O Open J-Bay começou com altas ondas e três vitórias brasileiras na África do Sul. Yago Dora e Samuel Pupo venceram na categoria masculina, e Tatiana Weston-Webb se deu bem entre as mulheres. Sul-africano Matthew McGillivray fez bonito em casa e foi o melhor surfista desta quarta-feira (13).
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O primeiro dia de ação da etapa sul-africana do CT foi realizado em direitas perfeitas com até 1,5 metro em Jeffreys Bay. No total foram disputadas, 16 baterias, sendo as 4 da primeira fase das mulheres, as 8 do Round inicial dos homens e as 4 da repescagem feminina.
O maior somatório do dia foi conquistado no primeiro duelo masculino. Jadson André estava na disputa e não conseguiu acompanhar o ritmo dos adversários. O brasileiro executou boas manobras, surfou tubos, mas perdeu na necessidade de mais de dez pontos para ficar com a vaga nas oitavas de final.
Matthew McGillivray marcou a única nota no critério excelente do duelo, conquistada na metade da bateria de 35 minutos, e venceu. Ele estava em segundo lugar até fazer um ataque de sete manobras, algumas com muita amplitude, para anotar 8.50 pontos. O norte-americano Griffin Colapinto, que tinha uma nota na casa dos sete pontos (7.27), passou a necessitar de 8.07 para vencer e chegou perto (7.57), mas acabou indo para a repescagem junto com o brasileiro. Matthew venceu com com 15.33 de somatório. Jadson e Griffin voltam a se encarar no próximo Round.
Primeira vitória brasileira – A primeira vitória masculina do Brasil no Open J-Bay aconteceu no segundo duelo, um dos mais aguardados da abertura da etapa, entre Yago Dora, Italo Ferreira e Jordy Smith. O sul-africano começou melhor, Italo tomou a primeira posição, mas Yago fez excelente apresentação perto do fim e venceu.
Os três surfistas entraram em ação poucos minutos após o inicio. Italo foi o primeiro a atuar e anotou 5.00 pontos. Jordy escolheu uma direita ruim (1.50) e Yago conquistou 5.17.
Jordy voltou a surfar logo após a direita de Yago. O sul-africano acelerou e chegou numa parte manobrável da onda, rasgou forte, fez um floater, bateu e pegou um tubo. Ele ainda tentou mais um floater, porém caiu. A nota foi 7.33 pontos.
A bateria seguiu sem muito destaque até quando restavam dez minutos para o fim. Italo pegou sua segunda onda no duelo. O brasileiro executou uma série de manobras em sequência, a maioria batida reta. Ele precisava de 5.24 pontos para tirar Jordy da liderança e anotou 7.33.
Yago chegou perto do fim da bateria em último lugar, na necessidade de 7.17 pontos para vencer e pular direto para as oitavas de final. Ele tinha a prioridade e fez o uso dela numa onda da série, que apareceu quando faltavam pouco mais de dois minutos para o fim. O brasileiro executou sete manobras, cinco delas pancadas fortes e verticais. Yago conquistou a maior nota do dia, 8.67, e assumiu a liderança.
Italo ainda surfou na tentativa de conquistar 6.52 pontos para retomar a liderança, mas anotou 5.77 e terminou em segundo lugar. Ele e Jordy (3º) caíram para a repescagem. O próximo adversário de Italo será o sul-africano Luke Thompson, um dos convidados da etapa. Jordy enfrentará o norte-americano Kolohe Andino.
“Eu entrei no mar achando que ia pegar várias ondas boas, mas a bateria acabou sendo um pouco lenta”, diz Yago. “Meus oponentes já tinham conseguido um 7 (7,33) e eu sabia que poderia superar essa nota, se achasse a onda certa. Quando veio aquela onda da série, eu surfei o meu melhor e consegui a nota que precisava para vencer. Para mim, é uma honra surfar essa onda com os melhores do mundo. O Italo (Ferreira) tem um dos melhores backsides do Tour e o Jordy (Smith) é um monstro aqui, sou muito fã dele desde criança. Estou feliz, me sentindo bem confiante e já ansioso para a próxima bateria”.
Samuel em alta velocidade – A outra vitória brasileira no dia entre os homens aconteceu na sétima bateria. Samuel Pupo venceu com um surfe veloz e agressivo. Ele começou sua participação na etapa aos cinco minutos de disputa. O brazuca fez cinco manobras e também pegou um tubo para conquistar 6.50 pontos.
O brasileiro se distanciou no placar no início da segunda metade do duelo. Samuel usou a prioridade, rasgou forte, fez outra curva na borda, bateu e rasgou novamente. A nota foi 5.87 pontos. Naquele momento o norte-americano Jake Marshall precisava de 7.04 para vencer, e o australiano Callum Robson de 9.37.
Dois minutos depois o aussie voltou pro jogo. Callum rasgou forçando a rabeta, bateu duas vezes, fez um cutback e executou uma pancada forte. Com 6.77 pontos ele passou a necessitar de 5.60 para vencer.
As ondas pararam de aparecer no pico sul-africano de Jeffreys Bay, e Samuel usou bem a prioridade nos segundos finais. Ele trocou de nota (6.07), garantiu a vitória no confronto e a vaga nas oitavas de final. Callum terminou em segundo e Jake em terceiro.
“Essa foi a minha primeira bateria aqui, mas J-Bay é a minha onda preferida desde que conheci em 2017”, conta Samuel. “Eu queria muito competir aqui e estou amarradão por ter vencido a minha primeira bateria. Eu não consegui treinar muito antes do evento, porque as condições não estavam boas, mas deu tudo certo na hora da bateria e estou muito feliz. Só quero me divertir e surfar o melhor possível nestas últimas etapas. Não estou pensando muito nos top-5, mas quem sabe com mais um bom resultado, eu consigo atingir essa meta”.
Tai nas quartas – Única representante brasileira na elite, Tatiana Weston-Webb fez boa estreia e avançou, mesmo com susto no final da bateria. A norte-americana Lakey Peterson acelerou no fim, trocou as duas notas e quase surpreendeu a brazuca, porém terminou em segundo lugar e caiu para a repescagem. A australiana Tyler Wright ficou em último no confronto.
A brasileira começou bem, e com seis minutos de disputa tinha 5.83 e 5.60 pontos. Lakey não tinha surfado até aquele momento, e Tyler tinha notas fracas. A norte-americana abriu com 5.33 e a australiana marcou 4.83 na sua terceira tentativa. Lakey tentou virar aos 23 minutos. Ela anotou 4.27 quando precisava de 6.10.
Tati voltou a atuar quando restavam seis minutos para o fim. A brasileira fez sua melhor apresentação. Ela rasgou, fez um floater, um curtback e bateu duas vezes para anotar 7.50 pontos. Lakey ficou precisando de 8.00 para vencer, então logo deu uma resposta com 6.94.
Perto do minuto final a norte-americana usou a prioridade e foi em busca dos 6.94 que precisava para vencer. A direita correu e ela foi passando as seções, então Lakey rasgou quando alcançou a parte aberta, fez um floater, bateu, rasgou novamente e deu outra pancada. Ela comemorou, porém a nota 6.57 não alterou as posições na bateria.
A adversária de Tati nas quartas de final será a surfista da Costa Rica, Brisa Hennessy. Tyler e Lakey voltaram a se enfrentar na repescagem. A bateria teve poucas oportunidades e apenas três ondas foram surfadas, duas pela australiana que avançou na competição.
Derrota do líder – Cinco brasileiros estão na repescagem do Open J-Bay. Além de Jadson André e Italo Ferreira, Filipe Toledo, Caio Ibelli e Miguel Pupo competirão pela fase eliminatória.
Um dos candidatos ao título do Open J-Bay caiu para a repesagem. Bicampeão da etapa e atual líder do ranking, Filipe Toledo chegou a marcar uma nota no critério excelente, mas não conseguiu outra atuação de destaque e terminou o confronto em segundo lugar. O vencedor foi Nat Young, norte-americano que fez um ataque forte de backside para ficar com a vaga nas oitavas de final. O convidado Joshe Faulkner terminou na última posição.
As condições estavam clássicas em Jeffreys Bay, mas poucas séries quebraram ao longo dos 35 minutos da quarta bateria masculina do evento. Nat ficou ativo no início, mas não abriu vantagem. As atuações marcantes do duelo aconteceram aos 14 minutos. O norte-americano executou quatro batidas fortes, além de um floater, para anotar 8.17 pontos. Filipe surfou depois, na mesma série, e repetiu a nota. O brasileiro fez um surfe veloz, de rasgadas amplas.
Filipe fez duas tentativas seguidas, mas as notas foram baixas (0.83 e 0.57). Nat voltou a atuar aos 22 minutos. Ele usou a prioridade e fez mais um ataque feroz de backside. A nota 6.33 pontos deixou o brasileiro na necessidade de 6.34. O sul-africano Joshe, que estava mal na bateria, usou a prioridade e pegou a única onda razoável que surgiu até o fim, e foi junto com Filipe para a repescagem. Os dois voltam a se enfrentam na próxima fase.
Caio Ibelli também perdeu na estreia. O brasileiro optou por ser seletivo durante grande parte do confronto, mas no final teve que mudar a estratégia, porém não conseguiu a vitória.
O brazuca só entrou em ação após 17 minutos de bateria. Caio fez boa apresentação, com rasgadas de estilos variados, além de batidas. A nota 6.50 pontos acabou sendo a maior de todo o confronto. Os adversários surfaram na mesma série. O japonês Kanoa Igarashi, que tinha marcado 5.67, colocou mais 5.87 no somatório. O havaiano Seth Moniz conquistou 4.83.
Caio voltou pro pico e pegou a prioridade, mas só fez o uso dela quando restavam seis minutos para o fim. O brasileiro bateu e caiu. A partir daquele momento ele começou a pegar várias ondas, porém pequenas. Caio chegou a completar um tubo, mas não fez mais do que 3.43 pontos e terminou em segundo lugar. Seth ainda melhorou seu somatório no fim com mais 4.43, porém ficou na última posição. O adversário de Caio na repescagem é o norte-americano Jake Marshall, e o de Seth é Miguel Pupo.
Miguel perde no fim – Miguel participou da última bateria da fase inicial masculina da etapa. O brasileiro ficou em primeiro lugar durante 32 dos 35 minutos de bateria, porém sofreu a virada do australiano Connor O’Leary, que marcou 8.33 pontos e venceu.
Miguel começou agressivo nas manobras de backside. Dessa forma, logo no início do confronto, ele marcou 6.67 pontos, e aos 12 minutos colocou mais 6.83 no somatório. As notas eram as maiores do duelo até aquele momento.
A bateria chegou na metade com o australiano Connor O’Leary tendo as notas 5.50 pontos e 4.93, e o norte-americano Kelly Slater com 3.67 na melhor apresentação. Os dois precisavam de notas no critério excelente para reverter o resultado.
Aos 21 minutos o brasileiro usou a prioridade, mas não trocou de nota. Connor surfou na mesma série e diminuiu a diferença com 6.00 pontos. Naquele momento ele precisava de 7.50 para vencer. Sete minutos depois Kelly ensaiou uma reação com 5.40, mas ainda precisava de 8.10 para ficar com a vaga nas oitavas de final.
Miguel seguiu bem no duelo e aumentou um pouco a diferença ao marcar 6.73 pontos, porém a história mudou logo depois. O australiano usou a prioridade quando restavam pouco mais de dois minutos para o fim. Connor foi contundente nas manobras, com batidas verticais em sequência. Os juízes avaliaram a apresentação como excelente. Ele conquistou 8.33, assumiu a primeira posição e venceu. Miguel ainda surfou uma onda, mas não saiu do segundo lugar. Kelly ficou em terceiro e foi junto com o brasileiro para a repescagem. O norte-americano enfrentará o havaiano Barron Mamiya.
Próxima chamada – A próxima chamada para o Open J-Bay acontece na madrugada desta quinta-feira (14), às 2h15 (de Brasília).
Open J-Bay 2022
Round 1 masculino
1 Matthew McGillivray (AFR) 15.33, Griffin Colapinto (EUA) 14.84, Jadson André (BRA) 9.83
2 Yago Dora (BRA) 13.84, Italo Ferreira (BRA) 13.10, Jordy Smith (AFR) 10.50
3 Jack Robinson (AUS) 15.17, Luke Thompson (AFR) 14.77, Kolohe Andino (EUA) 6.64
4 Nat Young (EUA) 14.50, Filipe Toledo (BRA) 10.40, Joshe Faulkner (AFR) 7.13
5 Ethan Ewing (AUS) 14.34, Barrom Mamiya (HAV) 12.50, Jackson Baker (AUS) 6.30
6 Kanoa Igarashi (JPN) 11.54, Caio Ibelli (BRA) 9.93, Seth Moniz (HAV) 9.10
7 Samuel Pupo (BRA) 12.57, Callum Robson (AUS) 9.77, Jake Marshall (EUA) 9.43
8 Connor O’Leary (AUS) 14.33, Miguel Pupo (BRA) 13.56, Kelly Slater (EUA) 9.07
Round 2 masculino (repescagem)
1 Filipe Toledo (BRA) x Joshe Faulkner (AFR)
2 Miguel Pupo (BRA) x Seth Moniz (HAV)
3 Italo Ferreira (BRA) x Luke Thompson (AFR)
4 Caio Ibelli (BRA) x Jake Marshall (EUA)
5 Griffin Colapinto (EUA) x Jadson André (BRA)
6 Barron Mamiya (HAV) x Kelly Slater (EUA)
7 Callum Robson (AUS) x Jackson Baker (AUS)
8 Jordy Smith (AFR) x Kolohe Andino (EUA)
Round 1 feminino
1 Brisa Hennessy (CRI) 10.33, Courtney Conlogue (EUA) 9.03, Stephanie Gilmore (AUS) 9.03
2 Carissa Moore (HAV) 14.50, Gabriela Bryan (HAV) 14.17, Tia Blanco (EUA) 7.24
3 Caroline Marks (EUA) 14.66, Johanne Defay (FRA) 12.17, Isabella Nichols (AUS) 11.67
4 Tatiana Weston-Webb (BRA) 13.33, Lakey Peterson (EUA) 12.97, Tyler Wright (AUS) 10.13
Round 2 feminino (repescagem)
1 Johanne Defay (FRA) 13.10 x 6.64 Tia Blanco (EUA)
2 Stephanie Gilmore (AUS) 14.87 x 10.34 Courtney Conlogue (EUA)
3 Tyler Wright (AUS) 11.84 x 5.50 Lakey Peterson (EUA)
4 Gabriela Bryan (HAV) 10.94 x 10.83 Isabella Nichols (AUS)
Quartas de final
1 Johanne Defay (FRA) x Tyler Wright (AUS)
2 Stephanie Gilmore (AUS) x Gabriela Bryan (HAV)
3 Carissa Moore (HAV) x Caroline Marks (EUA)
4 Brisa Hennessy (CRI) x Tatiana Weston-Webb (BRA)