O Margaret River Pro começou para os homens nesta sexta-feira (29). Como previsto, as ondas ficaram grandes, com séries balançadas de 3 metros pela manhã na Austrália. Quem se encaixou bem nas condições do mar foi John John Florence. O havaiano bicampeão da etapa conquistou a maior nota e o maior somatório do dia que teve todas as 12 disputas da primeira fase. Três brasileiros avançaram para o terceiro round e cinco enfrentarão a repescagem.
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John John venceu a quarta bateria com uma apresentação de destaque. A maior nota foi 8.77 pontos, conquistada com uma rasgada alongada e na pressão, linkada com uma batida vertical. A vitória foi com 15.60 no somatório. O peruano Lucca Mesinas avançou em segundo lugar e o australiano Jacob Willcox caiu para a repescagem.
“Está super desafiador lá fora, pois o mar está com muita energia. O swell está enorme. Ventou muito nos últimos dias e agora o mar está ficando mais limpo. Tem ótimas ondas lá. Estou feliz que as ondas estão grandes. Eu amo isso aqui, você dropa, ganha muita velocidade e tem paredes enormes na sua frente. É muito parecido com algumas ondas que temos no Havaí”, diz John John Florence.
Vitórias brasileiras – A primeira vitória brasileira aconteceu com Filipe Toledo duas baterias após a de John John. Após um começo fraco do australiano Owen Wright, aos seis minutos do duelo, Filipe fez duas manobras bem definidas numa direita intermediária do Main Break (rasgada e batida na junção de espuma), para largar com 6.00 pontos.
Depois o atual líder do ranking viu os adversários surfarem e manteve sua prioridade. Owen fez uma boa batida e rasgou de backside, para colocar 5.93 pontos no somatório, numa onda que não era da série. E o convidado para a etapa, o também aussie Jack Thomas, com um surfe de pouca expressão, apesar de uma boa batida, conquistou nota 4.23 e depois 2.67.
O tempo passava e Filipe não surfava. Com 26 minutos de disputa Owen foi pra primeira posição com 3.70 pontos. O brasileiro só voltou a entrar em ação quando restavam apenas quatro minutos para o fim. Filipinho repetiu a fórmula da primeira apresentação e, com uma rasgada boa, além de uma batida na junção, anotou 7.00 e assumiu a liderança, para não sair mais. Owen avançou em segundo lugar e Jack caiu para a repescagem.
Na bateria seguinte foi a vez de Italo Ferreira conquistar vitória para o Brasil. O atleta, que compete com o nariz quebrado, mostrou desde o início que seria intenso de backside. O brasileiro começou com 4.50 pontos e depois foi ainda mais agressivo. Com duas rasgadas e uma batida na junção, ele anotou 6.67, ma viu Jake tomar a liderança. Depois de um erro, o norte-americano colocou 5.43 no somatório e aos 23 minutos de duelo fez bonito. Jake surfou uma onda grande, fez dois ataques de frontside para conquistar 7.83 e assumiu a liderança.
Italo tentou dar o troco dois minutos depois, porém anotou 6.27 pontos quando precisava de 6.60. Mas perto do final, aos 33 minutos de bateria, Italo pegou uma direita intermediária, bateu e rasgou para colocar 7.50 no somatório e venceu a bateria. Jack ficou em segundo lugar.
Em terceiro ficou Jadson André. O brasileiro não fez uma boa apresentação. Ele ficou preso em algumas manobras e caiu em outras situações. Jadson terá nova chance na repescagem.
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A terceira vitória verde e amarela no dia foi com João Chianca, na décima disputa. Ele ocupa a 25ª posição no ranking e precisa de um excelente resultado no Margaret River Pro para se safar do corte da WSL. João competiu num momento ruim do mar, com poucas e ainda mais balançadas ondas.
João foi bem no início, com manobras fortes de borda, e colocou 6.50 pontos no somatório. Antes da metade do duelo ele conquistou 5.93 e assumiu a liderança para não sair mais. O norte-americano Kolohe Andino fez boas curvas e anotou três notas na casa dos cinco pontos na bateria, sendo 5.97 e 5.90 as duas que formaram sua pontuação. Já Miguel Pupo não fez uma boa disputa. O brasileiro surfou apenas duas direitas e perdeu na necessidade de 8.10 para reverter o resultado.
“Meu objetivo aqui é um só, seguir até o dia das finais”, diz João Chianca. “Eu tenho tentado não pensar muito sobre essa linha de corte aqui, mas está difícil. WA (Western Australia) é um lugar tão bonito, tão especial, tenho bons amigos aqui, então isso tem sido bom para ajudar a acalmar meus nervos. O Tour é difícil, mas quero focar minha energia só nas coisas positivas e vamos ver no que vai dar”.
Brasil na repescagem – Além de Jadson e Miguel, o Brasil tem outros três surfistas na repescagem. Samuel Pupo competiu na primeira bateria masculina do evento. O brasileiro pegou ondas grandes, mas sem muitas partes críticas e acabou na terceira posição.
O vencedor do duelo foi o australiano Callum Robson, autor das duas maiores notas da disputa. Na maior, 6.67 pontos, o aussie rasgou e atacou a junção no final da direita. E a nota 5.50 foi conquistada com uma rasgada no meio de uma parede grande numa onda da série. O havaiano Imaikalani deVault garantiu a segunda posição com duas notas 5.00 pontos, uma delas conquistada com um layback próximo de uma junção grande.
Deivid Silva não conseguiu encontrar ondas com partes críticas na oitava bateria e viu seus adversários conquistarem boas notas. A melhor apresentação do brasileiro aconteceu aos cinco minutos de disputa, quando ele executou uma forte batida vertical para anotar 4.83 pontos. Dali até o final Deivid surfou mais três ondas, e o melhor que fez foi 2.80. Nat, que também atacou as direitas do Main Break de backside, foi agressivo nas partes críticas e ficou em segundo lugar, com duas notas na casa dos cinco pontos (5.50 e 5.40).
O vencedor do duelo foi Ethan Ewing. O australiano surfou apenas duas ondas. Com 16 minutos de duelo ele rasgou na pressão, depois executou outra rasgada, mas mais lenta, e agrediu a junção com força. A nota 7.60 pontos o deixou bem na disputa, porém faltava uma segunda apresentação, e ela só aconteceu bem perto do final. Ethan só voltou a surfar quando restavam dois minutos para o fim. Ele fez uma rasgada forte, desenhou um cutback e bateu na junção, porém caiu. A nota 6.10 garantiu a vitória para o aussie.
No duelo seguinte os australianos Connor O’Leary e Morgan Cibilic colocaram Caio Ibelli na repescagem do Margaret River Pro. A bateria foi muito disputada. Depois de um início fraco, com poucas ondas no Main Break, a partir dos 11 minutos os atletas fizeram boas apresentações. Connor abriu sua participação com uma rasgada e duas batidas fortes e verticais de backside. A nota foi 8.50 pontos.
Seis minutos depois Morgan fez quatro manobras, sendo as duas últimas muito potentes, uma rasgada e uma pancada na junção. Caio Ibelli surfou na sequência, bateu reto e voltou voando pra base, rasgou forte e atacou a junção. O aussie recebeu 7.40 pontos e o brasileiro 7.37.
Os australianos melhoraram suas pontuações, enquanto o brasileiro não conquistava uma segunda nota boa. Caio chegou perto do fim na necessidade de 5.54 pontos, mas na melhor chance que teve foi derrubado pela espuma após atacar a junção. Connor venceu, Morgan passou em segundo lugar e Caio enfrentará a repescagem.
Próxima chamada – A próxima chamada para o Margaret River Pro acontece nesta sexta-feira (29), às 20h15 (de Brasília). A previsão indica ondas menores, mas condições mais limpas.
Margaret River Pro
Round 1 masculino
1 Callum Robson (AUS) 12.17 x Imaikalani deVault (HAV) 10.00 x Samuel Pupo (BRA) 9.83
2 Jackson Baker (AUS( 12.03 x Barron Mamiya (HAV) 10.77 x Matthew McGillivray (AFR) 10.17
3 Ezekiel Lau (HAV) 15.00 x Ryan Calllinan (AUS) 13.37 x Kelly Slater (EUA) 9.20
4 John John Florence (HAV) 15.60 x Lucca Mesinas (PER) 8.93 x Jacob Willcox (AUS) 8.44
5 Kanoa Igarashi (JAP) 13.10 x Conner Coffin (EUA) 8.50 x Ben Spence (AUS) 7.70
6 Filipe Toledo (BRA) 13.00 x Owen Wright (AUS) 9.63 x Jack Thomas (AUS) 6.90
7 Italo Ferreira (BRA) 14.17 x Jake Marshall (EUA) 13.26 x Jadson André (BRA) 6.17
8 Ethan Ewing (AUS) 13.70 x Nat Young (EUA) 10.90 x Deivid Silva (BRA) 7.63
9 Connor O’Leary (AUS) 13.80 x Morgan Cibilic (AUS) 12.90 x Caio Ibelli (BRA) 9.24
10 João Chianca (BRA) 12.43 x Kolohe Andino (EUA) 11.87 x Miguel Pupo (BRA) 6.27
11 Leonardo Fioravanti (ITA) 11.33 x Jordy Smith (AFR) 11.17 x Seth Moniz (HAV) 6.50
12 Griffin Colapinto (EUA) 14.07 x Jack Robinson (AUS) 11.47 x Frederico Morais (POR) 11.43
Repescagem
1 Kelly Slater (EUA) x Jadson André (BRA) x Jack Thomas (AUS)
2 Caio Ibelli (BRA) x Deivid Silva (BRA) x Ben Spence (AUS)
3 Miguel Pupo (BRA) x Frederico Morais (POR) x Jacob Willcox (AUS)
4 Seth Moniz (HAV) x Samuel Pupo (BRA) x Matthew McGillivray (AFR)
Repescagem feminina
1 Lakey Peterson (EUA) x Luana Silva (HAV) x Mia McCarthy (AUS)
2 Tatiana Weston-Webb (BRA) x Gabriela Bryan (HAV) x Bettylou Sakura Johnson (HAV)
Top-10 do WSL Championship Tour – 4 etapas
1 Carissa Moore (HAV) – 24.295 pontos
2 Tyler Wright (AUS) – 23.440
2 Brisa Hennessy (CRI) – 23.440
4 Lakey Peterson (EUA) – 19.105
5 Johanne Defay (FRA) – 18.980
6 Tatiana Weston-Webb (BRA) – 17.830
7 Malia Manuel (HAV) – 17.765
8 India Robinson (AUS) – 14.710
9 Stephanie Gilmore (AUS) – 14.485
9 Courtney Conlogue (EUA) – 14.485
Top-22 do WSL Championship Tour – 4 etapas
1 Filipe Toledo (BRA) – 24.440 pontos
2 Kanoa Igarashi (JPN) – 18.620
3 John John Florence (HAV) – 16.905
4 Kelly Slater (EUA) – 15.980
4 Barron Mamiya (HAV) – 15.980
6 Callum Robson (AUS) – 15.770
7 Italo Ferreira (BRA) – 15.480
8 Ethan Ewing (AUS) – 14.830
8 Caio Ibelli (BRA) – 14.830
10 Miguel Pupo (BRA) – 14.415
11 Seth Moniz (HAV) – 14.140
12 Griffin Colapinto (EUA) – 13.990
13 Jack Robinson (AUS) – 13.490
14 Jordy Smith (AFR) – 12.715
14 Kolohe Andino (EUA) – 12.715
16 Connor O´Leary (AUS) – 11.290
16 Nat Young (EUA) – 11.290
18 Jake Marshall (EUA) – 10.725
18 Samuel Pupo (BRA) – 10.725
20 Jackson Baker (AUS) – 9.300
21 Ezekiel Lau (HAV) – 8.735
21 Lucca Mesinas (PER) – 8.735
Outros brasileiros
25 João Chianca (BRA) – 7.310 pontos
28 Deivid Silva (BRA) – 6.245
28 Jadson André (BRA) – 6.245
41 Gabriel Medina (BRA) – 1.060
41 Yago Dora (BRA) – 1.060