norte-americano agora é o décimo colocado na temporada.
Na semi o havaiano não deu chances para o sul-africano Matthew McGillivray. John John começou com 3.50 pontos, depois marcou 6.00 e na sequência 9.47. Não satisfeito, na quinta participação no duelo ele conquistou mais 9.43, novamente com curvas fortes. A vitória foi pelo placar de 18.90 a 11.94.
Brasileiros – Pela primeira vez na temporada o Brasil não chegou nas semifinais. O país começou o dia com seis atletas vivos nas quartas de final, mas apenas um avançou. Num duelo de surfistas que pisam com o pé direito na frente da prancha, Italo Ferreira encontrou duas ondas intermediárias que ofereceram paredes em pé e eliminou o conterrâneo Miguel Pupo.
A bateria começou com notas parecidas e ataques verticais de backside. Porém, Italo disparou na frente perto da metade da disputa. Aos 12 minutos ele achou uma onda que não era da série, mas que ficou em pé e ele fez três fortes ataques. A nota foi 7.50 pontos. Quatro minutos depois, Miguel não fez o uso da prioridade, deixou uma onda passar e Italo aproveitou. O brasileiro novamente executou potentes rasgadas e uma batida na junção para conquistar 8.33 e complicar o caminho do adversário.
Na necessidade de 15.83 pontos, Miguel passou a esperar direitas com potencial para notas no critério excelente, mas acabou só surfando mais uma que não ofereceu oportunidades de grandes movimentos. O placar foi 15.83 a 8.83. Miguel está em nono no ranking.
Italo encarou Matthew McGillivray nas quartas. A bateria foi a segunda da fase. O brasileiro abriu com 3.00 pontos, e na sequência conseguiu fazer boas rasgadas e finalizou duas direitas com batidas na junção. As notas 6.50 e 7.17 deram a liderança para ele. Porém o sul-africano reagiu. Logo Matthew anotou 7.10 e depois assumiu a liderança com 8.77, após atacar uma direita intermediária com boas manobras.
Italo passou a necessitar de 8.71 pontos e no final deu um suto em Matthew ao marcar 7.50, mas acabou derrotado. O resultado foi 15.87 a 13.67 para o sul-africano. O brasileiro subiu de sétimo para quinto lugar no CT.
Carrasco dos brasileiros – Antes de eliminar Italo, Matthew venceu Samuel Pupo. A terceira bateria da fase dos 16 melhores do evento começou com o brasileiro remando muito para o outside e perdendo as ondas, enquanto o sul-africano ficou mais embaixo e abriu a disputa com 4.17 pontos.
Aos oito minutos entrou uma série e Samuel usou a prioridade. A direita foi meio lenta, mas teve junção. Matthew surfou a direita seguinte, que teve mais parede em pé e ele rasgou com mais potência. O brasileiro conquistou 4.00 pontos e o sul-africano 6.17.
Após quatro minutos Matthew voltou a usar a prioridade. Ele executou uma rasgada alongada, fez um cutback com pressão e bateu na junção. A nota 7.00 deixou Samuel na necessidade de 8.50.
O brasileiro tentou o troco e diminuiu a distância com 6.07 pontos, porém o sul-africano voltou a fazer boa escolha de ondas, executou três manobras, anotou 7.50 e voltou a se distanciar do adversário. Samuel ainda voou alto perto do minuto final, mas errou e foi eliminado na necessidade de 8.43.
Com a vitória nesse duelo Matthew McGillivray garantiu sua permanência no CT 2022. Pior para o australiano Owen Wright, que já estava fora do evento e que torcia pela derrota do sul-africano para permanecer na elite, porém acabou cortado. Matthew ocupa agora o 19º lugar na temporada, e Samuel o 17º.
Derrota por 0.03 – Outro brasileiro que perdeu nas oitavas de final foi o líder do ranking. Filipe Toledo foi eliminado por pequena diferença no placar e se despediu do Margaret River Pro. Nat Young apresentou mais uma vez seu potente e vertical ataque de backside, conquistou duas notas 7.83 pontos e venceu pelo placar de 15.66 a 15.63.
Os dois fizeram apresentações parecidas na primeira metade da bateria, com o brasileiro anotando 8.00 pontos e o norte-americano 7.83. Filipe usou a prioridade quando restavam 11 minutos para o fim, e colocou mais 5.73 pontos no somatório. Nat passou a necessitar de 5.91.
O norte-americano manteve a calma e surfou quanto faltavam cinco minutos para o término do duelo. Ele bateu reto e com violência, rasgou na parte lenta da onda, bateu mais uma vez e terminou a apresentação com uma curva numa parte cheia da direita. Ele repetiu a primeira nota (7.83) e assumiu a liderança.
Com pouco mais de dois minutos para virar, Filipe entrou em ação. O brasileiro fez um layback no meio da onda, rasgou com pressão e bateu forte na junção. Nat ainda surfou nos segundos finais, porém caiu na parte final e não trocou de nota. A pontuação de Filipe demorou para sair. Ele necessitava de 7.66 pontos. Três juízes deram a vitória para o brasileiro (7.8), mas dois não (7.3 e 7.2) e ele perdeu com a média de 7.63.
Tem 5 juízes , 3 te dão a nota , 2 não e ainda consigo perder 😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂 que isso
— Filipe Toledo (@Filipetoledo77) May 4, 2022
Com o resultado Filipe terminou o Margaret River Pro na nona posição, mas manteve a liderança do tour.
Ethan elimina Caio – Ethan Ewing derrotou Caio Ibelli na sexta bateria das oitavas. O australiano rasgou forte ocupando bastante espaço das ondas, fez ataques às junções e venceu com duas notas avaliadas como excelentes pelos juízes (8.33 e 8.10). O brasileiro lutou muito, chegou a voar num Olie Oop e bater na junção (7.20), porém perdeu na necessidade de 9.23 pontos. Caio é o atual 11º colocado na lista dos melhores do mundo.
Jadson cai para Jordy – As oitavas de final terminaram para o Brasil na sétima bateria, e com a quinta derrota verde e amarela na fase. O sul-africano Jordy Smith fez as rasgadas alongadas e o ataque à junção que os juízes queriam ver, marcou a maior nota do confronto (8.17) e venceu.
Jadson André, como sempre, lutou muito, chegou a assumir a primeira posição com 7.33 pontos, porém numa troca de notas caiu para o segundo lugar e não saiu mais da posição. Jordy pulou pra primeiro com 5.07 e Jadson quase deu o troco com 4.93, porém ele precisava de 5.92 e acabou eliminado. O resultado foi 13.24 a 12.26 para o sul-africano. Jadson ocupa a 21ª posição no ranking.
Próxima etapa – A próxima etapa do CT acontece nas esquerdas de G-Land, na Indonésia, entre os dias 28 de maio e 6 de junho. Antes disso, já no próximo dia 7 de maio, começa o circuito Challenger Series. A primeira etapa será realizada na Gold Coast, Austrália.
Margaret River Pro
Final masculina
John John Florence (HAV) x Jack Robinson (AUS) 16.24 x 15.60
Semifinais
1 John John Florence (HAV) 18.90 x 11.94 Matthew McGiliivray (AFR)
2 Jack Robinson (AUS) 16.27 x 14.53 Ethan Ewing (AUS)
Quartas de final
1 John John Florence (HAV) 17.50 x 17.16 Griffin Colapinto (EUA)
2 Matthew McGiliivray (AFR) 15.87 x 13.67 Italo Ferreira (BRA)
3 Ethan Ewing (AUS) 15.70 x 12.40 Nat Young (EUA)
4 Jack Robinson (AUS) 14.40 x 11.00 Jordy Smith (AFR)
Oitavas de final
1 John John Florence (HAV) x Kolohe Andino (EUA) W.O. (problemas estomacais)
2 Callum Robson (AUS) 9.87 x 7.57 Griffin Colapinto
3 Matthew McGiliivray (AFR) 14.50 x 10.74 Samuel Pupo (BRA)
4 Italo Ferreira (BRA) 15.83 x 8.83 Miguel Pupo (BRA)
5 Nat Young (EUA) 15.66 x 15.63 Filipe Toledo (BRA)
6 Ethan Ewing (AUS) 16.43 x 14.03 Caio Ibelli (BRA)
7 Jordy Smith (AFR) 13.24 x 12.26 Jadson André (BRA)
8 Jack Robinson (AUS) 16.06 x 15.93 Barron Mamiya (HAV)
Final feminina
Isabella Nichols (AUS) 12.94 x 10.00 Gabriela Bryan (HAV)
Semifinais
1 Gabriela Bryan (HAV) 15.73 x 15.43 Courtney Conlogue (EUA)
2 Isabella Nichols (AUS) 15.93 x 11.34 Bronte Macaulay (AUS)
Ranking do CT 2022 após cinco etapas
Masculino
1 Filipe Toledo (BRA) 24.440
2 John John Florence (HAV) 23.375
3 Jack Robinson (AUS) 22.160
4 Ethan Ewing (AUS) 19.585
5 Italo Ferreira (BRA) 18.895
6 Kanoa Igarashi (JPN) 18.620
7 Barron Mamiya (HAV) 17.970
8 Callum Robson (AUS) 17.760
9 Miguel Pupo (BRA) 17.470
10 Griffin Colapinto (EUA) 17.405
11 Caio Ibelli (BRA) 16.820
12 Jordy Smith (AFR) 16.130
13 Kelly Slater (EUA) 15.980
14 Kolohe Andino (EUA) 14.705
14 Nat Young (EUA) 14.705
16 Seth Moniz (HAV) 14.140
17 Samuel Pupo (BRA) 12.715
18 Connor O’Leary (AUS) 11.290
19 Matthew McGillivray (AFR) 11.000
20 Jake Marshall (EUA) 10.725
21 Jadson André (BRA) 9.300
21 Jackson Baker (AUS) 9.300
Cortados da elite
23 Conner Coffin (EUA) 8.735
23 Ezekiel Lau (HAV) 8.735
23 Lucca Mesinas (PER) 8.735
23 Owen Wright (AUS) 8.735
27 Morgan Cibilic (AUS) 7.310
27 Frederico Morais (POR) 7.310
27 Leonardo Fioravanti (ITA) 7.310
27 Deivid Silva (BRA) 7.310
27 Imaikalani deVault (HAV) 7.310
27 João Chianca (BRA) 7.310
33 Ryan Callinan (AUS) 5.320
34 Carlos Muñoz (CRI) 4.115
Feminino
1 Brisa Hennessy (CRI) 25.575
2 Carissa Moore (HAV) 24.295
3 Tyler Wright (AUS) 23.440
4 Isabella Nichols (AUS) 19.965
5 Courtney Conlogue (EUA) 19.525
6 Lakey Peterson (EUA) 19.105
6 Gabriela Bryan (HAV) 19.105
8 Johanne Defay (FRA) 18.980
9 Stephanie Gilmore (AUS) 18.185
10 Tatiana Weston-Webb (BRA) 17.830
Cortadas da elite
11 Malia Manuel (HAV) 17.765
12 India Robinson (AUS) 14.710
12 Molly Picklum (AUS) 14.710
14 Bronte Macaulay (AUS) 14.485
15 Sally Fitzgibbons (AUS) 12.575
15 Luana Silva (HAV) 12.575
17 Moana Jones Wong (HAV) 11.405
18 Bettylou Sakura Johnson (HAV) 10.785