As semifinais do MEO Pro Portugal estão definidas e uma delas será entre brasileiros. Italo Ferreira e Filipe Toledo, que já foram finalistas nessa etapa em 2015, irão se reencontrar de olho na bateria mais importante da etapa, na categoria masculina. Entre as mulheres, Tatiana Weston-Webb representa o Brasil na fase.
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O domingo teve momentos clássicos no pico de Supertubos, na cidade de Peniche. As direitas e esquerdas funcionaram com séries de cerca de 2 metros e vento terral durante grande parte do dia. As últimas sete baterias da terceira fase masculina, além de todas das oitavas, foram realizadas no formato de duelos simultâneos. Quando a fase dos 16 melhores terminou, o mar já não estava tão bom para o surfe. O vento havia passado a soprar de lado e as ondas já não bombavam tanto quanto nas primeiras horas do dia. Na sequência rolaram as quartas femininas, seguidas das quartas masculinas.
Italo x Miguel – Italo competiu duas vezes neste domingo. O campeão mundial de 2019 superou Miguel Pupo nas oitavas pelo placar de 14.17 a 12.84. Ele começou melhor e foi ampliando a diferença no placar.
Quando Miguel começou a achar os tubos, Italo melhorou ainda mais a performance. O momento que marcou a bateria aconteceu aos 20 minutos. O bicampeão do MEO Pro Portugal foi pra esquerda, passou por dentro e executou uma batida floater numa grande junção. A nota 7.67 pontos deixou Miguel na necessidade de 7.90.
Italo ainda surfou mais sete ondas até o final da bateria, mas não trocou de nota. Já Miguel pegou apenas mais duas, porém os tubos 6.27 e 6.57 pontos não foram suficientes para uma virada.
Italo x Jordy – A batalha nas quartas foi contra Jordy Smith. O sul-africano chegou na fase após dar show contra o australiano Connor O’Leary. Jordy conquistou duas notas no critério excelente (8.17 e 9.17), uma delas a segunda maior de toda a prova.
Jordy começou acelerado na primeira bateria das quartas. Em cinco minutos o sul-africano surfou uma direita e uma esquerda. Ele colocou 4.50 e 5.00 pontos com um surfe de manobras de borda.
Italo tentou dar o troco logo depois, mas errou uma batida floater. Então ele ficou ativo e na sequência surfou duas esquerdas. A primeira teve batidas e rasgadas e valeu 4.70 pontos. A segunda teve um aéreo alto com rotação completa e um floater. A nota 7.67 deu a liderança para ele.
Restavam 19 minutos para o fim e Jordy precisava de 7.38 pontos para reverter o resultado. O sul-africano surfou no minuto seguinte e executou duas batidas que valeram 6.33. Então ele passou a focar em fazer no mínimo 6.05.
Mas quem melhorou a pontuação foi o brasileiro. Italo executou uma rasgada forte, voou com reverse e bateu na pequena junção. A apresentação valeu 7.00 pontos e deixou o sul-africano na necessidade de 8.34. Jordy ainda fez três tentativas, mas não alterou o placar.
Caminho de Filipe – Assim como Italo, Filipe Toledo teve que vencer duas vezes neste domingo para chegar na semifinal. Filipinho começou melhor a disputa das oitavas contra Jake Marshsll. O brasileiro disparou na frente com 8.00 pontos, conquistados com nove minutos de confronto. Ele passou por dentro de uma esquerda, saiu e voou alto com rotação completa sem usar as mãos. A nota complicou a vida do norte-americano que passou a necessitar de 9.83 para reverter o resultado.
E a situação ficou irreversível perto da metade da bateria de 40 minutos. Jake sofreu uma vaca e lesionou o ombro, tendo que abandonar a disputa. Mesmo com a vitória garantida, Filipe permaneceu no mar e ainda conquistou 7.33 pontos num tubo pra direita.
Filipe x Conner – Nas quartas a batalha foi contra Conner. O norte-americano não ameaçou Filipinho em nenhum momento da bateria. Desde o início o brasileiro soltou fortes manobras e decolou. A disputa não teve tantas ondas boas, mesmo assim o brazuca soube trabalhar com as ferramentas que tinha, e venceu com ampla vantagem no placar (14.00 a 5.00). A melhor apresentação valeu 7.67 pontos. A nota foi conquistada com quatro fortes manobras numa esquerda pequena.
Filipe e Italo se enfrentarão na primeira bateria da semifinal do MEO Pro Portugal. Na final entre os dois em 2015 deu Filipe.
Segunda semi – A segunda semifinal será formada por John John Florence e Griffin Colapinto. O havaiano competiu três vezes neste domingo. Na terceira fase a vítima foi o australiano Ryan Callinan, que perdeu precisando de duas notas para reverter o placar.
Tanto John John quando Ryan ficaram ativos na primeira metade da bateria de 40 minutos, quando a disputa não tinha a prioridade. Porém as maiores notas saíram nos 20 minutos finais.
John John achou o primeiro tubo de maior dificuldade quando restavam 17 minutos para o fim. Ele entrou e saiu limpo, para depois executar uma longa rasgada (7.00). O havaiano seguiu ativo e depois de quase sair de um longo canudo para a esquerda, pegou outro para a direita. O bicampeão mundial botou pra dentro, saiu e bateu forte na junção (7.43).
Restavam nove minutos para o término da bateria e Ryan precisava de 14.43 pontos para avançar. Porém o australiano seguiu tendo muita dificuldade em encontrar ondas boas e perdeu sem sair da necessidade de duas ondas para reverter o resultado.
“As ondas estão divertidas, mas está mudando bastante com a maré secando. Mas as condições estão incríveis”, diz John John em entrevista exclusiva ao Waves. “Eu realmente gosto de baterias simultâneas. Acho que combina com meu estilo de surfar, de pegar várias ondas. Então, pra mim é divertido. Você já aquece no início”.
Para seguir vivo na luta pelo bicampeonato do MEO Pro Portugal, John John avançou novamente sem problemas pelo norte-americano Nat Young, nas oitavas de final.
Nat começou o dia surfando muitos tubos no duelo contra o australiano Ethan Ewing. A batalha do Round 3 foi vencida com direito a nota 9.00 pontos, conquistada com um tubo longo e profundo pra esquerda. Porém nas oitavas o norte-americano foi presa fácil.
Enquanto John John passeava pelos tubos, Nat ficava esperando ondas boas, e não ia bem nas que escolhia. Foi assim que o havaiano conquiatou duas notas 6.17 pontos e uma 9.13. A melhor apresentação foi num tubo pra direita, longo e surfado com maestria. A nota é a terceira maior de todo o evento masculino. O placar final da sexta bateria das oitavas de final foi 15.30 pontos para Jonh John contra 6.93 de Nat.
Novo líder – Nas quartas o havaiano conseguiu maior sintonia com o mar e superou Kanoa Igarashi. John John manteve o controle da bateria durante todos os 30 minutos, e venceu com duas notas na casa dos seis pontos (6.83 e 6.10). Kanoa melhorou ao longo da disputa, porém perdeu precisando de 7.26 pontos.
Kanoa assumiu a liderança do ranking com a quinta posição no MEO Pro Portugal. O japonês e vai para competir em Bells Beach, na Austrália, com a camisa amarela somente usada pelo primeiro lugar na lista dos melhores.
Griffin – O outro semifinalista é Griffin Colapinto. O norte-americano participou de três baterias neste domingo. Na primeira, no Round 3, ele eliminou Jadson André.
Griffin teve uma escolha melhor das ondas e surfou tubos maiores, e ficou mais fundo e por mais tempo que o brasileiro. As melhores notas de Jadson foram com canudos para a esquerda, que valeram 4.77 e 4.00 pontos. Já Griffin anotou 7.83 e 6.50 em tubos para a direita.
Nas oitavas a bateria foi contra Kellly Slater. Griffin ficou ativo na disputa e formou seu somatório com 6.50 e 7.07 pontos. Já Kelly começou com 0.93 e depois só voltou a entrar em ação quando restavam apenas 12 minutos para o fim. O 11 vezes campeão mundial colocou 6.73 no somatório e passou a necessitar de 6.85.
O mar ficou mais calmo, com menos ondas, mas ainda assim Kelly fez quatro tentativas, porém não completou mais nenhum tubo. O campeão do MEO Pro Portugal no ano de 2010 se despediu da etapa com a nona posição.
Nota 10 – Griffin fechou o dia do MEO Pro Portugal na última bateria das quartas de final. O norte-americano foi muito melhor do que o conterrâneo Kolohe Andino. Griffin surfou nove ondas, e cinco delas foram maiores que todas as de seu adversário.
O ponto alto do dia aconteceu no final do duelo. Griffin pegou uma esquerda, acelerou e voou alto com rotação completa, aterrissando no seco, na base da onda, com perfeição. Todos os cinco juízes deram nota 10, a primeira da temporada 2022 do CT. Ele venceu com o maior somatório da etapa até o momento, 17.83 pontos.
Baixas brasileiras – O Brasil teve três baixas neste domingo. Além de Miguel Pupo e Jadson André, Caio Ibelli também se despediu da competição. Ele caiu ainda no Round 3, para Kelly Slater.
O brasileiro voltou a mostrar a habilidade nos tubos, mas perdeu a batalha para Kelly Slater, que pegou um grande, curto e grosso pra direita que valeu a nota 8.17 pontos.
Os dois iniciaram suas participações na bateria com tubos pra direita. Kelly conquistou 5.00 pontos e Caio largou com 5.67. Os dois fizeram outras tentativas, mas foi o norte-americano que colocou outra nota de destaque no somatório. Ele surfou uma esquerda intermediária, ficou fundo, saiu e bateu de forma forte e vertical. A nota foi 6.40.
Caio deu o troco três minutos depois, novamente com um tubo pra direita. Os juízes deram 7.00 pontos, nota que valeu a liderança para o brasileiro. Porém Kelly aprontou na sequência. O norte-americano pegou uma onda da série, botou pra dentro de frontside e saiu. Ele colocou 8.17 no somatório e abriu boa vantagem para Caio, que passou a necessitar de 7.58 pontos.
Caio ainda achou alguns tubos, mas não chegou na casa dos sete pontos (6.13 e 6.37) e foi eliminado.
Próxima chamada – A próxima chamada para o MEO Pro Portugal acontece nesta segunda-feira (7), às 3h50 (de Brasília). A previsão indica que as ondas vão perder tamanho, e que o vento irá rodar pela manhã, com tendência a maral na parte da tarde.
Confira mais detalhes em nossas próximas atualizações.
MEO Pro Portugal
Round 3 Masculino
Baterias disputadas no sábado
1 Italo Ferreira (BRA) 11.83 x 8.03 Imaikalani deVault (HAV)
2 Miguel Pupo (BRA) 11.87 x 10.90 Samuel Pupo (BRA)
3 Jordy Smith (AFR) 10.20 x 9.36 Barron Mamiya (HAV)
4 Connor O’Leary (AUS) 12.57 x 12.50 Morgan Cibilic (AUS)
5 Filipe Toledo (BRA) 15.44 x 9.40 Owen Wright (AUS)
6 Jake Marshall (EUA) 12.93 x 9.00 Leonardo Fioravanti (ITA)
7 Conner Coffin (EUA) 13.17 x 12.50 João Chianca (BRA)
8 Callum Robson (AUS) 11.93 x 11.34 Jack Robinson (AUS)
9 Kanoa Igarashi (JAP) 12.17 x 9.53 Justin Becret (FRA)
Baterias disputadas neste domingo
10 Frederico Morais (PRT) 11.67 x 10.73 Ezekiel Lau (HAV)
11 Nat Young (EUA) 15.60 x 12.00 Ethan Ewing (AUS)
12 John John Florence (HAV) 14.43 x 8.50 Ryan Callinan (AUS)
13 Jackson Baker (AUS) 15.43 x 13.27 Seth Moniz (HAV)
14 Kolohe Andino (EUA) 15.77 x 9.83 Lucca Mesinas (PER)
15 Griffin Colapinto (EUA) 14.33 x 8.77 Jadson André (BRA)
16 Kelly Slater (EUA) 14.57 x 13.37 Caio Ibelli (BRA)
Oitavas de final
1 Italo Ferreira (BRA) 14.17 x 12.84 Miguel Pupo (BRA)
2 Jordy Smith (AFR) 17.34 x 12.33 Connor O’Leary (AUS)
3 Filipe Toledo (BRA) 15.33 x 8.10 Jake Marshall (EUA)
4 Conner Coffin (EUA) 13.50 x 10.50 Callum Robson (AUS)
5 Kanoa Igarashi (JAP) 15.17 x 13.56 Frederico Morais (PRT)
6 John John Florence (HAV) 15.30 x 6.93 Nat Young (EUA)
7 Kolohe Andino (EUA) 14.33 x 7.60 Jackson Baker (AUS)
8 Griffin Colapinto (EUA) 13.57 x 7.86 Kelly Slater (EUA)
Quartas de final
1 Italo Ferreira (BRA) 14.67 x 11.33 Jordy Smith (AFR)
2 Filipe Toledo (BRA) 14.00 x 5.00 Conner Coffin (EUA)
3 John John Florence (HAV) 12.93 x 10.37 Kanoa Igarashi (JAP)
4 Griffin Colapinto (EUA) 17.83 x 10.34 Kolohe Andino (EUA)
Semifinais
1 Italo Ferreira (BRA) x Filipe Toledo (BRA)
2 John John Florence (HAV) x Griffin Colapinto (EUA)
Quartas de final Femininas
1 Stephanie Gilmore (AUS) 12.50 x 11.76 Johanne Defay (FRA)
2 Lakey Peterson (EUA) 12.84 x 10.33 Courtney Conlogue (EUA)
3 Carissa Moore (HAV) 16.17 x 9.00 Tyler Wright (AUS)
4 Tatiana Weston-Webb (BRA) 14.66 x 9.73 India Robinson (AUS)
Semifinais
1 Stephanie Gilmore (AUS) x Lakey Peterson (EUA)
2 Carissa Moore (HAV) x Tatiana Weston-Webb (BRA)