Após quatro dias sem disputas por falta de ondas, a Newcastle Cup foi reiniciada e o grande nome do dia nas disputas masculinas foi Leonardo Fioravanti. O italiano marcou a primeira nota excelente da prova e se tornou o dono das maiores marcas da competição até o momento. Pelo Brasil, Adriano de Souza avançou em segundo lugar e Jadson André se despediu da etapa com a 33ª posição.
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As ondas finalmente apareceram e até mais do que o esperado, com séries de 1,5 metro um pouco picadas pelo vento em Merewether Beach, que ofereciam longas paredes do outside ao inside. Foi assim que Léo deu espetáculo, quando competiu no último duelo da fase, junto de Jadson e do norte-americano Conner Coffin.
Desde o começo o italiano mostrou o que queria, e logo aos três minutos atacou uma direita com uma rasgada forte e uma junção chutando a rabeta com força, depois foi para o inside e ainda bateu pra conquistar 6.67 pontos. Porém o melhor estava por vir. Seis minutos depois ele fez estrago do outside até a beira.
Ele começou com uma rasgada curta, pois viu que poderia perder a onda mais à frente, então sendo mais rápido teve tempo pra atacar um lip com uma batida potente, depois deu outra pancada, executou uma rasgada longa, dois cutbacks, rasgou forte novamente, bateu com vontade e foi pro layback na junção. A belíssima apresentação valeu 9.00, a maior nota da Newcastle Cup até o momento. Essa pontuação somada com a primeira, deu a ele 15.67 de somatório, o maior da prova até então.
“Estou me sentindo muito bem agora, porque as ondas estavam muito difíceis na primeira fase”, disse Leonardo Fioravanti. “Eu acho que estou surfando bem, mas fiz escolhas horrorosas naquela bateria. Nessa, só queria escolher ondas melhores, então estou muito satisfeito por ter conseguido mostrar o meu surfe. O engraçado é que eu ia usar uma prancha Sharpeye, mas um moleque bateu em mim e arrancou minha quilha. Parece que foi praga (risos). Aí troquei por outra que funcionou muito bem na bateria, então foi bom até”.
Conner, mesmo sem conseguir fazer as manobras com perfeição, achou partes críticas e completou as manobras, enquanto o brasileiro acabou eliminado por não encontrar ondas com potencial, e nas que surfou não tão bem quando o esperado. Jadson terminou a Newcastle Cup na 33ª colocação.
Adriano avança – Um vibrante Adriano de Souza também entrou em ação na repescagem. Após ficar em último na estreia, o campeão mundial de 2015 apresentou um belo surfe de borda nas direitas e avançou.
Os dois adversários do brasileiro começaram melhor, mas não se distanciaram muito no placar. Após duas tentativas que não renderam boas notas, Adriano esperou pela prioridade e soube muito bem fazer o uso dela.
Quando restavam 11 minutos para o fim, Adriano pegou uma direita e abriu os trabalhos com uma batida reta no lip espumado, jogando a rabeta por cima da onda, depois deu outra batida, escalou a espuma e partiu para conectar com o inside, onde rasgou forte duas vezes e fechou a apresentação com uma batida numa junção pequena já perto da praia. A nota 6.33 foi a maior da bateria até aquele momento.
Owen, que entrou na água com mais de três minutos de atraso, também mostrava vontade e surfe nas direitas de Merewether Beach. O australiano botava pressão nas manobras, mas ainda não tinha encontrado ondas com potencial. Já o conterrâneo de Owen, Matt Banting, fazia algumas curvas, mas não conseguia nada de expressivo.
Adriano entrou em ação novamente e escovou uma onda com um lindo surfe de borda, com direito a rasgadas, snap e batida que valeram 7.33, a maior da bateria. Ele vibrou muito, mas aí o Owen achou o que procurava. Na onda seguinte, o aussie fez duas batidas potentes e colocou 7.17 no somatório. E nos segundos finais o australiano também vibrou após acertar três pancadas, uma seguida da outra, anotar 6.60 e pular pra primeiro. Matt, que seguiu sem conseguir nada de impacto, se despediu do evento com o 33o. lugar.
“Estou muito feliz em estar aqui em Newcastle, um lugar onde eu já venci. Meu maior objetivo era surfar da melhor forma possível e, quando não consigo, eu fico muito bravo”, disse Adriano de Souza. “Acho que nessa bateria eu consegui mostrar o meu melhor e por isso fico muito empolgado. Meu objetivo mesmo é fazer o meu melhor, independente do resultado. Nesse campeonato, consegui trazer um pouco desse espírito nesse round 2 e espero que no próximo os meus santos protetores possam me trazer boas ondas como eu gosto”.
Julian e Jack de virada – A segunda bateria da repescagem teve três australianos e foi quase toda dominada por Julian Wilson. O campeão da última prova da WSL realizada no pico, válida pelo QS, no ano de 2020, surfou com velocidade, pressão e jogou muita água para o alto, do outside ao inside de Merewether Beach. Na melhor apresentação marcou 7.27 após executar várias manobras.
Em segundo lugar no duelo ficou Jack Robinson, que perdia até os dois minutos finais, quando ele remou numa onda e teve que sair para Mikey Wright que tinha a prioridade. Porém a direita não rendeu mais do que uma manobra, e veio outra logo atrás que Jack entrou e executou um rasgadão, além de uma batida muito forte na junção. Ele precisava de 4.25 e tirou 7.07 pra garantir a segunda posição.
Michel e Connor A terceira disputa da repescagem teve Matthew McGillivray começando melhor, mas terminando pior. Após fazer boas curvas e largar na frente, o sul-africano sucumbiu diante do surfe forte do taitiano Michel Bourez, e das batidas de backside do australiano Connor O’Leary.
Michel fez 7.17 e 6.17 e venceu, enquanto Connor anotou 6.33 e 5.00 e avançou em segundo lugar rumo ao terceiro round.
A próxima chamada para a Newcastle Cup acontece nesta terça-feira, às 17h45 de Brasília.
Assista aos duelos ao vivo aqui no Waves.
Newcastle Cup 2021
Segunda fase masculina
1 Owen Wright (AUS) 13.77, Adriano de Souza (BRA) 13.66, Matt Banting (AUS) 11.00
2 Julian Wilson (AUS) 12.80, Jack Robinson (AUS) 10.90, Mikey Wright (AUS) 8.67
3 Michel Bourez (TAH) 13.34, Connor O´Leary (AUS) 11.33, Matthew McGillivray (AFR) 8.43
4 Leonardo Fioravanti (ITA) 15.67, Conner Coffin (EUA) 12.33, Jadson André (BRA) 9.40
Terceira fase
1 Gabriel Medina (BRA) x Connor O’Leary (AUS)
2 Frederico Morais (POR) x Adrian Buchan (AUS)
3 Jeremy Flores (FRA) x Adriano de Souza (BRA)
4 Julian Wilson (AUS) x Jack Robinson (AUS)
5 John John Florence (HAV) x Morgan Cibilic (AUS)
6 Seth Moniz (HAV) x Wade Carmichael (AUS)
7 Ryan Callinan (AUS) x Crosby Colapinto (EUA)
8 Owen Wright (AUS) x Miguel Pupo (BRA)
9 Italo Ferreira (BRA) x Jackson Baker (AUS)
10 Michel Bourez (TAH) x Griffin Colapinto (EUA)
11 Kanoa Igarashi (JAP) x Ethan Ewing (AUS)
12 Caio Ibelli (BRA) x Deivid Silva (BRA)
13 Jordy Smith (AFR) x Alex Ribeiro (BRA)
14 Peterson Crisanto (BRA) x Conner Coffin (EUA)
15 Jack Freestone (AUS) x Yago Dora (BRA)
16 Filipe Toledo (BRA) x Leonardo Fioravanti (ITA)
Segunda fase feminina
1 Brisa Hennessy (CRI) 13.00, Keely Andrew (AUS) 6.63, Malia Manuel (HAV) 3.67
2 Macy Callaghan (AUS) 11.34, Johanne Defay (FRA) 9.00, Sage Erickson (EUA) 5.30
Oitavas de final
1 Stephanie Gilmore (AUS) 12.50 x 10.93 Macy Callaghan (AUS)
2 Isabella Nichols (AUS) 14.10 x 12.53 Tatiana Weston-Webb (BRA)
3 Keely Andrew (AUS) 14.23 x 9.23 Sally Fitzgibbons (AUS)
4 Courtney Conlogue (EUA) 12.30 x 10.74 Tyler Wright (AUS)
5 Carissa Moore (HAV) 14.93 x 8.34 Philippa Anderson (AUS)
6 Johanne Defay (FRA) 12.60 x 9.23 Nikki Van Dijk (AUS)
7 Bronte Macaulay (AUS) 10.83 x 8.33 Lakey Peterson (EUA)
8 Caroline Marks (EUA) 8.66 x 7.93 Brisa Hennessy (CRC)
Quartas de finais
1 Stephanie Gilmore (AUS) x Isabella Nichols (AUS)
2 Keely Andrew (AUS) x Courtney Conlogue (AUS)
3 Carissa Moore (HAV) x Johanne Defay (FRA)
4 Bronte Macaulay (AUS) x Caroline Marks (EUA)