O circuito mundial de surfe tem um novo líder. Gabriel Medina passou fácil por Caio Ibelli, se garantiu nas quartas de final e ainda viu a eliminação polêmica de Italo Ferreira nesta segunda-feira (19) de disputas no Narrabeen Classic, terceira etapa do tour 2021. Com tudo isso, Medina já garantiu o posto de número um na lista dos melhores tendo, momentaneamente, 20.345 pontos contra 19.405 de Italo.
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O terceiro dia da etapa australiana teve as últimas quatro baterias do round 3 masculino, e as oitavas das meninas e dos homens. O mar amanheceu um pouco mais fraco do que no domingo, porém ainda com ondas chegando a 1 metro, irregulares na maior parte desta segunda-feira.
Mas isso não foi problema para Medina, que voou alto, conquistou a maior nota (9.00) da etapa até o momento com uma decolagem perfeita, e passou batido para as quartas de finais.
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Seu adversário, Caio Ibelli, começou com duas ondas fracas e depois ficou esperando por melhores oportunidades, enquanto Medina foi pegando onda atrás de onda e foi trocando de nota até entrar numa direita, acelerar e voar muito alto de backside, executando uma rotação completa com aterrissagem perfeita. O super aéreo valeu a maior nota de todo o evento (9.00) e deixou seu adversário precisando de duas ondas para reverter o placar. Caio ainda tentou dar um gás, pegou algumas ondas, mas não conseguiu nada melhor do que 2.90 pontos.
“Estou feliz por conseguir pegar boas ondas nas baterias. Estou me divertindo e focado, porque eu quero chegar na final”, disse Gabriel Medina. “Estou feliz pelas minhas notas e agora é esperar o último dia né, que vai ser irado. Graças a Deus está dando tudo certo até agora e esse evento aqui em Narrabeen está sendo incrível. Tem dado altas ondas, o lugar é maneiro e estou feliz por estar aqui”.
O próximo adversário de Medina é Morgan Cibilic, australiano que, assim como na Newcastle Cup, eliminou John John Florence. O aussie voltou a apresentar um forte ataque de backside, enquanto o havaiano seguiu ainda um pouco fora de sintonia com o mar de Narrabeen. Além disso, John John deixou uma onda para Morgan que não desperdiçou a oportunidade e fechou o caixão com duas fortes pancadas, sendo a primeira expressiva, passando as quilhas da prancha por cima da esquerda. A nota foi 8.53 e Morgan venceu com o maior somatório de toda as oitavas de final (15.70).
Derrota polêmica – Com a classificação para as quartas e com a eliminação polêmica de Italo Ferreira, agora ex-líder do ranking, Medina subiu um degrau no ranking e é o número um. A bateria entre Italo e Conner Coffin foi a quinta do round dos 16 melhores e foi decidida nos segundos finais.
Antes, Italo já tinha voado alto num full rotation, aterrissado na base, à frente da espuma, e depois derrubado pela espuma. Os juízes avaliaram e, para supresa de todos, inclusive do australiano bicampeão mundial Tom Carroll, os juízes deram como manobra incompleta.
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Porém o brasileiro não baixou a guarda, virou com uma onda surfada no minuto final, mas ele perdeu a liderança para o norte-americano na sequência, que dropou uma esquerda quando restavam sete segundos para o fim, e aplicou duas fortes manobras.
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Yago também nas quartas – O Brasil chegou nas oitavas de final com seis surfistas, mas só dois passaram. Além de Medina, nosso time vai ser representado nas quartas por Yago Dora, que nesta segunda-feira também competiu pelo round 3.
O duelo brasileiro foi o de número 14 da fase, e Peterson Crisanto começou com uma forte batida numa direita, mas errou a junção que veio na sequência. Depois pegou uma esquerda pequena e fez alguns movimentos e ficou ali, com 3.07 e 3.00 pontos.
Já Yago não foi bem na primeira tentativa, porém só evoluiu ao longo da bateria, onde acertou dois aéreos bem altos, um com rotação quase completa (7.50) e outro com o giro de 360º que valeu a maior nota de toda a competição masculina até aquele momento (8.66). A vitória veio com o segundo maior somatório de toda a prova (16.33), ficando atrás somente da francesa Johanne Defay (18.66).
“Ontem (domingo) tinha aquele vento maral fechando as ondas. Hoje, mesmo um pouco menor, o vento terral deixa as ondas mais limpas e melhores para surfar”, analisou Yago Dora. “Eu caí em alguns aéreos no início, mas quando completei o primeiro, fiquei mais confiante e logo depois acertei o segundo. O Peterson é um dos meus surfistas favoritos no Tour. Lembro que no meu primeiro campeonato, ele tinha uns 15 anos e tirava duas notas 10 em cada bateria. Ganhava tudo e eu queria ser como ele, então estar neste grupo é incrível”.
Nas oitavas a disputas foi num momento ruim do mar, com ondas irregulares atrapalhando muito a performance tanto dele quanto do sul-africano Jordy Smith. O duelo estava parelho, e na metade o brasileiro tinha a liderança, mas Jordy precisava de pouco para virar (2.57), pois tinha a maior nota do duelo (4.27).
Porém Yago foi entrando no ritmo, foi achando esquerdas melhores e foi encaixando boas manobras. Quando restavam oito minutos para o fim, o brasileiro executou uma rasgada e uma batida que valeram 5.17. Mas ainda tinha mais.
Momentos depois, linkou uma rasgada com uma batida e fez 6.00, e deu o golpe final mais à frente com 5.43 também numa canhota. Jordy não se deu bem, errou algumas manobras e perdeu precisando de 7.16 pra virar.
Eliminações brasileiras – Além de Italo, Caio e Peterson, o Brasil perdeu Filipe Toledo, Jadson André, Alex Ribeiro e Adriano de Souza nesta segunda-feira.
Filipinho caiu na primeira disputa das oitavas, que foi quase toda fraca de ondas, porém com um final intenso. O brasileiro fez a maior nota no duelo de ataques de backside, mas o português levou a melhor com o maior somatório.
Filipe passou mais da metade do duelo de 30 minutos sem surfar, enquanto o português já tinha anotado 4.00 e 3.97 pontos. Quando começou a trabalhar, o brasileiro fez uma esquerda sem nenhuma manobra de expressão e largou com 3.93. Logo o brazuca tentou voar numa direta, mas quebrou a prancha na decolagem.
Os minutos foram passando, e, quando restavam seis, o português aumentou a diferença com três rasgadas e duas batidas que valeram 4.83. No minuto seguinte Felipe foi em busca dos 4.90 que precisava, mas a onda morreu. Frederico então pegou outra e novamente apresentou um ataque potente de backside e trocou de nota mais uma vez, com 5.27.
Nada parecia dar certo para o brasileiro, que pegou outra onda fraca e que precisava de 6.17 pra vencer, porém quanto restava apenas um minuto e meio ele, enfim, surfou uma esquerda boa. Com duras rasgadas e duas batidas Filipe pulou pra frente com a maior nota do duelo, 7.00, porém Frederico surfou a canhota seguinte da série e com três manobras boas, sendo uma rasgada e duas batidas, retomou a liderança e venceu com mais 6.33 pontos.
Viradas e nova eliminação brasileira – A bateria entre Jadson André e Ethan Ewing teve algumas viradas, mas com a última sendo do australiano pra cima do brasileiro. Jadson ficou mais ativo no início da disputa, enquanto o aussie demorou dez minutos para dar a largada. Ethan começou melhor, mas não se distanciou no placar.
O último terço do confronto começou com Jadson tomando a liderança com 4.83, mas logo Ethan retoma a primeira posição com outro ataque de backside na esquerda que valeu 6.17 pontos. Mas Jadson retoma o posto com uma rasgada longa de frontisde, seguida de outra rasgada, um cutback e um layback que valeram 4.87. Mas então, quando restavam quatro minutos para o término, Ethan atacou outra esquerda, colocou 4.80 no somatório, foi pra frente e não saiu mais.
Segunda derrota seguida – Outro que também se despediu do Narrabeen Classic foi Alex Ribeiro, que perdeu pela segunda vez seguida no circuito mundial no round 3 para Jordy Smith.
O sul-africano fez as maiores notas com aéreos (5.50 e 4.93) nas esquerdas. Alex errou em algumas boas oportunidades, seja caindo na junção após duas manobras, ou não completando aéreos, e perdeu por 10.43 a 8.66.
Adriano cai fora – A bateria 15 da terceira fase foi decidida nas manobras. Griffin Colapinto começou melhor que Adriano de Souza, mas o brasileiro chegou a liderar, com pouca vantagem, e o resultado só foi decidido bem perto do final.
Três minutos depois que o norte-americano assumiu a liderança, já perto do fim, Adriano foi atrás dos 6.62 que precisava. O campeão mundial de 2015 fez uma rasgada longa linkada com uma batida reta. Ele vibrou e, com sinais, cobrou dos juízes notas melhores do que as que vinha recebendo. Adriano até conquistou a maior nota dele no confronto, porém ficou a 0,02 de pular pra frente e ainda viu Griffin aumentar a diferença no minuto final com uma série de manobras de backside que valeram 6.90 pontos.
“Eu fiz o meu melhor. Estou confiante e na minha cabeça sempre quero ganhar”, disse Adriano de Souza, que está encerrando sua carreira esse ano. “Infelizmente, ele pegou uma onda boa no final, mas estou feliz com a minha performance em Narrabeen. Agora vamos para M-River que, na minha opinião, é uma das etapas mais difíceis. É um desafio surfar Main Break e The Box. Você precisa estar bem preparado e a minha cabeça já está em Margaret River”.
Próxima chamada – A próxima chamada para o Narrabeen Classic acontece nesta segunda-feira brasileira, às 17h30 (de Brasília). De acordo com a previsão oficial, o dia vai ter ondas de meio metro com séries maiores e mar inconsistente.
Assista ao Narrabeen Classic ao vivo aqui no Waves.
Narrabeen Classic 2021
Round 3 Masculino
Baterias realizadas no domingo (18)
1 Filipe Toledo (BRA) 9.63 x 4.33 Mikey Wright (AUS)
2 Frederico Morais (POR) 9.83 x 6.94 Michel Bourez (FRA)
3 Ethan Ewing (AUS) 13.10 x 11.83 Owen Wright (AUS)
4 Jadson André (BRA) 11.66 x 10.07 Jack Freestone (AUS)
5 Gabriel Medina (BRA) 11.17 x 8.57 Dylan Moffat (AUS)
6 Caio Ibelli (BRA) 11.17 x 9.60 Seth Moniz (HAW)
7 John John Florence (HAV) 11.10 x 9.56 Miguel Pupo (BRA)
8 Morgan Cibilic (AUS) 10.67 x 7.43 Julian Wilson (AUS)
9 Italo Ferreira (BRA) 13.00 x 9.33 Mick Fanning (AUS)
10 Conner Coffin (EA) 9.60 x 9.43 Wade Carmichael (AUS)
11 Jack Robinson (AUS) 9.93 x 9.34 Jeremy Flores (FRA)
12 Kanoa Igarashi (JAP) 11.46 x 11.20 Deivid Silva (BRA)
Baterias realizadas nesta segunda-feira (19)
13 Jordy Smith (AFR) 10.43 x 8.66 Alex Ribeiro (BRA)
14 Yago Dora (BRA) 16.33 x 6.07 Peterson Crisanto (BRA)
15 Griffin Colapinto (AUS) 13.57 x 11.43 Adriano de Souza (BRA)
16 Reef Heazlewood (AUS) 12.50 x 7.00 Ryan Callinan (AUS)
Oitavas de final Masculinas
1 Frederico Morais (POR) 11.60 x 10.93 Filipe Toledo (BRA)
2 Ethan Ewing (AUS) 10.97 x 9.70 Jadson André (BRA)
3 Gabriel Medina (BRA) 14.00 x 4.93 Caio Ibelli (BRA)
4 Morgan Cibilic (AUS) 15.70 x 11.77 John John Florence (HAV)
5 Conner Coffin (EUA) 11.47 x 10.67 Italo Ferreira (BRA)
6 Kanoa Igarashi (JAP) 10.60 x 9.60 Jack Robinson (AUS)
7 Yago Dora (BRA) 11.43 x 7.80 Jordy Smith (AFR)
8 Griffin Colapinto (AUS) 12.27 x 11.33 Reef Heazlewood (AUS)
Quartas de final Masculinas
1 Frederico Morais (POR) x Ethan Ewing (AUS)
2 Gabriel Medina (BRA) x Morgan Cibilic (AUS)
3 Conner Coffin (EUA) x Kanoa Igarashi (JAP)
4 Yago Dora (BRA) x Griffin Colapinto (AUS)
Oitavas de final Femininas
1 Carissa Moore (HAV) 12.66 x 8.66 Brisa Hennessy (CRC)
2 Keely Andrew (AUS) 10.80 x 8.97 Malia Manuel (HAV)
3 Sally Fitzgibbons (AUS) 14.10 x 13.73 Macy Callaghan (AUS)
4 Tatiana Weston-Webb (BRA) 14.00 x 6.23 Nikki Van Dijk (AUS)
5 Carolina Marks (EUA) 11.43 x 7.03 Amuro Tsuzuki (JAP)
6 Johanne Defay (FRA) 13.83 x 12.97 Tyler Wright (AUS)
7 Stephanie Gilmore (AUS) 13.00 x 9.83 Sage Erickson (EUA)
8 Courtney Conlogue (EUA) 14.33 x 12.30 Bronte Macaulay (AUS)
Quartas de final Femininas
1 Carissa Moore (HAV) x Keely Andrew (AUS)
2 Sally Fitzgibbons (AUS) x Tatiana Weston-Webb (BRA)
3 Carolina Marks (EUA) x Johanne Defay (FRA)
4 Stephanie Gilmore (AUS) x Courtney Conlogue (EUA)